Verónica Macamo considera especulação envolvimento do ex-Presidente Armando Guebuza nas dívidas ocultas de Moçambique. Tribunal sul-africano adia decisão sobre o caso de Manuel Chang até 18 de janeiro.
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Enquanto em Joanesburgo, na África do Sul, se anunciava o adiamento da audição do ex-ministro moçambicano das Finanças Manuel Chang, na mesma altura, na Cidade da Praia, em Cabo Verde, Verónica Macamo, presidente do Parlamento de Moçambique, pedia o cumprimento escrupuloso da lei.
"Estamos a acompanhar o caso tal como as estruturas competentes. O que nós desejamos é que, de facto, se cumpra escrupulosamente as normas aplicáveis, fundamentalmente isso”, afirmou.
O ex-ministro moçambicano será ouvido sobre a questão da saída sob fiança no caso das dívidas ocultas no próximo dia 18 de janeiro.
Especulação?
Questionada pela DW sobre o possível envolvimento do ex-Presidente moçambicano Armando Guebuza neste caso e sua provável detenção, Verónica Macamo diz tratar-se de especulação e não vê o assunto com apreensão.
"Não temos esta informação e não gostaria de dizer alguma coisa ou de me pronunciar em relação a especulações. Quando há situações como esta, existem muitas especulações e penso que não é de bom tom especularmos", declarou.A presidente da Assembleia da República de Moçambique respondeu no mesmo tom quando foi questionada sobre o envolvimento de outros dirigentes moçambicanos no escândalo das dívidas ocultas.
Presidente do Parlamento de Moçambique pede cumprimento da lei no caso Chang
"Mais uma especulação. Perdão mas não posso falar de especulação", disse.
Manuel Chang, antigo ministro das Finanças e atual deputado da FRELIMO, é acusado pela Justiça norte-americana de ter recebido, pelo menos, um suborno de cinco milhões de dólares, durante o Governo do Presidente Armando Guebuza. Por isso, a Justiça norte-americana pede a sua extradição para os Estados Unidos, onde é acusado de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro.
Encontro em Cabo Verde
Verónica Macamo está em Cabo Verde a participar na VIII Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP). Os trabalhos do encontro começaram nesta quinta-feira (10.01) na cidade da Praia, capital de Cabo Verde, com a mobilidade na agenda e uma declaração pelo combate à violência contra mulheres e meninas.
A oitava edição da AP-CPLP conta com a participação das delegações de Portugal, Angola, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe, faltando a de Timor-Leste, por causa de razões políticas internas.
O presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Jorge Santos, anfitrião do encontro e que se prepara para assumir a liderança da AP-CPLP, disse que esta será uma Assembleia Parlamentar "importante" e de "viragem", pois "o que se quer é um relançamento" da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
África em 2018: Entre a esperança e o medo
Terrorismo em Moçambique e no Mali, combate à corrupção em Angola e na África do Sul, paz entre a Etiópia e a Eritreia, Camarões e RDC em crise. 2018 foi um ano turbulento em África. Uma retrospetiva em imagens.
Foto: Privat
Combate à corrupção e desigualdade social na África do Sul
No início do ano, o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, cede à pressão do Congresso Nacional Africano (ANC) e abandona o cargo, após nove anos no poder. Tem de responder em tribunal por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude. O seu sucessor, Cyril Ramaphosa, lança um plano de reforma agrária para lutar contra as desigualdades sociais no país.
Foto: Reuters/N. Bothma
Reconciliação no Quénia
Em março, o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, e o líder da oposição, Raila Odinga, chegam a acordo para o fim da crise política. A oposição tinha boicotado a repetição das eleições do ano anterior, devido a suspeitas de manipulação. Odinga chega a "tomar posse" como "Presidente do povo", mas os líderes decidem pôr as diferenças de lado para dar início ao "processo de construção do Quénia".
Foto: Reuters/T. Mukoya
Sociedade civil sob pressão na Tanzânia
O Presidente John Magufuli torna-se cada vez mais autoritário e a sociedade civil da Tanzânia enfrenta inúmeras restrições. As mulheres grávidas são proibidas de ir à escola e os homossexuais são cada vez mais reprimidos. No final do ano, várias organizações internacionais suspendem os apoios financeiros ao desenvolvimento do país, exigindo ao Presidente que respeite os direitos humanos.
Foto: DW/V. Natalis
Mais de 20 anos depois, paz entre Etiópia e Eritreia
A companhia aérea "Ethiopian Airlines" chama-lhe "pássaro da paz": em julho, um avião parte de Addis Abeba para Asmara. É o primeiro voo direto entre os dois países vizinhos, antigos rivais. Famílias separadas há anos podem finalmente abraçar-se com o início do processo de reconciliação entre a Etiópia e a Eritreia, pela mão do novo primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.
Foto: Ethiopian Broadcasting Corporation
O fim do nepotismo em Angola?
O Presidente angolano, João Lourenço, combate o nepotismo no país. Em setembro, a luta atinge José Filomeno dos Santos, Zenú: o filho do ex-Presidente José Eduardo dos Santos é detido sob acusações de corrupção. A irmã, Isabel dos Santos, já tinha sido exonerada no ano anterior da presidência do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol.
Foto: Grayling
RDC: Joseph Kabila de saída
Após muitos avanços e recuos, o Presidente da República Democrática do Congo anuncia, finalmente, que não vai candidatar-se às eleições de dezembro. O "delfim" do chefe de Estado é o ex-ministro do Interior, Emmanuel Ramazani Shadary. Figuras proeminentes da oposição como Jean-Pierre Bemba e Moïse Katumbi são impedidos de entrar na corrida. E a oposição continua dividida.
Foto: Getty Images/AFP/J.D. Kannah
Extremismo islâmico continua a ameaçar o Mali
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Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Nobel da paz para Nadia Murad e Denis Mukwege
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Segundo a Amnistia Internacional, 400 pessoas morreram este ano no conflito entre o Governo dos Camarões e separatistas. As escolas estiveram várias vezes de portas fechadas e o mesmo aconteceu com muitas assembleias de voto nas eleições de outubro. Apenas 53% dos camaroneses conseguiram votar. Paul Byia foi eleito para um oitavo mandato na Presidência.
Foto: DW/H. Fotso
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Foto: Privat
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