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Presidência do MDM: Simango sucede a Simango

Arcénio Sebastião | af
6 de dezembro de 2021

Lutero Simango foi eleito na madrugada deste domingo (05.12) para o cargo do Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Simango venceu Silvério Ronguane. José Manuel decidiu retirar-se da corrida.

Mosambik | Lutero Simango – Präsident der MDM
Foto: Arcénio Sebastião/DW

Os delegados que participaram do terceiro Congresso do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que decorreu na cidade da Beira, elegeram na manhã de domingo (05.12) Lutero Simango para dirigir o partido nos próximos tempos.

O atual chefe da bancada do MDM no Parlamento moçambicano venceu a corrida à presidência do MDM como cerca de 88% dos votos, contra cerca 10% de votos para Silvério Ronguane, que ficou em segundo lugar.

O novo líder do "galo" tomou posse ainda na manhã deste domingo. No ato, Simango jurou defender "um Moçambique para todos", o lema do partido.

"O nosso movimento tem sido uma grande escola da democracia, somos os promotores da inclusão, somos um partido político que quebrou a bipolarização em Moçambique", afirmou.

Oposição interna

Entretanto, Silvério Ronguane candidato derrotado, disse estar satisfeito com resultado por si obtido nesta corrida e congratulou Lutero Simango, a quem pede para imortalizar os ideais do antigo presidente, Daviz Simango.

Silvério RonguaneFoto: Arcénio Sebastiao/DW

"O meu sentimento é de alegria porque saio aqui com 10%, portanto é um resultado maravilhoso", considerou Ronguane, agradecendo aos seus simpatizantes por acreditarem nele.

Ronguane deixou uma certeza para o partido: "Estou agora disponível para liderar a oposição dentro do partido MDM na minha qualidade de segundo candidato mais votado". O objetivo é que os ideais que defende "continuem de pé" e sejam postos em prática, sublinhou o também deputado do MDM no Parlamento moçambicano.

Desistência de José Domingos

José Manuel, que dirige até à data o secretariado-geral do partido, optou por retirar-se da corrida pouco antes do início da votação "para salvaguardar os interesses dos moçambicanos através da democratização interna no partido", segundo justificou o seu mandatário Vasco Abrão.

José Domingos retirou-se da corrida Foto: Arcénio Sebastião/DW

Abrão entende que com a retirada da candidatura de José Domingos "quem saiu a ganhar é o partido".

"A nossa candidatura visava garantir a continuidade dos ideais de Daviz Simango, que nos ensinou a sermos tolerantes. É na senda desses ensinamentos que nós achamos que não havia condições para a continuidade da nossa candidatura", explicou Vasco Abrão.

O mandatário de José Domingos denunciou, no entanto, que havia uma candidatura que a todo o custo queria vencer. "Para o bem do MDM, para o bem da continuidade do MDM, nós decidimos desistir desta candidatura, porque nós entendemos que o povo moçambicano que ainda continua a inspirar confiança no partido merece respeito", frisou.

Foto: Arcénio Sebastiao/DW

Segundo Abrão "a melhor maneira de respeitar este povo é garantir que a democraticidade interna possa fluir no MDM e sobretudo garantir que o Movimento Democrático de Moçambique continue a ser aquele partido que os moçambicanos sempre sonharam que seja o partido da esperança deste povo".

Assim, Lutero Simango sucede ao seu irmão mais novo, Daviz Simango, na liderança do MDM e e torna-se o segundo presidente desta formação política moçambicana, desde a sua fundação em 2009.

O Movimento Democrático de Moçambique estava sem presidente desde fevereiro passado, depois da morte por doença do seu então líder fundador, Daviz Mbepo Simango.

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Artigo atualizado às 7h20 CET de 6 de dezembro de 2021.

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