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Governo moçambicano comprometido com a paz

Lusa | ar
7 de setembro de 2017

Lichinga, uma das capitais provinciais de Moçambique mais afastadas de Maputo, foi escolhida pela Presidência moçambicana para se assinalar mais um aniversário dos acordos de Lusaca.

Filipe Nyusi Präsident Mosambik
Foto: DW/M. Mueia

O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu esta quinta-feira (07.09.) o compromisso do seu Governo com a paz em Moçambique, considerando, no entanto, que é preciso respeitar a lei e os "valores da moçambicanidade".

"Como Governo, continuamos a manter um diálogo franco, aberto e sem preconceitos com todas as forças vivas da sociedade, com destaque para os nossos irmãos da RENAMO", declarou Filipe Nyusi.

O Presidente moçambicano falava em Lichinga, capital da província do Niassa, norte de Moçambique, durante o 43.º aniversário dos acordos de Lusaca, que marcam o reconhecimento do direito de Moçambique à independência.

Samora Machel (esq.) e Mário Soares nas negociações de Portugal com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), em Lusaca (1974)Foto: casacomum.org/Arquivo Mário Soares

Alcançar uma paz efetiva e duradoura

De acordo com Nyusi, a meta agora é alcançar uma paz efetiva e duradoura, condição para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique.

"Caros combatentes, com a vossa experiência, nós queremos fazer de Moçambique um país forte, soberano, próspero, uno e indivisível", afirmou o Presidente moçambicano. Nyusi lembrou, no entanto, que é necessário que haja consideração pela legislação e respeito pelos "valores da moçambicanidade" no âmbito do diálogo, numa alusão às condições para negociação com a Renamo - cujo líder, Afonso Dhlakama, declarou em maio uma trégua sem prazo.

Para Nyusi, é importante que o país conserve a paz em respeito aos feitos dos combatentes que morreram na luta pela independência. "O novo figurino para o alcance de consensos sociais implica a valorização das ideias úteis que venham de opiniões diferentes", explicou o chefe de Estado moçambicano.

 Valorizar os antigos combatentes

Filipe Nyusi destacou ainda a necessidade de valorizar os antigos combatentes moçambicanos, considerando que o seu executivo tem esta questão como prioridade."Trata-se de uma conquista que beneficiou a todos os moçambicanos", observou o chefe de Estado, prometendo prestar maior atenção aos problemas dos antigos combatentes, com especial destaque para as pensões, que têm sido constantemente reclamadas pelos antigos militares.

Foto: Presidencia da Republica de Mocambique

"Queremos, através dos combatentes, exortar todo povo moçambicano a concentrar-se no aumento da produção como agenda nacional", disse ainda o Presidente moçambicano.

Há um ano, as comemorações dos acordos de Lusaca realizaram-se em Pemba, outra capital provincial do Norte, numa altura em que havia confrontos militares no Centro do país entre as forças de defesa moçambicanas e o braço armado da Renamo, principal partido da oposição. Na altura, Nyusi criticou o presidente da RENAMO, acusando-o de desestabilizar o país.

Trégua sem limite

Este ano o cenário é o oposto: o líder da oposição declarou uma trégua sem limite e apertou a mão de Nyusi, num encontro realizado em agosto e de que foram distribuídas imagens, expressando ambos o desejo de assinar em breve um acordo de paz.

As comemorações deste ano decorrem a 20 dias do 11.º congresso da Frelimo, em que Nyusi deverá candidatar-se à liderança e por essa via tentar ser eleito para um segundo mandato na Presidência, nas eleições gerais de 2019.

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