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PolíticaSenegal

Senegal: Presidente dissolve Parlamento e convoca eleições

tm | com agências
13 de setembro de 2024

O Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, avançou com a dissolução do Parlamento e convocou eleições legislativas para 17 de novembro. Quer mais poder para executar o seu plano para o país, informou ainda.

Bassirou Diomaye Faye, Presidente do Senegal, numa foto tirada em julho de 2024 em Paris, França
Bassirou Diomaye Faye, Presidente do SenegalFoto: Lemouton Stephane/Pool/ABACA/picture alliance

"De acordo com os poderes que me foram conferidos pelo artigo 87 da Constituição, e após consultar o Conselho Constitucional sobre a data certa, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional sobre a conveniência, dissolvi a Assembleia Nacional", informou Bassirou Diomaye Faye, Presidente do Senegal, na noite de quinta-feira (12.09).

Com a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições legislativas, o governo de Faye pretende encontrar mais apoio de um novo Parlamento para implementar o seu ambicioso programa ófocado em diminuir a dependência externa e cujos objetivos tem sido prejudicados, até agora, pela falta de maioria parlamentar.

"Dissolvi a Assembleia Nacional para pedir ao povo soberano os meios institucionais que me permitiriam dar substância à transformação sistêmica que prometi", acrescentou o chefe de Estado.

Faye venceu o candidato da coligação governista em março, prometendo combater a corrupção e introduzir reformas económicas que priorizem o interesse nacional. Juntamente com seu primeiro-ministro, Ousmane Sonko, Faye concorreu com as bandeiras de soberania e pan-africanismo de esquerda, aumentando as esperanças dos jovens num país onde três quartos da população têm menos de 35 anos.

No mês passado, o governo senegalês criou uma comissão para rever todos os contratos de petróleo e gás.

"Essa é a preocupação que nos motiva ao lançarmos o debate sobre responsabilidade, que começará agora, nesta mesma semana, e continuará pelo tempo que for necessário", justificou o primeiro-ministro Ousmane Sonko na semana passada.

"As pessoas não podem dar-se ao luxo de fazer o que quiserem, a um custo de milhares de milhões, em terras, em terrenos construídos, em contratos públicos, em contratos classificados como segredos de defesa, em concessões e assim por diante", referiu.

"Acumulando milhões, e sabemos as condições sob as quais alguns desses fundos foram retirados do país, e pensando que poderiam escapar ilesos", disse ainda.

Em junho, a empresa australiana Woodside Energy, por exemplo, anunciou que começou a extrair petróleo ao largo da costa do Senegal, no campo de Sangomar, tornando-se o primeiro projeto de petróleo offshore do país. E, até o final do ano, espera-se que o projeto de gás natural liquefeito operado pela BP também comece a produzir.

Além da revisão e renegociação dos contratos de hidrocarbonetos com as multinacionais, o governo de Faye, vencedor das presidenciais deste ano com maioria absoluta, tem defendido a saída do Senegal do franco CFA, a moeda polémica criada por França, ex-metrópole, em 1945, e que ainda é usada em oito países da África Ocidental.

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