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Partido Comunista Chinês completa 100 anos

Steffen Wurzel | Ruth Kirchner | Melissa Brunnersum | tm | com agências
1 de julho de 2021

Durante celebrações do 100º aniversário do PCC, Xi Jinping diz que a era de a China "ser massacrada e intimidada desapareceu para sempre". Presidente destaca que o "grande rejuvenescimento" da China é "irreversível".

China I Amsprache Präsident  Xi Jinping
Foto: Ng Han Guan/AP/picture alliance

O Presidente chinês Xi Jinping deu um tom desafiante durante o importante discurso de celebração do 100º aniversário do Partido Comunista Chinês (PCC) em Pequim, esta quinta-feira (01.07), dizendo que a China embarcou num "curso histórico irreversível".

A era da China "ser massacrada e intimidada desapareceu para sempre", disse Xi durante o discurso na Praça Tiananmen, em Pequim. "Quem ousar tentar fazer isso terá a sua cabeça esmagada com sangue na grande muralha de aço forjada por mais de 1,4 mil milhões de chineses", o líder chinês acrescentou aplaudido estrondososamente.

Xi disse que "o grande rejuvenescimento da nação chinesa entrou num curso histórico irreversível". Ele creditou ao PCC o levantamento de milhões de chineses da pobreza e disse que este construiu uma "sociedade moderadamente próspera" durante os seus 100 anos de reinado.

"O povo da China não foi só bom ao destruir o mundo velho, mas também criou um mundo novo", disse Xi. "Só o socialismo pode salvar a China". No que diz respeito à segurança do país, Xi disse que o país "deve acelerar a modernização da defesa nacional e das forças armadas".

Um coro ensaia antes das celebrações para assinalar o 100º aniversário do PCCFoto: Wang Ye/XinHua/dpa/picture alliance

Autocracia na Constituição

O PCC foi fundado ilegalmente a 1 de julho de 1921 em Xangai. Hoje, tem mais de 90 milhões de membros e está mais poderoso do que nunca.

A reivindicação à autocracia proposta pelo PCC está consagrada na Constituição da China. Para manter o poder, o partido dedica esforços e recursos num enorme aparato de repressão e censura e numa máquina de propaganda que está em pleno funcionamento.

Poucos dias antes da celebração do 100º aniversário do PCC, o museu ao ar livre de Yangjialing é visitado por grupos de idosos, jovens, homens e mulheres. A maioria tem seus smartphones nas mãos e estão entusiasmados a fotografar bandeiras e faixas vermelhas penduradas nas paredes.

O PCC apresenta Yan'an como a "Cidade da Revolução" - considerada um dos centros da chamada História Vermelha da China. Foi para esta cidade que os comunistas se retiraram em 1935, após a chamada Longa Marcha. "A era Yan'n propiciou ao nosso partido experiências importantes. Com base nestas experiências, o partido percebe hoje a importância de ter um líder central", explica Feng Jianmei, professora do Colégio do Partido Comunista em Yan'na.

Celebração relembrou a história recente da ChinaFoto: Thomas Peter/Reuters

A viragem chinesa

Um líder forte. Isso é uma referência direta a Xi Jinping. Aos 68 anos, o político lidera o PCC e é o chefe de Estado da China desde 2013. Ele teve o limite de dez anos de mandato abolido. Xi Jinping é agora chefe de Estado e do partido pelo tempo que ele quiser - ou pelo tempo que o PCC permitir.

O Presidente é considerado "o núcleo" - como diz o jargão do PC. Xi Jinping é considerado o líder mais poderoso da China desde Mao Tse Tung. "A história nos mostra que a escolha do povo de que o Partido Comunista Chinês liderasse o grande renascimento da nação chinesa foi inteiramente correta. Nunca devemos nos esquecer disso", sublinha o Presidente.

Nos últimos 20 anos, milhões de chineses que viviam no campo foram tirados da pobreza extrema. Esta mobilização social ajudou a criar a segunda maior economia do mundo. Mas a concentração de poder e a política externa expansiva sob à égide de Jinping levanta preocupações de que a China esteja a se voltar cada vez mais para o autoritarismo.

Contestações ao PCC e às suas políticas são rapidamente eliminadas. A expansão militar chinesa no Mar do Sul da China tem atraído atenção internacionale obrigado a mobilização de outros países da região. A repressão às liberdades civis em Hong Kong e o tratamento da minoria muçulmana Uyghur na região ocidental de Xinjiang despertam indignação internacional.

Uma performance no Estádio Nacional lembrou a fundação do PCCFoto: Thomas Peter/Reuters

"Velhos camaradas"

A igualdade de direitos para homens e mulheres, que tinha alto significado simbólico na era Mao, não teve avanços.

Segundo escreve a analista Valarie Ta num artigo publicado no renomado China Institute Merics – um centro de análises sobre a China, localizado em Berlim - "apesar das promessas de intensificar treinamento e promoção de quadros feminino e introduzir uma cota para mulheres em posições de liderança, o PCC continua a ser claramente dominado por homens. A elite chinesa é uma rede exclusiva de velhos camaradas", escreve.

Falando num evento de massa para marcar o 100º aniversário do Partido Comunista Chinês na Praça Tiananmen, em Pequim, o líder Xi Jinping disse que o sucesso da China dependia do PCC, e sem ele não haveria "renovação nacional".

Presidente reuniu-se com a liderança chinesa na varanda do portão de Tiananmen, acima do grande retrato do revolucionário Mao Tse Tung. A cena simbólica lembra os gestos de Mao quando da proclamação da fundação da República Popular da China, ocorrida no mesmo local, em 1949.

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