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Partido de Botche Candé é "surpresa" nas eleições guineenses

Iancuba Dansó (Bissau)
25 de maio de 2023

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) vai concorrer no dia 4 de junho pela primeira vez às eleições na Guiné-Bissau. Liderado por Botche Candé, o partido pode surpreender nos resultados eleitorais, diz analista.

Foto: Iancuba Dansó/DW

Tal como várias formações políticas da Guiné-Bissau, o Partido dos Trabalhadores Guineenses é mais conhecido pela sua sigla - o PTG.

Fundado em 2021, o partido congrega vários antigos membros do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) e apoiantes do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. 

O PTG é liderado por Botche Candé, atual ministro da Agricultura, que foi cinco vezes ministro do Interior da Guiné-Bissau, e assenta a sua campanha eleitoral para as legislativas de junho na unidade nacional. 

"Vamos à campanha [eleitoral] na irmandade, vamos à campanha na amizade e sem insultos. É a orientação que damos a todos os militantes do PTG. Não respondam à provocação", frisou o líder do PTG Botché Candé.

A campanha eleitoral para as legislativas na Guiné-Bissau arrancou a 13 de maio e vai decorrer até 2 de junhoFoto: Iancuba Danso/DW

Rival direto do MADEM-G15

Por ter no seu seio vários militantes oriundos do MADEM-G15, o PTG é visto como o mais direto rival do Movimento para Alternância Democrática e "assume" as regiões de Bafatá e Gabú, no leste do país, como o seu bastião político, onde poderá eleger deputados. 

Para o jornalista Sabino Santos, "está claro que Botche Candé, desde que entrou na política, sempre se elegeu como deputado e tem atuado muito bem". 

Santos recorda ainda "um comício muito concorrido na região de Bafatá", o que demonstra, na opinião do jornalista, "que a aposta do PTG coincide rigorosamente com o bastião do MADEM-G15, que tem sido as duas regiões leste [Bafatá e Gabú]".

Propósitos do PTG nas eleições

Comandado por Botche Candé, um dos veteranos da política guineense, o PTG, que se apresenta pela primeira vez a umas eleições da Guiné-Bissau, não esconde os seus propósitos.

Sabino Santos: "A aposta do PTG coincide rigorosamente com o bastião do MADEM-G15"Foto: Iancuba Dansó/DW

"O PTG foi criado para construir as estradas, para que haja luz e escolas para a nossa juventude. Também foi criado para que haja saúde e para pôr fim à evacuação dos doentes da Guiné-Bissau para Portugal", afirmou Candé. 

Diante do atual cenário político guineense, o jornalista Sabino Santos diz que o PTG não é para subestimar. "A julgar pelos primeiros dias da campanha eleitoral e pelas massas que o partido tem arrastado, conseguir dois, três ou quatro deputados não seria nenhuma surpresa", avalia.

A criação do Partido dos Trabalhadores esteve sempre associada ao Presidente da República, mas Umaro Sissoco Embaló tem negado essa ligação, frisando que ele é do Movimento para Alternância Democrática.

No entanto, em todos os comícios realizados, Botche Candé não se cansa de agradecer ao chefe de Estado guineense, lembrando que a formação do seu partido ocorreu durante o mandato de Embaló.

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