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PolíticaÁfrica do Sul

Pelo menos sete mortos em distúrbios na África do Sul

DW (Deutsche Welle) | Lusa
12 de julho de 2021

Pelo menos 200 pessoas foram detidas e sete morreram nas ações violentas contra a prisão do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma, que afetam pelo quinto dia consecutivo várias áreas de KwaZulu-Natal e Gauteng.

Südafrika Ex-Präsident Zuma tritt Haftstrafe an | Protest
Foto: Rogan Ward/REUTERS

De acordo com a polícia, pelo menos cinco pessoas morreram em distúrbios armados na Grande Joanesburgo e outras duas no KwaZulu-Natal desde o início das ações violentas na passada quinta-feira (08.07).

Pilhagens a lojas e centros comerciais, assaltos, intimidação, confrontos armados com as forças de segurança e veículos incendiados prosseguiram na manhã desta segunda-feira (12.07), pelo quinto dia consecutivo, nomeadamente na capital económica Joanesburgo.

Médicos de uma clínica hospitalar no bairro de Hillbrow, em Joanesburgo, relataram a entrada de um bebé de seis meses com um tiro na cabeça, um homem esfaqueado até quase à morte, violência entre pacientes hospitalizados e uma tentativa de assalto da clínica por um 'gang' local, salientando que "o cenário é de guerra".  

Protestos em DurbanFoto: AFP/Getty Images

Em Durban, as forças policiais confrontaram esta manhã, com munição real, manifestantes armados na autoestrada N2, segundo a imprensa local. "Há pilhagens no centro da cidade. Pessoas em áreas do KwaZulu-Natal estão a juntar-se, e a armarem-se com armas de fogo, tacos de golfe e bastões de críquete. As tensões estão ao rubro", relatou esta manhã uma repórter do portal sul-africano News24 na cidade portuária de Durban.

No norte da cidade de Pietermaritzburg, capital do KwaZulu-Natal, província que faz fronteira com Moçambique, grupos armados montaram operações de segurança à entrada de estabelecimentos comerciais e áreas residenciais, adiantou.  

Pena de prisão causa motins

Os incidentes na província de KwaZulu-Natal, onde nasceu o antigo chefe de Estado, começaram na sexta-feira (09.07), depois de Jacob Zuma se ter entregadona quarta-feira (07.09) às forças de segurança. O ex-Presidente deve cumprir uma pena de prisão de 15 meses por desacato, por não comparecer para testemunhar perante a comissão que investiga a corrupção durante o seu mandato.

No domingo (11.07), o Presidente Cyril Ramaphosa avisou que não vai tolerar atos de criminalidade: "Embora algumas pessoas possam estar magoadas e zangadas, neste momento, nunca pode haver qualquer justificação para violência e ações destrutivas. Vamos ser claros: como nação, não vamos tolerar quaisquer atos de criminalidade. Não vamos tolerar atos de vandalismo. Quem se envolver em atos de violência vai ser detido e julgado."

Continuam os motins contra a prisão de Jacob ZumaFoto: Yeshiel/Xinhua/picture alliance

As autoridades estão também a investigar a morte de um homem de 40 anos atingido a tiro, em Joanesburgo, durante os violentos protestos que já provocaram, segundo várias agências de notícias internacionais, danos no valor de milhões de dólares.

Cyril Ramaphosa avisa que "o impacto da violência pública contra a indústria do transporte rodoviário e a destruição das autoestradas que servem de artérias económicas vão afetar também aqueles que organizam e cometem este tipo de crimes."

Tribunal analisa recurso de Zuma

Hoje, o Tribunal Constitucional deverá analisar um recurso de Jacob Zuma contra a sua sentença por desobediência judicial, depois de ter sido rejeitado um pedido de adiamento da pena, na sexta-feira, pelo Supremo.

O ex-Presidente, de 79 anos, deverá receber liberdade condicional após cumprir um quarto da sua pena de 15 meses de prisão, a menos que o seu recurso perante o Tribunal Constitucional seja bem-sucedido.

Zuma é o primeiro ex-Presidente sul-africano da era democrática a ser preso desde o fim do apartheid, em 1994. Além da investigação à corrupção durante o seu mandato, entre 2009 e 2018, o ex-chefe de Estado enfrenta outros problemas legais, entre eles acusações relacionadas com subornos, que alegadamente terá recebido durante um negócio de aquisição de armas pela África do Sul em 1999.

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