A polícia deteve cinco pessoas e agrediu manifestantes esta terça-feira (05.02), em Quelimane, alegando que a marcha não teve autorização. Objetivo da marcha era apoiar o edil eleito que deverá tomar posse esta semana.
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Centenas de apoiantes da RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, foram para as ruas de Quelimane, esta terça-feira (05.02), com dísticos e cânticos, pedir que o antigo edil Manuel de Araújo volte ao poder.
Mas a polícia reprimiu o protesto. Os manifestantes não percorreram sequer 20 metros. Agentes da polícia agrediram e detiveram cinco pessoas, incluindo uma mulher. Houve manifestantes que foram arrastados pelo chão e agredidos com chambocos. A polícia também disparou para o chão, para dispersar o grupo.
Nhama Matabico, jornalista do "Diário da Zambézia" também foi agredido: "Eu estava a filmar e acabaram-me agredindo. Graças a Deus estou bem, só o facto é que perdi o telefone e tenho alguns ferimentos nas minhas mãos. Só tenho que lamentar, a polícia acabou me agredindo em pleno exercício da minha atividade."
Repressão policial contra marchas da RENAMO
01:26
Marcha ilegal, diz a polícia
Um oficial da polícia, que não se quis identificar, disse que a marcha era ilegal e que estava apenas a fazer o seu trabalho: "É nossa obrigação, como cumpridores da lei, cumprimos e fazemos cumprir a lei. A polícia não sabe, o município muito menos, então não podemos permitir que seja embaraçado o trânsito na cidade."
A marcha foi convocada para esta terça-feira (05.02) de manhã por causa de rumores que circulam em Quelimane de que Manuel de Araújo poderá não conseguir tomar posse na quinta-feira (07.02) - o dia da tomada de posse de todos os edis em Moçambique.
Manuel de Araújo venceu as eleições autárquicas em Quelimane, em outubro passado. Mas ainda se especula sobre se um acórdão do Tribunal Administrativo, que levou à perda do mandato anterior de Araújo, o impedirá de assumir o novo mandato.
RENAMO garante que Manuel de Araújo vai tomar posse
Polícia reprime marcha organizada pela RENAMO em Quelimane
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"A única informação que nós temos é que ele vai tomar posse. Não existe nenhuma informação oficial que diz que ele não vai tomar posse. O resto são especulações. Nós, como partido RENAMO, temos certeza que o nosso cabeça de lista, Manuel de Araújo, vai tomar posse no dia 7", afirma Latifo Charifo, delegado da RENAMO.
Quelimane tem vivido dias tensos com o aproximar da tomada de posse. O atual presidente interino do Conselho Autárquico de Quelimane, Domingos de Albuquerque, afirmou que, depois de Manuel de Araújo sair, encontrou os cofres completamente vazios: "Não temos dinheiro no Conselho Municipal. O Conselho Municipal de Quelimane está sem dinheiro. Precisamos conversar com os representantes da tutela administrativa e do governo provincial para vermos qual é a saída."
Segundo Domingos de Albuquerque, do MDM, a segunda maior força da oposição, os membros da Assembleia Municipal estão sem salários há quatro meses.
Autárquicas: Quem venceu nas principais cidades de Moçambique
Os resultados eleitorais das eleições autárquicas moçambicanas dão a vitória ao partido no poder em 44 municípios. A RENAMO, a principal força da oposição, venceu em sete autarquias. O MDM conquistou apenas a Beira.
Foto: DW/S. Lutxeque
Eneas Comiche, edil da capital entre 2004 e 2008, venceu em Maputo
Segundo o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE), a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) saiu como grande vencedora em Maputo com 56,95% dos votos, contra os 36,43% da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) foi a terceira força política mais votada com 5,13%.
Foto: DW/R. da Silva
Com margem estreita, Calisto Cossa conquista segundo mandato na Matola
No município da Matola, a FRELIMO foi considerada vencedora com 48,05% dos votos, contra os 47,28% da RENAMO, uma diferença inferior a um ponto percentual. A vitória da FRELIMO foi, no entanto, contestada pela oposição. Membros da Comissão Distrital de Eleições disseram mesmo que houve fraude eleitoral.
Foto: DW/Leonel Matias
Emídio Xavier, da FRELIMO, eleito pelo município de Xai-Xai
Na província de Gaza, concretamente na cidade de Xai-Xai, a FRELIMO venceu com 81,21% dos votos contra apenas 12,36% da RENAMO. Em 134 mesas, Xai-Xai registou 53,90% de votos válidos e uma abstenção de 43,86%.
Foto: DW/C. Matsinhe
Benedito Guimino, da FRELIMO, reeleito em Inhambane
Na cidade de Inhambane, capital provincial, a FRELIMO arrasou com 79,50% contra os 15,55% da RENAMO. Sobraram apenas 4,95% para o MDM. Inhambane contou com 65 mesas de voto e uma abstenção de 35,14%.
Foto: DW/L. da Conceição
Daviz Simango, líder do MDM, mantém-se na Beira
Na cidade da Beira, província de Sofala, o MDM conseguiu a única vitória neste sufrágio. A terceira força parlamentar arrecadou 45,77% dos votos. Em segundo lugar, ficou a FRELIMO com 29,26%. Em terceiro, surge a RENAMO com 24,57%. Neste município registou-se uma abstenção de 36,65%.
Foto: DW/A. Sebastiao
João Ferreira foi aposta da FRELIMO na cidade de Chimoio
Em Chimoio, província de Manica, a FRELIMO obteve maioria absoluta com 52,51% da votação. A RENAMO garantiu 44,51% dos votos válidos. Nesta cidade do centro do país havia 220 mesas e, curiosamente, não foram contabilizados quaisquer votos nulos ou brancos.
Foto: DW/M. Muéia
Manuel de Araújo reeleito em Quelimane - desta vez pela RENAMO
Na província da Zambézia, cidade de Quelimane, a RENAMO venceu com 59,17% da votação contra os 36,09% arrecados pelo partido no poder, a FRELIMO. Quelimane com 168 mesas de votos registou uma taxa de abstenção de 34,72%. Do total de votos, 61,39% foram considerados válidos.
Foto: picture-alliance/dpa
César de Carvalho volta à edilidade de Tete, que liderou entre 2004 e 2013
Na província de Tete, na cidade com o mesmo nome, a FRELIMO levou a melhor com 54,49% contra os 43,02% da RENAMO, num universo de 57,04% votos considerados válidos. Nesta província do Centro Norte de Moçambique havia 184 mesas de voto.
Foto: DW/A.Zacarias
RENAMO vence em Nampula com atual edil Paulo Vahanle
Em Nampula, a RENAMO obteve mais votos do que o partido no poder. 59,42% dos munícipes votaram no principal partido da oposição, contra os 32,20% que votaram na FRELIMO. O MDM surge em terceiro com 6,23%. Nesta cidade contabilizaram-se 196.230 votos válidos, o que corresponde a 57,30% do total da votação. Em Nampula havia 456 mesas de voto.
Foto: DW/S. Lutxeque
FRELIMO vence no município de Lichinga
Na cidade de Lichinga, na província do Niassa, a FRELIMO ganhou com 51,93% contra os 45,19% da RENAMO. O MDM garantiu o terceiro posto com apenas 2,88%. A abstenção situou-se nos 41,91%.
Foto: DW/M. David
Em Pemba, venceu Florete Simba Motarua da FRELIMO
Na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, a vitória foi alcançada pela FRELIMO que arrecadou 54,21% dos votos. A RENAMO não foi além dos 39,01%. Pemba com 134 mesas de votos contabilizou 56,23% de votos válidos. A taxa de abstenção nesta cidade nortenha foi de 40,87%.