Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi venceram pelos contributos pioneiros na pesquisas sobre aquecimento global e “sistemas complexos”. Os vencedores deste ano puseram fim a tendência pela astrofísica.
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O nipo-americano Syukuro Manabe, o alemão Klaus Hasselmann e o italiano Giorgio Parisi foram os vencedores do Prémio Nobel de Física por análise de modelos climáticos e o sistema físico.
O anúncio é feito faltando um mês para a Conferência do Clima COP26 em Glasgow, Escócia, onde o aquecimento global será o principal tópico.
Manabe, 90, e Hasselmann, 89, compartilham metade do prémio de um milhão de euros pela sua pesquisa em modelos climáticos, enquanto Parisi, 73, recebeu a outra metade do prémio pelo seu trabalho sobre interação de desordem e flutuações nos sistemas físicos.
"As descobertas reconhecidas este ano demonstram que o nosso conhecimento sobre o clima apoia-se numa base científica sólida, baseada numa análise rigorosa de observações", disse Thors Hans Hansson, presidente do Comitê Nobel de Física, em comunicado.
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Quem são eles?
Manabe é afiliado à Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, enquanto Hasselmann é professor do Instituto Max Planck de Meteorologia em Hamburgo.
Parisi é professor da Universidade Sapienza de Roma.
A pesquisa de Manabe começou nos anos 1960 e mostra como os níveis de dióxido de carbono na atmosfera correspondem com o aumento da temperatura da superfície terrestre.
A sua pesquisa foi vanguardista no desenvolvimento dos modelos físicos do clima da Terra e em como exatamente a energia térmica recebida pela Terra através do sol irradia de volta para a atmosfera.
Hasselmann descobriu como os modelos climáticos podem permanecer confiáveis, apesar das variações às vezes caóticas nas tendências climáticas.
O Comité sublinhou a importância da identificação da ação do ambiente e da humana nas mudanças climáticas.
Parisi, que foi galardoado separadamente, foi destacado pelo seu trabalho de 1980 que segundo o Comité ressaltou, foi uma das maiores contribuições para a teoria dos sistemas complexos.
O seu trabalho tem reflexos nas matemáticas, biologia e na construção de computadores.
Prémio Nobel: Os representantes da Paz em África
Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, recebe o Prémio Nobel da Paz de 2019. Trata-se do décimo africano a ser reconhecido pelo trabalho de reconciliação. O Nobel da Paz foi para África pela primeira vez em 1960.
Foto: Getty Images/AFP/E. Soteras
Primeiro laureado
Albert Luthuli foi o primeiro africano a receber o Prémio Nobel da Paz, em 1960, pela sua luta pacífica contra a segregação racial na África do Sul. Ele era presidente do ANC na ocasião da premiação, e o movimento de libertação funcionava na clandestinidade. Ele recebeu o prémio em Oslo um ano depois do seu nome ser escolhido, porque a proibição de deixar o país foi suspensa por dez dias.
Foto: Getty Images/Keystone/Hulton Archive
Líder espiritual
O arcebispo Desmond Tutu foi um dos líderes morais da África do Sul, com uma trajetória de defesa dos direitos humanos e contra a discriminação racial. É do religioso a expressão: "Somos uma nação arco-íris". Em 1984, o sacerdote anglicano recebeu o Prémio Nobel. Amigo de Nelson Mandela, Tutu é conhecido pelo bom humor. Um dos seus admiradores é o líder espiritual tibetano Dalai Lama.
Foto: picture-alliance/dpa
Amandla!
Esta imagem percorreu o mundo. Quando o herói anti-apartheid Nelson Mandela foi libertado, em 1990, após 27 anos de prisão, a África do Sul prendeu a respiração. Era um momento histórico. A luta incansável de Madiba contra a opressão abriu caminho para a democracia na África do Sul. Um ano antes, Mandela recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o chefe do Governo, Fredrik Willem de Klerk.
Foto: AP
Dois adversários unidos
Coragem, paciência e perseverança conduziram estes dois homens a algo que parecia impossível. Nelson Mandela e Fredrik Willem de Klerk, então Presidente da África do Sul, receberam em conjunto o Prémio Nobel da Paz, em 1993, antes mesmo de Mandela ter sido eleito o primeiro Presidente negro. A revolução pacífica foi um sucesso, mas o processo de paz na África do Sul está longe de terminar.
Foto: AP
Pela paz em todo o mundo
Em 2001, o então secretário-geral e a instituição Nações Unidas receberam o Prémio Nobel pelo compromisso com um mundo "mais organizado e mais pacífico". A carreira brilhante de Kofi Annan tem uma ressalva, que veio à tona com as acusações de que a ONU teria sido omissa durante o genocídio no Ruanda. Annan era o chefe das Forças de Paz da ONU em 1994 e admitiu que falhou.
Foto: Reuters
Mama Miti: "A mãe das árvores"
Em 2004, uma mulher negra recebeu pela primeira vez o Prémio Nobel da Paz: Wangari Maathai. A queniana lutou pelos direitos das mulheres e contra a pobreza no seu país. Maathai foi vice-ministra do Meio Ambiente e era chamada de "Mãe das Árvores" pelo "Movimento Cinturão Verde", que ela mesma criou. Ela celebrou o prémio à sua maneira, escrevendo na sua autobiografia: "Plantei uma árvore."
Foto: Getty Images/AFP/T. Bendiksby
Três mulheres agraciadas
Em 2011, três mulheres foram laureadas em conjunto: a Presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf (à direita), a sua compatriota, a ativista de direitos humanos Leymah Gbowee (ao centro), e a jornalista Tawakkul Karman, do Iémen. As duas liberianas foram homenageadas pelos seus esforços para salvar o seu país da violência da guerra civil.
Foto: dapd
"Doutor Milagre"
O médico e defensor dos direitos humanos, o congolês Denis Mukwege, fez do apoio às vítimas de violência sexual o trabalho de uma vida inteira. Durante muitos anos, o ginecologista foi o cirurgião-chefe do Hospital Panzi, em Bukavu, que ele próprio fundou em 1999. Ele oferece esperança e renova a coragem das vítimas. Por isso foi premiado em 2018, juntamente com a ativista yazidi Nadia Murad.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Norwegian Church Aid
Iniciativa corajosa
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, será laureado pelo empenho para a paz com a vizinha Eritreia. A insistência pela reconciliação no seu próprio país também impressionou os jurados do Prémio Nobel, apesar da concretização desse objetivo ser longa e difícil. O processo corajoso de reforma no conturbado Estado multiétnico da Etiópia impressionou o júri do prémio.
Foto: Getty Images/AFP/E. Soteras
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Últimas premiações
Nos últimos dois anos, a Academia Real Sueca de Ciências tem premiado pesquisas no campo da astronomia, o que leva a observadores especularem se houve uma escolha na mudança de campo a ser premiado.
Em 2019, o pesquisador canadiano-americano James Peebles ganhou o prémio por descobertas explicando a evolução do universo após o Big Bang, junto com Michel Mayor e Didier Queloz, da Suíça, pela primeira descoberta de um exoplaneta.
Em 2020, o trabalho premiado foi sobre buracos negros do britânico Roger Penrose, do alemão Reinhard Genzel e da norte-americana Andrea Ghez.
A premiação na categoria Física foi a segunda a ser apresentada este ano, seguida do prémio de Medicina. Na segunda-feira (04.10.), David Julius e Ardem Patapoutian foram contemplados pelas suas descobertas de receptores de temperatura e toque.
O restante das premiações, Química, Literatura, Paz e Economia, deve acontecer ainda essa semana.
As cerimonias não irão acontecer presencialmente devido a situação da Covid-19. A categoria "Paz” pode ser a única exceção com cerimônia em Oslo, Suécia.
Nobel da Paz vai para primeiro-ministro etíope Ahmed Ali