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Paz tarda em chegar ao Sudão do Sul

17 de novembro de 2011

Os conflitos mortíferos no Sudão do Sul passam despercebidos, as atenções continuam viradas para o conflito fronteiriço entre o Norte e Sul do Sudão. A paz está longe de ser uma realidade no mais novo país do mundo.

Sudaneses do Sul numa mediação de conflitoFoto: DW

Os conflitos entre diferentes comunidades do Sudão do Sul por causa da água, terra ou outros recursos continuam a acontecer. O governo é considerado impotente e incapaz de lidar com a violência que ameaça a estabilidade do país. Mas existem sudaneses do sul que tentam pôr fim aos conflitos.


O pomo da discórdia entre os clãs de Loguri e de Yondu é um pequeno pedaço de terra próximo de uma estrada que vai do Sudão do Sul até Uganda. Fortes chuvas acabam de cair sobre a vegetação verde e alta. Todos sabem depois que os camiões terão muitas dificuldades para circularem na estrada cheia de lama. Existem apenas as ruinas das casas de barro a ocupar a terra - mas o conflito já se tornou violento.

De que lado está a razão?

Pastino Lokujakia Ambo é um idoso do clã Yondu, ele conta que os clãs têm lutado um contra o outro.

O Sudão do Sul conseguiu a independência, mas agora tem de resolver as disputas internas pelos recursos naturaisFoto: DW

O idoso conta: "As pessoas têm disparado com arco e flecha. Algumas pessoas foram prejudicadas e o clã Loguri usou armas de fogo para disparar contra os Yondu. Algumas casas também foram queimadas." Entretanto, a solução para o problema não surge, de acordo com Lokujakia Ambo o caso já foi reportado às autoridades, mas nada aconteceu.

Até 2002, os Loguri e o Yondu viviam em paz nesta aréa. Depois o clã Loguri tomou medidas para implementar façanhas e ameaças para desalojar os residentes de Yondu na região. Ninguém sabe dizer quem tem razão. Conflitos por causa de terras são comuns desde o fim da guerra civil em 2005.

Peter Tibi é diretor executivo da "Reconciliar", uma organzação especializada em resolução de conflitos e conta que durante a guerra muitas pessoas foram desalojadas ou fugiram para outros países africanos e agora com a paz o número de pessoas multiplicou-se.

"Cada família quer o seu próprio pedaço de terra, só que com a multiplicação de pessoas, elas lutam por terras." explica Peter Tibi.

Crianças num campo de refugiados em Lasu, Sudão do SulFoto: DW

A impotência das autoridades

Segundo Tibi "Vê-se que quando existe um conflito, as pessos usam as suas armas. E se todas as armas forem confiscadas, essas pessoas depois tornam-se agricultores ou pastores e assim teremos paz nas comunidades sem armas."

A organzação de Peter Tibi já começou a mediar o conflito entre os Loguri e os Yondu para tentar evitar o aumento do conflito. Mas noutras áreas do Sudão do Sul, as querelas continuam.


Autora: Daniel Pelz / Nádia Issufo
Edição: António Rocha

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