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PODEMOS nega crise após racha por eleição interna

3 de junho de 2025

À DW, porta-voz do PODEMOS classifica como "infundadas" acusações de fraude feitas por Alberto Ferreira, candidato a secretário-geral do partido, e afirma que "o processo para o cargo ainda não terminou".

O PODEMOS ganhou destaque desde que declarou apoio à candidatura presidencial de Venâncio Mondlane nas eleiçõe de 2024
O PODEMOS ganhou destaque desde que declarou apoio à candidatura presidencial de Venâncio Mondlane nas eleiçõe de 2024Foto: N. Issufo/DW

Em Moçambique, o partido PODEMOS nega qualquer crise interna, mesmo após um de seus membros ter acionado a justiça para tentar suspender a segunda volta das eleições para secretário-geral. Formado por dissidentes do partido no poder, a FRELIMO, o PODEMOS ganhou destaque desde que declarou apoio à candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, em agosto de 2024.

Em entrevista à DW, o porta-voz do partido, Duclécio Chico, disse que o partido desconhece os motivos que levaram Alberto Ferreira a apresentar a providência cautelar, garantindo que o tema será resolvido pelas instâncias internas. Ele também classificou como "infundadas" as acusações de fraude na primeira volta e afirmou que Ferreira "não se identifica com a organização".

Questionado pela DW África sobre como avalia o posicionamento de Alberto Ferreira quanto à eleição como candidato do partido, o porta-voz destacou que Ferreira "tinha renunciado à candidatura" e reforçou que não há qualquer irregularidade no processo.

Duclécio Chico (DC): Primeiro, esse processo ainda não terminou. É um processo que ainda está em andamento. Estamos a falar da 11.ª Central que tinha como ponto principal e máximo a eleição do secretário-geral, com quatro candidatos ao cargo de secretário-geral, dos quais dois foram apurados e, na altura, o compatriota Alberto Ferreira tinha renunciado à candidatura. Isso também mostra que o processo está em andamento. Mas o partido PODEMOS ainda está a rever este processo, porque, afinal de contas, estamos ainda em trâmite para a eleição do secretário-geral.

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DW África: Agora, por que é que o membro do PODEMOS, Sr Alberto Ferreira precisou recorrer? Confirma uma crise interna no partido?

DC: Não, não é uma crise interna do partido PODEMOS. Desconhece-se a razão da atribuição dessa providência cautelar por parte do Sr. Alberto Ferreira, porque, como uma organização estruturada e estrutural, temos órgãos decisórios no partido — muito antes de sair para as questões jurídicas.

DW África: Alberto Ferreira criticou ontem, em entrevista à DW, alegadas irregularidades cometidas pelo atual secretário-geral Sebastião Mussanhane. Além disso, falou em suspeitas de fraude na primeira volta, além de indícios sobre a autoria desses atos ilícitos. Considerando que Ferreira optou por não revelar nomes, como responde a essas acusações?

DC: São acusações infundadas de um membro que não se revê na organização. Quando nós tiramos problemas para fora, estamos a dizer que desconhecemos alguns processos internos.  E isso deixa a desejar. Uma das questões também foi a renúncia da sua candidatura "de viva voz" que o mesmo fez durante a sessão do debate, a sessão do encontro do Conselho Central. Não nos revemos nisso. Não houve nenhuma irregularidade, porque o processo foi aberto para todos. A imprensa estava no local para verificar aquando da votação. O que sucede é que nenhum dos quatro candidatos teve a maioria absoluta e isto é que está em voga neste momento. 

DW África: O senhor afirma que o Sr. Alberto Ferreira renunciou à candidatura. Mas ele não dá sinais disso... O senhor considera que com essas, pelo que vemos, "crispações”, o ambiente no partido é mesmo bom?

DC: O ambiente [no partido] é bom. Estamos a realizar a primeira Reunião Nacional de Formação e Planificação. Isso mostra que estamos coesos em termos de ideais. Estamos felizes em termos de formação política. Vamos ao mesmo discutir e planificar as questões do partido para os próximos momentos. Estamos a organizar-nos melhor ainda. Então, significa que o partido PODEMOS está, neste momento, a trabalhar para o crescimento massivo não só do partido — mas também a nível do eleitorado moçambicano.

DW África: Então, como o partido pretende lidar com essa questão que envolve o Sr. Alberto Ferreira daqui para a frente?

DC: Nós somos um partido e temos militantes e estruturas que tratam destes assuntos. Temos o Conselho central, temos o conselho político e essas estruturas vão saber lidar com este processo e, em seguida, nós iremos comunicar-nos para mais detalhes. Mas, neste momento, as estruturas internas é que vão tratar.

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