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CriminalidadeMoçambique

PGR de partida: "Buchili sai pela porta pequena"

3 de dezembro de 2024

Presidente moçambicano anunciou a exoneração da Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, após o fim de mandato. Analista critica Buchili por não responder satisfatoriamente a queixas de crimes violentos.

Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili
Beatriz Buchili termina o mandato à frente da Procuradoria-Geral da República de MoçambiqueFoto: DW/R. da Silva

Beatriz Buchili sai pela porta dos fundos da Procuradoria-Geral da República, comenta o jurista e criminalista José Capassura em declarações à DW África.

Capassura entende que o mandato de Buchili foi caraterizado por um "festival de incompetências", e cita o fracasso no combate a crimes como raptos, tráfico de drogas, branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

"O pico incidiu no silêncio ensurdecedor no que respeita aos ilícitos eleitorais envolvendo membros da CNE, STAE e do partido no poder, a FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique]", diz o jurista.

Pontos positivos e negativos

No seu último informe anual, em abril, Beariz Buchili destacou a criação de um Serviço de Investigação Criminal com fundos e estruturas próprias para combater crimes violentos.

"Continuando o SERNIC a funcionar em seis edifícios próprios e outros arrendados e alguns sem mínimas condições, isso compromete a seriedade dos serviços atendendo à natureza e atividade deste órgão", salientou Buchili.

Para o jurista e criminalista José Capassura, os "aspetos negativos" da era de Buchili superam os pontos positivos.

O próximo timoneiro da Procuradoria-Geral da República chama-se Américo Letela.

A tarefa do novo procurador não será fácil, entende o criminalista José Capassura: Ele "vai encontrar uma instituição que afirmou ter incapacidade para investigar crimes de rapto."

A procuradora Beatriz Buchili assumiu o cargo em agosto de 2014 e estava fora do mandato há quase dois meses.

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