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Polícia moçambicana sem desenvolvimentos sobre caso Cistac

Nádia Issufo10 de março de 2015

Uma semana após o assassinato de Gilles Cistac, a polícia moçambicana ainda não apresentou dados consistentes sobre a investigação. Velório do constitucionalista realiza-se na tarde desta terça-feira (10.03), em Maputo.

Gilles Cistac, de 53 anos, foi assassinado há uma semanaFoto: A Verdade

O corpo de Gilles Cistac segue na quinta-feira (12.03) para França, a sua terra natal, onde será enterrado. O constitucionalista, conhecido por defender teses nem sempre favoráveis à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, foi assassinado a tiro na terça-feira (03.03) da semana passada por desconhecidos, à saída de um café no centro da capital, Maputo.

Até ao momento, a Polícia da República de Moçambique (PRM) não deu a conhecer novos elementos sobre o homicídio do constitucionalista, alegando que assim não põe em causa a investigação. Na última sexta-feira (06.03), o ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, garantiu que já havia pistas.

A DW África falou sobre as investigações com o porta-voz do comando da polícia da cidade de Maputo, Orlando Mudumane.

DW África: Qual o ponto de situação das investigações sobre o assassinato de Gilles Cistac?

Orlando Mudumane, porta-voz do comando da polícia de MaputoFoto: Privat

Orlando Mudumane (OM): A polícia está a trabalhar neste momento no sentido de esclarecer o caso. Estamos numa fase de instrução, que tem um carácter secreto para bem da própria investigação. Neste momento não há nenhum dado que possa ser tornado público sob pena de pôr em causa a própria investigação. Mas o que se garante é que várias linhas operativas da PRM, sobretudo da Polícia de Investigação Criminal, estão no terreno no sentido de neutralizar os autores do macabro crime, para que sejam responsabilizados.

Indivíduos especializados neste tipo de crime estão a trabalhar para que essas pessoas sejam encontradas e responsabilizadas, leve o tempo que levar. Queremos tranquilizar os moçambicanos e a família do malogrado. A polícia está a fazer tudo e vai encontrar esses indivíduos, que serão levados à barra do tribunal.

DW África: Algumas pessoas em Moçambique dizem que a polícia não terá respeitado os procedimentos de perícia na altura do crime. Confirma?

OM: A polícia dirigiu-se ao local do crime e fez o que tinha de fazer nos primeiros momentos, logo que chegou ao local. As pessoas são livres de fazer o ajuizamento que entenderem. Se houve uma ou outra falha, isso não significa que a polícia não esteja interessada em esclarecer o crime. Se houve uma ou outra falha, são falhas inerentes ao próprio trabalho - pequenas falhas que foram pontualmente corrigidas. E neste momento o que interessa é que as pessoas confiem na capacidade da Polícia da República de Moçambique, nas pessoas que estão no terreno a investigar este caso para encontrar os responsáveis por este macabro crime.

DW África: Confirma que a PRM terá solicitado a ajuda da Polícia Internacional (Interpol) para este caso?

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OM: Não confirmo, não tenho essa informação. Mas quero garantir que a Polícia de Moçambique irá fazer tudo o que for necessário para esclarecer este crime. Se houver necessidade disso, poderá fazê-lo, mas neste momento não confirmo essa situação.

DW África: A PRM sente que tem capacidade para conseguir neutralizar este tipo de criminosos?

OM: Tem capacidade, sim. Como disse, é preciso que as pessoas confiem no trabalho que a polícia está a fazer, que confiem na PRM. A Polícia da República de Moçambique tem capacidade para esclarecer qualquer tipo de crime. Pode levar o tempo que levar, mas a seu tempo o caso será esclarecido. A polícia já esclareceu tantos outros casos e acredita-se que este também será esclarecido.

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