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População ainda não pode regressar a Mocímboa da Praia

Lusa
13 de agosto de 2021

Governador de Cabo Delgado, norte de Moçambique, afirma que ainda não há condições para o retorno da população que fugiu dos ataques armados em Mocímboa da Praia, considerando que as operações de limpeza continuam.

BG I Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
Foto: Roberto Paquete/DW

"A vila de Mocímboa da Praia está livre dos terroristas, entretanto, as duas forças [de Moçambique e Ruanda] estão de acordo com o que nós emitimos: nas condições em que a vila está, nós não podemos aconselhar as nossas populações a voltarem", disse Valige Tauabo, que visitou esta quinta-feira (12.08) a vila sede de Mocímboa da Praia.

Em causa está o anúncio, no domingo, da reconquista da vila de Mocímboa da Praia, considerada por muitos a "base" dos grupos insurgentes que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado desde 2017. A operação foi conduzida por uma força conjunta que integra militares de Moçambique e do Ruanda, país africano que tem, desde o início de julho, cerca de mil militares e polícias em Cabo Delgado para apoiar Moçambique na luta contra os grupos armados.

As primeiras imagens divulgadas pela imprensa moçambicana mostravam uma vila quase fantasma e com várias infraestruturas destruídas, entre hospitais, escolas e empresas, além das instalações do porto e do aeroporto.

Segundo o governador da província de Cabo Delgado, as comunidades só podem regressar à vila após a conclusão do trabalho da força conjunta nos bairros nos arredores da vila. "Limpeza está em curso", frisou o governador da província.

Aeródromo precisa de novo investimento

Entretanto, o aeródromo de Mocímboa da Praia precisa de um novo investimento para voltar a funcionar, após ter sido destruído pelos grupos armados que ocuparam a zona durante 15 meses, anunciou a empresa Aeroportos de Moçambique (ADM).

"Tudo está queimado, tudo está em cinzas", disse Eduardo Mutereda, diretor operacional da ADM, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique.

Mutereda avançou que o equipamento de controlo de aeronaves foi completamente danificado durante a ocupação da vila de Mocímboa da Praia por rebeldes, em 23 de março de 2020. "Estamos a fazer o inventário e vamos fazer um estudo mais pormenorizado sobre as necessidades de um novo investimento", declarou.

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