Erdogan em Kinshasa antes de seguir para Dacar e Bissau
AFP | tms
20 de fevereiro de 2022
O Presidente turco iniciou neste domingo (20.02) uma visita oficial à RDC, onde foi recebido pelo seu homólogo congolês. Ainda esta semana, Recep Tayyip Erdogan vai ao Senegal e à Guiné-Bissau.
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As questões de segurança e económicas estão no centro da visita oficial do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à República Democrática do Congo, avançou a Presidência congolesa este domingo.
Erdogan chegou a Kinshasa e foi recebido pelo Presidente Félix Tshisekedi. Num comunicado, a Presidência da RDC informou que o chefe de Estado turco está acompanhado por "uma forte delegação" de membros do Governo e homens de negócios da Turquia.
A digressão africana de Erdogan, de 20 a 23 de fevereiro, seguirá para o Senegal e Guiné-Bissau.
Reforço da cooperação
A viagem de dois dias do líder turco à RDC destina-se a ajudar Ancara e Kinshasa a reforçar a cooperação nos domínios político, económico e de segurança, segundo o documento enviado à imprensa pela Presidência congolesa.
Esta visita segue-se às reuniões bilaterais realizadas entre os dois chefes de Estado em setembro em Ancara e em dezembro em Istambul.
Em setembro passado, Tshisekedi fez uma visita oficial a Ancara e viajou depois para Istambul em dezembro, onde participou numa cimeira Turquia-África.
As relações entre Ancara e Kinshasa têm sido boas há vários anos e o volume de investimentos turcos na RDC continua a crescer. O comércio bilateral entre as duas ascende a cerca de 40 milhões de dólares, mas a Turquia está a procurar reforçar a sua presença em África. Desde 2003, o volume do seu comércio com o continente aumentou de dois mil milhões de dólares para pelo menos 25 mil milhões de dólares.
Presença turca em África
Erdogan já visitou África quase 40 vezes desde 2005, como primeiro-ministro e Presidente, desde então a Turquia abriu cerca de 40 embaixadas no continente.
A influência da Turquia cobre o também domínio da defesa, com Ancara a inaugurar a sua primeira base militar africana em 2017, na Somália.
Raízes africanas na Turquia
São descendentes de africanos trazidos pelo Império Otomano como escravos e trabalhadores domésticos. Estima-se que sejam mais de 100 mil. Identificam-se como Afro-Turcos e vivem principalmente no oeste da Turquia.
Foto: Bradley Secker
Raízes turcas
Esat Sezar, à esquerda, está sentado com o amigo na sua aldeia perto de Izmir. Esat, que trabalhou na Turquia na indústria hoteleira, considera-se turco. Ele desenha a sua árvore genealógica, recuando à aldeia onde nasceu. A aldeia de Köyü é uma mistura de afro-turcos e não afro-turcos, onde a sua mãe, de 106 anos de idade, diz lembrar-se da declaração da República da Turquia em 1923.
Foto: Bradley Secker
Parte da comunidade
Sabriye Sınaiç e a sua família são agricultores e trabalhadores na sua aldeia e áreas circunvizinhas. Ela não sabe nada sobre a sua ancestralidade, mas acredita que vieram para a Turquia via Damasco, na Síria. Até à criação da Associação Afro-Turca disse que não sabia que existiam outros como ela. Só depois percebeu que havia muitos espalhados à sua volta.
Foto: Bradley Secker
Ambiente de trabalho
Şakir (no meio) passa o tempo com os seus ex-colegas de trabalho da fábrica perto de Izmir. Agora Şakir é o responsável da Associação Afro-Turca depois da morte do seu fundador, Mustafa Olpak em 2016.
Foto: Bradley Secker
Sacola de misturas
Şükriye İletmış, de 70 anos de idade, está no seu jardim na aldeia de Hasköy, perto de Izmir, na Turquia. Şükriye identifica-se como uma afro-turca e viveu toda a sua vida em Hasköy.
Foto: Bradley Secker
Vida familiar
Şakir tem uma fotografia da família na sua aldeia. Şakir está na foto, veste uma camisa azul, atrás do lado direito. Criada há uma década, a Associação Afro-Turca está sediada em Izmir. A associação tem por objetivo destacar a comunidade e os problemas que ela enfrenta. Ela serve também como centro cultural para a comunidade que está dispersa, principalmente na costa ocidental da Turquia.
Foto: Bradley Secker
Recuperando tradições
Uma Godya fala com as pessoas e tenta prever o seu futuro durante o festival anual Afro-Turco de Dana Bayram (Festival dos Bezerros). Tradicionalmente, as Godyas eram mulheres que chefiavam as comunidades Afro-Turcas no Império Otomano e eram muito respeitadas e poderosas. Elas já não existem, mas, para o festival, uma mulher local é escolhida para fazer este papel em nome da tradição.
Foto: Bradley Secker
Origem misturada
O filho de Şakir, de 32 anos de idade (dir.), o neto Yağız Efe e a sua nora Aysel na casa da família Şakir num suburbio de Izmir. Casamentos mistos são muito comuns entre a comunidade Afro-Turca, o que torna difícil estimar números exatos da população afro-turca.
Foto: Bradley Secker
Ajudando os outros
Gülşen Ergüven, de 35 anos de idade (de vermelho no centro), trabalha numa cantina na escola da sua aldeia em Yeniçiftlik. Gülşen tem dois filhos na escola e trabalha em tempo parcial e também ajuda a mãe com tarefas domésticas.
Foto: Bradley Secker
Novamente em casa
Fehmi Yavaşer, de 85 anos de idade, na sua aldeia natal de Belevi, na parte oriental da Turquia. Fehmi viveu na Alemanha como trabalhador convidado por 18 anos antes de ser deportado. Ele era pugilista quando regressou à Turquia e não tinha ideia sobre as suas heranças para além da sua aldeia.