Presidenciais na Zâmbia: Opositor lidera contagem de votos
Reuters | AP | AFP | tms
14 de agosto de 2021
Hakainde Hichilema, líder da oposição zambiana, lidera com vantagem a corrida presidencial, de acordo com os primeiros resultados anunciados pela comissão eleitoral da Zâmbia. O PR Edgar Lungu aparece em segundo lugar.
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Os primeiros resultados da votação de quinta-feira foram divulgados neste sábado (14.08) pelas autoridades eleitorais da Zâmbia. Os resultados finais devem ser anunciados até a próxima segunda-feira (16.08).
O Presidente Edgar Lungu, de 64 anos e no poder desde 2015, enfrenta uma disputa potencialmente apertada contra Hakainde Hichilema - conhecido como "HH" - um homem de negócios que tem criticado a gestão da economia pelo Presidente.
Os investidores estão atentos ao resultado das eleições de quinta-feira: o país da África Austral está altamente endividado e sofreu o primeiro incumprimento soberano da era pandémica do continente em novembro.
O apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), já amplamente acordado, está em suspenso até depois da votação. Também a reestruturação da dívida é vista como um teste antecipado de um novo plano global para aliviar o fardo sobre os países pobres.
Primeiros resultados
Os resultados de 31 dos 156 círculos eleitorais do país têm Hichilema na liderança com 449.699 votos contra os 266.202 do Presidente Edgar Lungu.
Boa parte destes círculos eleitorais inclui os redutos de Lungu, sugerindo que Hichilema ganhou terreno desde as últimas eleições em 2016, quando perdeu por uma margem pequena no processo marcado por alegações de fraude.
A comissão eleitoral disse que irá atualizar os resultados à medida que os votos dos círculos eleitorais sejam tabulados e espera anunciar os resultados finais até segunda-feira.
Os apoiantes do candidato de Hichilema, no entanto, já começaram a celebrar os primeiros resultados este sábado, ignorando os apelos da comissão eleitoral para que os cidadãos esperassem pelos resultados oficiais finais. Os apoiantes da oposição passaram pelas ruas da capital, Lusaka, tocando música e reuniram-se na sede do Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional de Hichilema.
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Entretanto, Edgar Lungu já lançou dúvidas sobre o resultado das eleições em três províncias após acusar a oposição de promover a violência na quinta-feira, num incidente matou um funcionário do partido no poder.
O chefe de Estado ordenou ao exército que enviasse reforços para aquelas províncias. No entanto, os observadores europeus e africanos afirmaram que a votação havia sido largamente pacífica.
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Acesso à internet
Na sequência de uma queixa apresentada pela organização local de direitos humanos, Fundação Capítulo Um, um tribunal superior na sexta-feira (13.08) anulou uma decisão do regulador governamental de bloquear as plataformas de comunicação social, incluindo a Whatsapp, Facebook e Instagram.
De acordo com a decisão do tribunal, a qual a agência noticiosa Reuters teve acesso, a Autoridade de Tecnologias de Informação e Comunicação da Zâmbia ordenou o bloqueio na quinta-feira, dia das eleições.
Dez líderes africanos que morreram em exercício
A população costuma acompanhar com atenção o estado de saúde dos altos dirigentes – muitos especulam atualmente, por exemplo, sobre a saúde do Presidentes da Nigéria. Vários chefes de Estado já morreram em exercício.
Foto: picture-alliance/dpa
John Magufuli, Presidente da Tanzânia
Morreu a 17 de março de 2021, doente. O seu estado de saúde, pouco antes da falecer, esteve em volto a muito secretismo. Assumiu a liderança do país em 2015 e boa parte do seu povo enaltece os seus feitos, tais como a melhoria dos sistemas de saúde, educação e transporte. Mas também foi contestado por algumas políticas duras e por perseguir os seus críticos.
Foto: Sadi Said//REUTERS
1) Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau (2012)
Malam Bacai Sanhá morreu em 2012. Ele sofria de diabetes e morreu em Paris, aos 64 anos, menos de três anos depois de chegar ao poder. Sanhá tinha vários problemas de saúde.
Foto: dapd
2) João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente da Guiné-Bissau (2009)
João Bernardo "Nino" Vieira foi assassinado em março de 2009. Tinha 69 anos de idade. Esteve no poder durante mais de duas décadas. Tornou-se primeiro-ministro em 1978 e, em 1980, tomou a Presidência. Ficou no cargo até 1999, ano em que foi para o exílio. Regressou a Bissau em 2005 e venceu nesse ano as presidenciais.
Foto: picture-alliance/dpa/L. I. Relvas
3) Mouammar Kadhafi, chefe de Estado da Líbia (2011)
Mouammar Kadhafi foi assassinado em 2011. Kadhafi, auto-intitulado líder da "Grande Revolução" da Líbia, foi morto por forças rebeldes em circunstâncias ainda por esclarecer. Estava no poder há 42 anos, desde um golpe de Estado contra a monarquia líbia em 1969, onde não houve derramamento de sangue. A sua liderança chegou ao fim com a chamada "Primavera Árabe".
Foto: Christophe Simon/AFP/Getty Images
4) Umaru Musa Yar'Adua, Presidente da Nigéria (2010)
Umaru Musa Yar'Adua morreu em 2010 aos 58 anos de idade. Morreu no seu país, vítima de uma inflamação do pericárdio – estava há apenas três anos no poder. Já durante a campanha eleitoral, Yar'Adua teve de se ausentar várias vezes devido a problemas de saúde. Depois de ser eleito, em 2007, a sua saúde deteriorou-se rapidamente.
Foto: P. U. Ekpei/AFP/Getty Images
5) Lansana Conté, Presidente da Guiné-Conacri (2008)
Após 24 anos no poder, Lansana Conté morreu de "doença prolongada" aos 74 anos de idade. O Presidente da Guiné-Conacri sofria de diabetes e de problemas cardíacos. Conté foi o segundo chefe de Estado do país, de abril de 1984 até à sua morte, em dezembro de 2008.
Foto: Getty Images/AFP/Seyllou
6) John Atta Mills, Presidente do Gana (2012)
John Atta Mills morreu de apoplexia em 2012. Tinha 68 anos. Atta Mills esteve apenas três anos no poder. Enquanto chefe de Estado, introduziu uma série de reformas sociais e económicas que lhe granjearam fama a nível local e internacional.
Foto: AP
7) Meles Zenawi, primeiro-ministro da Etiópia (2012)
Meles Zenawi morreu na Bélgica aos 57 anos de idade, vítima de uma infeção não especificada. Zenawi liderou a Etiópia durante 21 anos – como Presidente, de 1991 a 1995, e como primeiro-ministro, de 1995 a 2012. Foi elogiado por introduzir o multipartidarismo, mas criticado por reprimir violentamente os protestos do povo Oromo no norte da Etiópia.
Foto: AP
8) Omar Bongo, Presidente do Gabão (2009)
Omar Bongo morreu em Barcelona, Espanha, em junho de 2009, vítima de cancro nos intestinos. Bongo estava no poder há 42 anos e morreu aos 72 anos de idade. Foi um dos líderes que esteve mais tempo no poder e um dos mais corruptos. Bongo acumulou uma riqueza imensa enquanto a maior parte da população vivia na pobreza, apesar de o país ter grandes receitas de petróleo.
Foto: AP
9) Michael Sata, Presidente da Zâmbia (2014)
Michael Sata morreu no Reino Unido aos 77 anos. A causa da morte não foi divulgada. Após a sua eleição em 2011, circularam rumores sobre o estado de saúde do Presidente. As suas ausências em eventos oficiais alimentaram ainda mais as especulações, apesar dos seus porta-vozes garantirem que estava tudo bem.
Foto: picture-alliance/dpa
10) Bingu wa Mutharika, Presidente do Malawi (2012)
Bingu wa Mutharika morreu em 2012. Teve um ataque cardíaco e faleceu dois dias depois, aos 78 anos de idade. Esteve oito anos no poder e ganhou gama internacional devido às suas políticas agrícolas e de alimentação. A sua reputação ficou manchada por uma onda de protestos por ter gasto 14 milhões de dólares num jato presidencial.