Presidente guineense convoca partidos e orgãos de soberania
Lusa | ar
19 de dezembro de 2016
O Presidente da Guiné-Bissau reúne-se na terça-feira (20.12) com os cinco partidos com representação parlamentar e os titulares dos órgãos de soberania na sequência da cimeira da CEDEAO.
José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-BissauFoto: Getty Images/AFP/S. Kambou
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O Presidente José Mário Vaz convidou os líderes dos cinco partidos com assento no Parlamento da Guiné-Bissau (PAIGC, PRS, PCD, UM e PND) para uma reunião no palácio da Presidência devendo cada um deles fazer-se acompanhar de dois elementos da direção.
Areunião terá lugar à tarde e juntará na mesma sala as delegações das cinco formações partidárias e vem na "sequência da cimeira de líderes da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental) que teve lugar na cidade nigeriana de Abuja no último sábado (17.12)", lê-se no convite endereçado aos partidos.
Cumprir o Acordo de Conacri
Entre outras recomendações, a cimeira de lideres de países da Africa Ocidental, instou o Presidente guineense, José Mário Vaz, a cumprir e fazer cumprir o Acordo de Conacri, instrumento patrocinado pela CEDEAO e com o qual a organização acredita que poderá ajudar a Guiné-Bissau a sair da crise política que dura há mais de ano e meio.O Acordo de Conacri visa a formação de um governo cujo primeiro-primeiro seria uma figura de consenso e que tenha a confiança do Presidente guineense. No entanto, quatro das cinco formações políticas com assento parlamentar não reconheceram Umaro Sissoco Embaló, chefe do executivo proposto por José Mário Vaz.
Ellen Johnson Sierlaf, chefe de Estado da Libéria e atual presidente em exercício da conferência de chefes de Estado da CEDEAOFoto: Reuters/A. Sotunde
Partidos guineenses saudaram a "clareza da CEDEAO" sobre crise política
Líderes de sete partidos guineenses saudaram a "clareza e a contundência" do comunicado da última reunião de chefes de Estado e de governos da Africa Ocidental em relação aos caminhos para se acabar com a crise política na Guiné-Bissau.
Em comunicado divulgado em Bissau esta segunda-feira (19.12), líderes do PAIGC, PCD, PUN, PST, MP, UM e PND, elogiaram a forma como os chefes de Estado e de governos da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO) olham para questão da Guiné-Bissau e as soluções que preconizam para a saída da crise.
Diz o comunicado que as sete formações políticas "congratulam-se com a clareza e contundência dos pronunciamentos contidos no comunicado final" aprovado pela cimeira da CEDEAO que decorreu no último sábado na Nigéria.
Parlamento da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame
Para os sete partidos políticos - quatro com representação parlamentar e três sem presença no Parlamento - a posição dos líderes da CEDEAO "é uma oportunidade que não deve ser desperdiçada" pelo que, defendem, a classe política guineense devia inscrever a sua atuação à luz das recomendações da cimeira.
O grupo alerta, no entanto, para o que diz serem "elevados riscos" qualquer tentativa de deturpação, ou atraso na implementação das resoluções da cimeira de líderes da Africa Ocidental.
José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-BissauFoto: Getty Images/AFP/S. Kambou
País pobre com táxis de luxo
Táxis e autocarros da Mercedes-Benz definem o cenário nas ruas de Bissau. Quase todos os taxistas deste país pobre conduzem viaturas da construtora alemã de carros topo da gama, sobretudo modelos a gasóleo dos anos 80.
Foto: DW/B. Darame
Táxis da Mercedes-Benz por todo o lado em Bissau
Nas estradas da Guiné-Bissau, país situado na África Ocidental, prevalecem carros da marca Mercedes-Benz. Apesar deste ser um dos países mais pobres do mundo, ocupando a 12ª posição a contar do fim no índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas, quase todos os taxistas conduzem viaturas da Daimler, construtora alemã de carros topo da gama.
Foto: DW/B. Darame
Modelos resistentes a gasóleo
Os modelos mais resistentes são também os mais procurados. Ao contrário dos modelos modernos, os mais antigos podem ser reparados pelos proprietários e condutores sem conhecimentos de informática. Quase a totalidade dos transportes públicos de Bissau, com os seus 400 000 habitantes, é operada com táxis coletivos e mini-autocarros da marca Mercedes-Benz.
Foto: DW/B. Darame
Amado conduz este Mercedes-Benz desde 1999
Um tio que emigrou para a Alemanha em 1997 enviou este Mercedes para Bafatá, no leste do país, para apoiar a família. Em 1999, o carro foi levado para a capital, Bissau. Desde então serve de ganha-pão ao taxista Amado. As receitas chegam para pagar o almoço e o jantar a toda a família.
Foto: DW/B. Darame
Todos os táxis são táxis coletivos
Tal como todos os taxistas em Bissau, também Amado recolhe sempre vários passageiros que querem ir mais ou menos para o mesmo lado. Os táxis de Bissau estão quase sempre em movimento. Se ainda há um lugar livre, pode-se mandar parar o táxi. Mas o destino deve ser próximo daquele dos restantes passageiros. Também é possível ter o uso exclusivo do táxi, mas é mais caro.
Foto: DW/B. Darame
Painéis dos anos 80
Uma apreciação do interior da viatura revela instrumentos clássicos dos anos 80. Este é o interior de um modelo 190D da série Mercedes-Benz W201. Entre 1982 e 1993 foram produzidos cerca de 1,8 milhões de exemplares deste predecessor da atual classe C. Olhando com atenção deteta-se no lado direito da imagem uma bandeira alemã. Este género de símbolos é muito popular entre os taxistas.
Foto: DW/B. Darame
Oficina da rua
Muitos táxis já têm mais de um milhão de quilómetros de rodagem, e, por isso, sofrem de numerosos defeitos. A reparação torna-se assim num negócio rentável, no qual se especializaram várias oficinas da rua. Sobretudo os jovens aprendem aqui como reparar os modelos da Mercedes-Benz, ocupação que lhes garante o sustento.
Foto: DW/B. Darame
Carros canibalizados
Hoje em dia é fácil obter em Bissau todas as peças sobressalentes dos modelos mais comuns da Mercedes-Benz. Elas não são importadas da Alemanha, mas extraídas dos numerosos táxis cujas carroçarias já não resistem ao uso. As viaturas são canibalizadas e usadas como depósito de peças de reposição. Neste caso foi extraído o bloco completo do motor para ser inserido noutro táxi.
Foto: DW/B. Darame
Investimento conjunto
Sete guineenses juntaram-se para comprar este táxi Mercedes-Benz. Com a matrícula, 42-11-CD, é um dos táxis mais conhecidos da cidade. No fim do mês, o condutor paga o aluguer aos proprietários. Quando o negócio anda de vento em popa, sobra o equivalente a 75 euros para cada um. O que na Guiné-Bissau é uma pequena fortuna. O rendimento médio per capita no país é inferior a 50 euros mensais.
Foto: DW/B. Darame
O modelo para carreiras de longo curso
O modelo 240TD da série 123 foi construído de 1975 a 1986, e é conhecido pelo nome de "sete plass" (sete lugares) na Guiné-Bissau. Este carro é considerado muito resistente e usado, sobretudo, para carreiras de longo curso. Este táxi coletivo faz a carreira de Bissau para Ziguinchor, na Casamansa (Casamance), no vizinho Senegal. A publicidade no para-brisas revela a sua origem.
Foto: DW/B. Darame
Furgonetas da Mercedes para rotas fixas
Enquanto os pequenos táxis coletivos têm rotas flexíveis, as grandes furgonetas da Mercedes-Benz cumprem carreiras fixas. É o caso deste mini-autocarro do tipo 210D ("Mercedes Transporter"), chamado de "toca-toca", que faz a ligação entre o centro da cidade o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira em Bissau, como se pode ler na placa que diz “Aeroporto”.
Foto: DW/B. Darame
Miríade de tipos
Também há vários tipos de mini-autocarros, mas a preferência dos motoristas pelos modelos da Mercedes-Benz é evidente. Os carros desta marca têm a fama de ser resistentes. O furgão do tipo 210D foi construído na fábrica de Bremen, no norte da Alemanha, entre 1977 e 1995. Deste modelo de nome “Bremer Transporter” foram fabricados 970.000 unidades. Hoje ele é construído sob licença na Índia.
Foto: DW/B. Darame
A importação é sempre de segunda mão
Tanto as furgonetas amarelas e azuis que servem de mini-autocarro como os táxis azuis e brancos são geralmente importados em segunda mão. Normalmente os carros oriundos da Europa entram em África via Banjul, cidade portuária na vizinha Gâmbia. Daí seguem via sul do Senegal e norte da Guiné-Bissau para a capital, Bissau. Onde são pintados nas cores típicas.
Foto: DW/B. Darame
Parte integrante do cenário de Bissau
Na imagem, vários táxis pintados em azul e branco seguem numa estrada secundária de terra batida em Bissau. Os táxis da Mercedes-Benz são hoje parte integrante do cenário da capital da Guiné-Bissau. Como as viaturas são muito resistentes e fáceis de reparar, é muito provável que os modelos dos anos 80 e do início da década 90 ainda possam ser admirados por muito tempo nas ruas de Bissau.