1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
CriminalidadeMoçambique

PODEMOS acusa polícia de matar delegado em Búzi

Arcénio Sebastião (Beira)
16 de janeiro de 2025

Foi morto a tiro um delegado do PODEMOS no distrito de Búzi, no centro de Moçambique. Um grupo de homens armados, desconhecidos, balearam o delegado. O partido acusa a polícia, que ainda não se pronunciou sobre o caso.

Bandeira do PODEMOS durante a campanha eleitoral em Moçambique, em outubro de 2024
Foto de arquivoFoto: N. Issufo/DW

O delegado do partido PODEMOS, Sande António, tinha 30 anos de idade. Foi encontrado morto, esta quinta-feira, na sua casa, no distrito de Búzi, província de Sofala.

Vale Magalhães, mandatário do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), contou o que aconteceu aos jornalistas: "Por volta da 01:00, ele mandou-me uma mensagem a dizer que a sua casa já estava cercada", relatou.

"Depois da mensagem, já não conseguia mais falar com ele, mas quando amanheceu, o sobrevivente que estava com ele, que também foi baleado no braço, ligou-me e ele foi alvejado mortalmente."

O PODEMOS culpa a Polícia da República de Moçambique pelo que aconteceu. Contactado pela DW, o porta-voz da corporação, Dércio Chacate, não se predispôs, para já, a falar sobre o assunto.

Delegado foi ameaçado de morte

A morte de Sande António ocorre um dia depois da tomada de posse do novo Presidente da República, Daniel Chapo, após eleições bastante contestadas pela oposição e sociedade civil.

A onda de protestos desencadeou perseguições e assassinatos de políticos apoiantes de partidos da oposição.

Sande António era ameaçado de morte desde o dia das eleições gerais, 9 de outubro, quando, juntamente com os seus correligionários, terá abortado uma tentativa de enchimento das urnas em Bándua. O incidente culminou com uma morte e dois feridos pela polícia.

Pós-eleições: Académico denuncia intolerância em Moçambique

29:45

This browser does not support the video element.

Na altura, o porta-voz da polícia Dércio Chacate declarou à imprensa que estava "a realizar diligências visando localizar o delegado" do PODEMOS, Sande António, porque, "das informações colhidas no local, a vandalização foi efetivamente sob a sua orientação."

Depois desta ação de busca das autoridades, Sande António andou foragido. Só regressou após a tomada de posse dos deputados e do novo Presidente, por considerar que a situação estaria calma.

O mandatário do PODEMOS Vale Magalhães insiste que a culpa é da polícia: "São três tiros, um na cabeça, um no peito e nas costas. A polícia foi quem havia cercado a casa, então foi a mesma polícia que baleou", denunciou.

A DW continua a aguardar um pronunciamento das autoridades.

Saltar a secção Mais sobre este tema