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22 feridos no Chade em manifestação contra junta militar

com agências
8 de maio de 2021

Pelo menos 22 pessoas ficaram hoje feridas no Chade depois de a polícia ter dispersado manifestações contra a junta militar, que assumiu o poder após a morte do Presidente Idriss Déby Itno, em abril.

Tschad N'Djamena | Proteste und Gewalt
Foto: Sunday Alamba/AP/picture alliance

De acordo com Max Loalngar, coordenador do movimento Wakit Tamma (que significa “a hora chegou”), a intervenção da polícia nas manifestações de hoje causou 22 feridos, seis dos quais se encontram em estado grave.

O responsável por este movimento, formado por partidos políticos e organizações da sociedade civil, que protesta contra o poder da junta militar, disse, citado pela agênicia de notícias espanhola EFE, que o Chade está perante “um poder ilegítimo e ilegal, mas sobretudo sádico”.

Loalngar afirmou à EFE que o Governo chadiano disse, na sexta-feira, “que as marchas estavam autorizadas”, mas depois deu ordens para dispersar.

As autoridades militares proibiram na sexta-feira (07.05) reuniões agendadas pela Wakit Tamma, uma coligação de partidos de oposição e representantes da sociedade civil, que convocou manifestações contra o Conselho Militar de Transição (CMT), liderado pelo filho de Idriss Déby, Mahamat Idriss Déby, que concentra quase todos os poderes.

De acordo com a Agência France-Presse (AFP), a polícia está "fortemente destacada" nas ruas da capital e no 6.º distrito de N'Djamena, no sul da cidade, usou gás lacrimogéneo para dispersar uma tentativa de comício na First Africa Square.

A norte, no 5.º distrito, um pequeno grupo de manifestantes queimou bandeiras francesas, divulgou a AFP.

A França foi acusada pela oposição de apoiar o novo poder, depois de o Presidente Emmanuel Macron ter estado em N'Djamena para se encontrar com as novas autoridades, por ocasião do funeral do marechal Déby, tendo sido o único chefe de Estado ocidental a marcar presença.

Polícia do Chade dispersa manifestações contra junta militarFoto: Sunday Alamba/AP/picture alliance

Desde a morte do Presidente Déby, Mahamat Idriss Déby dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu o título de Presidente da República, apoiado por 14 generais leais ao seu pai.

Vítimas mortas

Em 27 de abril, seis pessoas foram mortas em N'Djamena e no sul do Chade, segundo as autoridades, nove segundo uma ONG local, durante manifestações convocadas pela oposição e pela sociedade civil, e proibidas pelas autoridades. Mais de 600 pessoas foram presas.

No último domingo, a junta militar instituiu por decreto um Governo de transição composto por 40 ministros e secretários de Estado, estando quase todos os cargos nas mãos de membros do Movimento de Salvação Patriótica (MPS), partido de Idriss Déby.

Dois membros do partido do adversário histórico do Marechal Déby, Saleh Kebzabo, entraram no Governo de transição.

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