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TerrorismoPortugal

Portugal quer prorrogar formação dos militares moçambicanos

Lusa
14 de fevereiro de 2024

Chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, disse hoje que Portugal vai propor à União Europeia a renovação da missão de formação militar das forças armadas moçambicanas, que termina em setembro.

João Gomes Cravinho, ministro português dos Negócios Estrangeiros
João Gomes Cravinho: "Portugal tem-se empenhado bastante no reforço da capacitação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique"Foto: Ministério da Defesa Nacional de Portugal

Em entrevista à agência Lusa, depois dos contactos institucionais e bilaterais que manteve hoje em Adis Abeba, à margem da 44.ª sessão ordinária do Conselho Executivo da União Africana, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, salientou que "Portugal tem-se empenhado bastante no reforço da capacitação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique".

"Fizemo-lo primeiro a nível bilateral e depois ganhando outra escala, através do processo de convencer a União Europeia a montar a missão de formação, sempre liderada por Portugal e com cerca de dois terços dos seus efetivos sendo portugueses", salientou.

A continuidade da Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ, na sigla em inglês), tinha já sido defendida pela ministra da Defesa de Portugal, Helena Carreiras, numa visita a Maputo, em dezembro, considerando fundamental a consolidação do trabalho já realizado nos mesmos "moldes ou em moldes revistos".

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros adiantou que "essa missão vai terminar o seu mandato em setembro" e que atualmente está a ser discutido "o que vai acontecer a seguir" sendo que Portugal defende que "tem de ter três componentes", como explicou.

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Em primeiro lugar trata-se de dar continuidade ao treino militar que tem sido assegurado e que já resultou na formação de 11 companhias.

"Por um lado, há necessidade de aumentar e alargar para mais efetivos militares e forças especiais, para que Moçambique possa assegurar as suas próprias necessidades de defesa", detalhou.

Em segundo lugar, e porque "tem de haver uma melhor ligação entre a formação e a realidade no terreno", importa subir o nível da formação dos militares moçambicanos.

"Trata-se de passar da formação básica para, num primeiro momento, uma formação mais abstrata. E isso significa que num novo mandato deve haver possibilidade de melhor aprendizagem das lições obtidas em Cabo Delgado no terreno. Isso deve contribuir para a própria formação", acrescentou, referindo-se à província do norte de Moçambique onde o fundamentalismo islâmico ameaça a estabilidade moçambicana e da região.

"E em terceiro lugar, acreditamos que é fundamental também apoiar as necessidades de equipamento das forças armadas moçambicanas, porque forças armadas precisam de equipamento", adiantou.

"Forças armadas por mais bem treinadas que sejam, se não tiverem o equipamento, não conseguem cumprir a sua missão e, portanto, são esses três componentes que nós apresentamos em Bruxelas, como sendo a nossa visão para o futuro", frisou.

O ministro João Gomes Cravinho disse esperar que nas "próximas semanas" a proposta de Portugal seja bem-sucedida.

"Naturalmente que isso corresponde também a um diálogo que nós temos com as autoridades moçambicanas e, portanto, estamos plenamente alinhados com as preferências das autoridades moçambicanas", concluiu.

A atual missão é constituída por um contingente de 117 pessoas, 65 das quais de Portugal, país que também assumiu o comando da EUTM-MOZ.

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