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PM britânico determinado em manter voos para Ruanda

Lusa
14 de junho de 2022

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que o Governo não será "intimidado ou afetado" e que vai prosseguir com o plano de enviar migrantes ilegais para o Ruanda. Iniciativa tem sido amplamente criticada.

Manifestação em Londres contra medida do Governo britânio Foto: Wiktor Szymanowicz/AA/picture alliance

Durante o conselho de ministros semanal, Johnson garantiu que as numerosas críticas, "algumas de quadrantes ligeiramente inesperados", não o vão dissuadir de implementar a política controversa, que também foi contestada nos tribunais.

A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.

"Vamos manter o nosso objectivo, que é o de garantir que fazemos uma distinção clara - que penso que todos podem apreciar ser justa e razoável - entre imigração legal para este país por vias seguras e legais, que apoiamos, defendemos e protegemos porque todos compreendemos os benefícios que traz, e migração ilegal perigosa através do Canal da Mancha, que pretendemos travar", justificou.

Demover bandos criminosos

O líder conservador manteve que a deportação de requerentes de asilo recém-chegados, essencialmente homens solteiros, para o Ruanda é a única forma de demover os bandos criminosos que organizam a travessia marítima de França para a Grã-Bretanha.

Boris Johnson garantiu que as numerosas críticas não o vão dissuadir de implementar a política controversaFoto: James Veysey / Avalon/picture alliance

Johnson passou esta mensagem horas antes de o primeiro voo descolar para o país africano, esta noite, embora ainda não se saiba quantos imigrantes estarão a bordo devido a uma série de ações judiciais individuais pendentes nos tribunais britânicos.

O executivo disse que o avião vai partir mesmo que transporte apenas um passageiro, a fim de criar um precedente para os traficantes de pessoas.

O Tribunal de Recurso britânico recusou na segunda-feira suspender a descolagem de aviões até julho, quando está previsto um julgamento para determinar se o plano do governo é legal, na sequência de uma acção judicial intentada por sindicatos e organizações não-governamentais.

Ruanda pronto a acolher migrantes

Entretanto, o Governo do Ruanda voltou esta terça-feira (14.06) a defender o controverso acordo, dizendo-se pronto a receber milhares no quadro deste programa "inovador".

A porta-voz do Governo, Yolande Makolo, disse em conferência de imprensa em Kigali, capital do Ruanda, que o acordo constitui "uma solução para um sistema de asilo mundial defeituoso".

"As pessoas podem ter a sua opinião sobre este programa em função da sua origem ou da forma como ele é descrito nos ‘media’. Mas para nós trata-se de fazer parte de uma solução para um sistema de asilo mundial defeituoso", disse.

Acrescentou ainda: "Estamos felizes por acolher milhares ao longo do programa. O nosso Presidente comprometeu-se a acolher mais de 30 mil, por isso temos capacidade para fazê-lo", afirmou.

Artigo atualizado às 18h52 (CEST) 

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