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Pré-candidatura de Rafael Savimbi: "UNITA sairá mais forte"

8 de outubro de 2025

Militantes da UNITA encaram esta pré-candidatura como um sinal de vitalidade dentro do partido. Bases mostram-se confiantes que processo fortalecerá coesão interna. Inicia hoje processo de candidaturas à presidência.

Rafael Savimbi anunciou, esta terça-feira, pré-candidatura à presidência da UNITA
Rafael Savimbi anunciou, esta terça-feira, pré-candidatura à presidência da UNITA Foto: Privat

Em Angola, a pré-candidatura de Rafael Massanga Savimbi, filho do fundador da UNITA, à presidência do maior partido da oposição, anunciada esta terça-feira (07.10), está a gerar entusiasmo entre os militantes, que encaram o ato como um sinal de vitalidade e renovação democrática dentro do partido.

Embora ainda não o tenha anunciado oficialmente, é público que o atual presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, deverá recandidatar-se. Desta vez, contudo, enfrentará um adversário jovem e que carrega o peso simbólico de ser filho do "guia imortal” da UNITA. A grande questão é saber se a candidatura de Rafael Massanga Savimbi à liderança do partido vai unir ou dividir os apoiantes de Adalberto Costa Júnior e os críticos da atual direção.

Em entrevista à DW, o deputado e antigo secretário da organização juvenil do "Galo Negro” em Luanda, Domingos Palanga, afirma que os membros do partido estão entusiasmados e não divididos: "Depois de se concluírem os processos de remessas de candidaturas, cada um poderá fazer a sua opção e isto não é divisão, isto é próprio da dinâmica democrática dos processos de competição político-partidária”, garante.

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Com um percurso político consolidado dentro da UNITA, Rafael Massanga Savimbi já ocupou cargos de destaque, como secretário nacional para a Mobilização Urbana, secretário-geral adjunto e, atualmente, secretário nacional para as Relações Exteriores e Comunidades, além de ser deputado da Assembleia Nacional.

Candidatura não surpreende

Por isso, segundo Domingos Palanga, a sua candidatura não surpreendeu os quadros do partido, que reconhecem a sua experiência e disciplina.

"É um quadro com percurso de liderança partidária, sem grandes percalços, portanto, um quadro rigoroso, maturado, extremamente disciplinado, dinâmico, mas com visão do futuro. Não é muito comum, em partidos tradicionais, jovens quadros apresentarem candidaturas e proporem-se a liderar. Devemos parabenizar e agradecer, porque isto anima-nos”, diz.

Para o general Abílio Kamalata Numa, dirigente histórico da UNITA, os nomes e as origens dos candidatos são secundários diante do objetivo central: vencer as eleições de 2027.

"Em 2027, queremos ganhar as eleições"

Abílio Kamalata Numa garante que "a UNITA sabe o que quer".

"Em 2027, queremos ganhar as eleições. Essa é a estratégia do partido. Vamos ao congresso com múltiplas candidaturas, e os militantes vão escolher aquele que estiver melhor preparado para nos conduzir à vitória”, afirma o general, acrescentando que, após o congresso, o partido sairá mais forte e sem fricções internas: "o trabalho que está a ser feito em torno do congresso visa garantir que, seja quem for o candidato vencedor, saiba promover a inclusão. No congresso passado, quando Adalberto Costa Júnior venceu, ele convidou os outros candidatos para fazerem parte do seu Executivo".

Embora ainda não o tenha anunciado oficialmente, é público que o atual presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, deverá recandidatar-seFoto: Borralho Ndomba/DW

Já o analista político Celestino Lumbangululu defende que as candidaturas em partidos da dimensão da UNITA devem ter como foco o desenvolvimento do país e não os interesses pessoais ou de grupos.

"Hoje, muitos políticos querem apenas cargos, carros, fama e prestígio. Mas o verdadeiro propósito da política deve ser servir o povo", diz.

Para o analista, os concorrentes à liderança da UNITA devem apresentar propostas concretas de governação que ofereçam uma alternativa real de poder em Angola, mantendo a unidade interna como prioridade.

"Se Massanga Savimbi concorre para beneficiar a população, assim seja. O importante é que quem vencer abrace a causa e não crie divisões nem na oposição nem dentro do partido", conclui.

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