Nobel de Química para David MacMillan e Benjamin List
AFP
6 de outubro de 2021
David MacMillan e Benjamin List desenvolveram uma ferramenta que produz um terceiro tipo de catalisador. Antes da criação dos dois cientistas, acreditava-se que apenas metais e enzimas poderiam realizar esse trabalho.
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O prémio Nobel de Química de 2021 foi para o alemão Benjamin List e para o norte-americano David MacMillan, que criaram uma ferramenta de construção de moléculas, anunciou nesta quarta-feira (06.10.) a Real Academia de Ciências sueca.
A honraria para a ferramenta molecular, chamada "organocatálise assimétrica", foi anunciada pelo secretário-geral da organização, Goran Hansson. Segundo o Comitê, a invenção teve um grande impacto na pesquisa farmacêutica e fez a química "mais verde”.
List e MacMillan, ambos com 53 anos, vão partilhar o prémio de um milhão de euros. MacMillan é professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, enquanto List é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha.
"Muitas áreas de pesquisa e indústrias dependem da capacidade dos químicos de construir moléculas que possam formar materiais elásticos e duráveis, armazenar energia em baterias ou inibir a progressão de doenças", disse o Comitê Nobel da Academia Real de Ciências da Suécia.
"Este trabalho requer catalisadores, que são substâncias que controlam e aceleram reações químicas, sem fazer parte do produto final”, acrescentam, lembrando que antes do trabalho dos laureados, os cientistas acreditavam que havia apenas dois tipos de catalisadores, metais e enzimas.
Os contemplados com o prémio Nobel Alternativo
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No ano 2000, os pesquisadores, trabalhando independentemente uns dos outros, desenvolveram um terceiro tipo, denominado "organocatálise assimétrica", que se baseia em pequenas moléculas orgânicas.
De acordo com a Clarivate, que mantém uma lista de potenciais vencedores do Prémio Nobel, mais de 70 pesquisadores tiveram condições de concorrer ao prémio de química, dadas as milhares de citações que receberam em trabalhos científicos.
A temporada do Nobel continua na quinta-feira (07.10.) com o prémio de literatura e com o da paz na sexta-feira (08.10.). O prémio de economia será atribuído na segunda-feira (11.10).
Prémio Nobel: Os representantes da Paz em África
Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, recebe o Prémio Nobel da Paz de 2019. Trata-se do décimo africano a ser reconhecido pelo trabalho de reconciliação. O Nobel da Paz foi para África pela primeira vez em 1960.
Foto: Getty Images/AFP/E. Soteras
Primeiro laureado
Albert Luthuli foi o primeiro africano a receber o Prémio Nobel da Paz, em 1960, pela sua luta pacífica contra a segregação racial na África do Sul. Ele era presidente do ANC na ocasião da premiação, e o movimento de libertação funcionava na clandestinidade. Ele recebeu o prémio em Oslo um ano depois do seu nome ser escolhido, porque a proibição de deixar o país foi suspensa por dez dias.
Foto: Getty Images/Keystone/Hulton Archive
Líder espiritual
O arcebispo Desmond Tutu foi um dos líderes morais da África do Sul, com uma trajetória de defesa dos direitos humanos e contra a discriminação racial. É do religioso a expressão: "Somos uma nação arco-íris". Em 1984, o sacerdote anglicano recebeu o Prémio Nobel. Amigo de Nelson Mandela, Tutu é conhecido pelo bom humor. Um dos seus admiradores é o líder espiritual tibetano Dalai Lama.
Foto: picture-alliance/dpa
Amandla!
Esta imagem percorreu o mundo. Quando o herói anti-apartheid Nelson Mandela foi libertado, em 1990, após 27 anos de prisão, a África do Sul prendeu a respiração. Era um momento histórico. A luta incansável de Madiba contra a opressão abriu caminho para a democracia na África do Sul. Um ano antes, Mandela recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o chefe do Governo, Fredrik Willem de Klerk.
Foto: AP
Dois adversários unidos
Coragem, paciência e perseverança conduziram estes dois homens a algo que parecia impossível. Nelson Mandela e Fredrik Willem de Klerk, então Presidente da África do Sul, receberam em conjunto o Prémio Nobel da Paz, em 1993, antes mesmo de Mandela ter sido eleito o primeiro Presidente negro. A revolução pacífica foi um sucesso, mas o processo de paz na África do Sul está longe de terminar.
Foto: AP
Pela paz em todo o mundo
Em 2001, o então secretário-geral e a instituição Nações Unidas receberam o Prémio Nobel pelo compromisso com um mundo "mais organizado e mais pacífico". A carreira brilhante de Kofi Annan tem uma ressalva, que veio à tona com as acusações de que a ONU teria sido omissa durante o genocídio no Ruanda. Annan era o chefe das Forças de Paz da ONU em 1994 e admitiu que falhou.
Foto: Reuters
Mama Miti: "A mãe das árvores"
Em 2004, uma mulher negra recebeu pela primeira vez o Prémio Nobel da Paz: Wangari Maathai. A queniana lutou pelos direitos das mulheres e contra a pobreza no seu país. Maathai foi vice-ministra do Meio Ambiente e era chamada de "Mãe das Árvores" pelo "Movimento Cinturão Verde", que ela mesma criou. Ela celebrou o prémio à sua maneira, escrevendo na sua autobiografia: "Plantei uma árvore."
Foto: Getty Images/AFP/T. Bendiksby
Três mulheres agraciadas
Em 2011, três mulheres foram laureadas em conjunto: a Presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf (à direita), a sua compatriota, a ativista de direitos humanos Leymah Gbowee (ao centro), e a jornalista Tawakkul Karman, do Iémen. As duas liberianas foram homenageadas pelos seus esforços para salvar o seu país da violência da guerra civil.
Foto: dapd
"Doutor Milagre"
O médico e defensor dos direitos humanos, o congolês Denis Mukwege, fez do apoio às vítimas de violência sexual o trabalho de uma vida inteira. Durante muitos anos, o ginecologista foi o cirurgião-chefe do Hospital Panzi, em Bukavu, que ele próprio fundou em 1999. Ele oferece esperança e renova a coragem das vítimas. Por isso foi premiado em 2018, juntamente com a ativista yazidi Nadia Murad.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Norwegian Church Aid
Iniciativa corajosa
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, será laureado pelo empenho para a paz com a vizinha Eritreia. A insistência pela reconciliação no seu próprio país também impressionou os jurados do Prémio Nobel, apesar da concretização desse objetivo ser longa e difícil. O processo corajoso de reforma no conturbado Estado multiétnico da Etiópia impressionou o júri do prémio.