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"Paz" é o grande desejo do edil de Quelimane para 2021

Bernardo Jequete (Chimoio)
30 de dezembro de 2020

Na reta final de 2020, o presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo, diz que é preciso calar as armas o mais rápido possível, pois só assim é que Moçambique se pode desenvolver.

Foto: DW/Marcelino Mueia

Para o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, é preciso dialogar e acabar definitivamente com os ataques no centro de Moçambique, atribuídos à autoproclamada Junta Militar. Só com a paz é que pode haver desenvolvimento, salienta o político da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

"Esperamos nós e fazemos fé para que este conflito se resolva o mais rápido possível", advoga Manuel de Araújo.

O edil acrescenta que "ninguém ganha com a violência", pelo que, no seu entender, é preciso "encontrar caminhos de diálogo para que, entre irmãos, entre moçambicanos, possamos nos entender e trabalhar juntos para tirarmos Moçambique do marasmo económico em que se encontra."

"Moçambique já sofreu bastante"

Na semana passada, o líder da Junta Militar, Mariano Nhongo, anunciou uma suspensão das hostilidades, mostrando-se aberto ao diálogo. Nhongo contesta o líder da RENAMO, Ossufo Momade, rejeitando também o acordo de paz assinado pelo maior partido da oposição e pelo Governo, em agosto de 2019. Na terça-feira (29.12), Momade condenou mais uma vez os ataques da Junta Militar, na região centro, e dos insurgentes, no norte de Moçambique.

Junta Militar da RENAMO e o seu líder, Mariano Nhongo (à esq.)Foto: DW/A. Sebastiao

Na mesma linha do político, o edil de Quelimane repudia igualmente a violência no país e pede a todos os moçambicanos que contribuam para a paz.

"Nós temos de condenar qualquer violência, quer do norte do país, quer a que está a eclodir aqui na zona centro", disse o edil da cidade de Quelimane, acrescentando que ser importante que "todas as forças vivas se envolvam neste projeto de pacificar Moçambique, pois este país já sofreu bastante."

"Eu penso que é chegada a altura de nós termos o diálogo, a paz, como meta fundamental para que possamos alavancar e explorar todos os recursos" e catapultar a economia moçambicana, reforçou Manuel de Araújo.

Impactos da Covid-19

O impacto económico da pandemia de coronavírus em Moçambique foi grande, lembra o edil. As restrições afetaram vários setores, muitos comerciantes viram as receitas reduzir significativamente e, por consequência, também os municípios dispõem agora de menos recursos.

"A pandemia afetou a área de captação dos recursos", afirma o autarca. Por exemplo, nas barracas, que são uma das fontes de rendimento das famílias e também dos municípios. "A limitação da área de negócios afetou os planos que nós tínhamos estabelecido. Ao nível central, houve também uma redução na disponibilização de recursos porque o governo central sofreu igualmente dos impactos da Covid-19."

O edil de Quelimane esteve no fim de semana passado em Chimoio, capital provincial de Manica, à margem do lançamento da campanha denominada "Município nas tuas mãos", que visa descentralizar o sistema tributário ao nível dos 33 bairros da cidade. O evento contou com a presença de 16 edis de outros pontos do país.

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