Idriss Deby visitou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, este domingo (25.11). Esta foi a primeira visita oficial chadiana ao país desde a fundação de Israel em 1948. Segurança é foco central.
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A viagem deste domingo não havia sido anunciada e foi considerada por muitos como uma "visita surpresa".
A viagem de Deby a Israel foi o culminar de "múltiplos esforços diplomáticos ", afirmou a declaração israelense.
Netanyahu saudou a visita de Deby como “histórica“ e declarou considera-la "um avanço diplomático adicional" para seu país, em comunicado.
O Chade, um país de maioria muçulmana, rompeu relações diplomáticas com Israel em 1972.
Diplomacia israelense
O líder israelense tem estado a trabalhar para fortalecer as relações com vários países africanos desde 2016, incluindo o Quénia, o Uganda, o Ruanda e a Etiópia.
No Quénia, ele anunciou que Israel queria ajudar África na luta contra o terrorismo, compartilhando inteligência.
Em entrevista à DW, am abril deste ano, o responsável pelo departamento africano no Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Yoram Elron, apontou várias razões por trás destes esforços diplomáticos: "O motivo pelo qual África está a ganhar tanta relevância na nossa política externa é a sua crescente importância económica e política. A outra componente é a instabilidade nos países do norte de África e as suas ramificações no continente, direta ou indiretamente."
Mais recentemente, Netanyahu também empenhou-se para estabelecer laços com os Estados árabes.
Foco na Segurança
O Chade é um dos vários Estados da África Ocidental envolvidos em operações apoiadas pelo Ocidente contra o grupo terrorista Boko Haram e os jihadistas do Estado Islâmico.
No início deste mês, os Estados Unidos doaram veículos militares e barcos no valor de 1,3 de dólares ao Chade, como parte da campanha contra a militância islâmica no país, na vizinha Nigéria e na região do Sahel.
Duas fontes do Governo de N'Djamena confirmaram a viagem de Deby à Reuters.
"A visita tem foco na segurança", disse uma das fontes, acrescentando que Israel forneceu armas e outros equipamentos ao exército do Chade este ano para ajudar na sua luta contra os rebeldes do norte do país.
Em julho de 2016, Deby recebeu o então diretor do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dore Gold, para conversas exploratórias sobre a melhoria das relações bilaterais.
Gold disse à Rádio Israel este domingo que seus anfitriões chadianos lhe disseram que haviam cortado os laços 44 anos antes sob pressão da Líbia, um fator removido com a derrubada de Muammar al-Gaddafi em 2011.
Deby governa o Chade com mãos de ferro desde 1991.
O Chade, com uma população de cerca de 14 milhões de pessoas, está entre os três países mais pobres do mundo, segundo dados da ONU.
70 anos de Israel
O Estado de Israel foi fundado há 70 anos. Foi a concretização de um desejo do povo judeu, depois de ser perseguido pelo regime nazi. Mas Israel tem vários inimigos. Conheça aqui a história.
Foto: Imago/W. Rothermel
A esperança triunfou
Foi o primeiro dia de um novo Estado. A 14 de maio de 1948, o primeiro-ministro David Ben-Gurion proclamou a fundação do Estado de Israel. Ben-Gurion disse na altura que o povo judeu "nunca perdeu a esperança", "jamais calou a oração pelo regresso a casa e pela liberdade". Os judeus voltaram, assim, à sua terra de origem, com o seu próprio Estado.
Foto: picture-alliance/dpa
Nova era
Foi um triunfo diplomático: a seguir à proclamação do Estado de Israel foi içada a bandeira do novo país em frente ao prédio das Nações Unidas, em Nova Iorque. Para os israelitas, foi mais um passo rumo à segurança e à liberdade - finalmente, o seu Estado foi reconhecido internacionalmente.
Foto: Getty Images/AFP
Terror nazi
O Estado de Israel foi criado após o Holocausto. O regime nazi assassinou seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A imagem mostra prisioneiros no campo de Auschwitz, onde morreu quase um milhão de judeus, depois de serem libertados.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
"Nakba" - a catástrofe
Os palestinianos associam a fundação de Israel à "nakba", a catástrofe. Cerca de 700 mil pessoas tiveram de deixar os lugares onde moravam para dar lugar a cidadãos do novo Estado. Com a fundação de Israel começou também o conflito no Médio Oriente, que ainda não foi resolvido 70 anos depois.
Foto: picture-alliance/CPA Media
De olhos postos no futuro
A auto-estrada nr. 2 não serve apenas de ligação entre as cidades de Tel Aviv e Netanya - ela testemunha também as ambições do novo Estado. A estrada foi inaugurada em 1950 pela então primeira-ministra israelita Golda Meir, que colocou o país na senda da modernização económica e social.
Foto: Photo House Pri-Or, Tel Aviv
Infância no kibbutz
Os "kibbutzim" (plural de "kibbutz") são herdades coletivas que foram criadas um pouco por todo o país sobretudo nos primeiros anos depois da fundação de Israel. Era aqui que na sua maioria judeus seculares ou socialistas punham em prática os seus ideais comunitários.
Foto: G. Pickow/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images
Investimento na defesa
As tensões com os vizinhos árabes mantiveram-se. Em 1967, culminaram na Guerra dos Seis Dias, em que Israel derrotou o Egito, a Jordânia e a Síria. Simultaneamente, Israel passou a controlar Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, entre outros territórios, algo que despoletou novas tensões e guerras na região.
Foto: Keystone/ZUMA/IMAGO
Colonatos israelitas
A política israelita de colonatos fomenta o conflito com os palestinianos. A Autoridade Palestiniana acusa Israel de impossibilitar a criação de um futuro Estado devido à construção permanente de colonatos. As Nações Unidas também condenam Israel devido a esta política. Mas Israel desvaloriza.
Foto: picture-alliance/newscom/D. Hill
Raiva, ódio, pedras
Em dezembro de 1987, os palestinianos protestaram contra o domínio israelita nos territórios ocupados. O protesto começou na cidade de Gaza e espalhou-se rapidamente a Jerusalém Oriental e à Cisjordânia. A revolta arrastou-se durante anos e acabou com a assinatura dos Acordos de Paz de Oslo, em 1993.
Foto: picture-alliance/AFP/E. Baitel
Finalmente a paz?
As conversações de paz entre o primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin (esq.), e o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat (dir.), foram mediadas pelo então Presidente norte-americano, Bill Clinton. Culminaram nos Acordos de Oslo, em que ambos os lados se reconheceram oficialmente.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Cadeira vazia
O assassinato de Yitzhak Rabin, a 4 de novembro de 1995, minou o processo de paz e expôs as divisões na sociedade israelita. Moderados e radicais, judeus seculares e ultra-ortodoxos, afastam-se cada vez mais. Rabin foi assassinado a tiro numa manifestação por um estudante radical de direita. A imagem mostra o então primeiro-ministro, Schimon Peres, junto à cadeira vazia do seu antecessor.
Foto: Getty Images/AFP/J. Delay
O muro israelita
Em 2002, Israel começou a construir um muro de 107 quilómetros na Cisjordânia. O muro serviu para diminuir a violência, mas não resolveu os problemas políticos entre os dois povos.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/S. Nackstrand
Reconciliação
O genocídio dos judeus marca até hoje as relações entre a Alemanha e Israel. Em fevereiro de 2000, o então Presidente da Alemanha, Johannes Rau, discursou no Knesset, o Parlamento israelita, em alemão. Foi mais um passo na reaproximação dos dois países.
Foto: picture-alliance/dpa
Tributo aos mortos
O novo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, cumpriu a tradição. A sua primeira viagem ao exterior foi a Israel. Em março de 2018, depositou uma coroa de flores em homenagem às vítimas do Holocausto no Memorial Yad Vashem, em Jerusalém.