Presidente guineense espera propostas concretas do PAIGC
18 de maio de 2016O chefe de Estado guineense continua na quinta-feira (19.05) o processo de auscultação aos partidos com assento parlamentar. Até lá, espera que o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), na qualidade de vencedor das últimas eleições legislativas, "concretize e materialize as intenções manifestadas na sua proposta de pacote de cenários, nomeadamente apresentando uma plataforma de acordo firmado que assegure a estabilidade governativa", afirmou Fernando Mendonça, conselheiro e porta-voz de José Mário Vaz.
O PAIGC tinha aberto a hipótese de formar governo com a oposição. Em proposta enviada ao Presidente da República, na segunda-feira (16.05), o partido liderado por Domingos Simões Pereira propôs ficar com 18 lugares, incluindo o de primeiro-ministro, num novo Executivo a formar na Guiné-Bissau.
Propôs confiar 16 pastas a outras forças: oito ao Partido da Renovação Social (PRS), a principal força da oposição - que já refutou o convite para participar no futuro Executivo -, cinco a outros partidos, duas pastas seriam entregues à Presidência da República e uma à sociedade civil.
O PAIGC remeteu ainda a José Mário Vaz proposta de um Pacto de Estabilidade que seria assinado publicamente por todos os partidos com representação parlamentar.
De acordo com o porta-voz da presidência, o chefe de Estado "tomou boa nota" do facto de o PAIGC ter colocado à sua disposição duas pastas governamentais. Mas lembrou que não cabe ao Presidente propor nomes para o Governo.
José Mário Vaz esperava que o PAIGC tivesse apresentado até segunda-feira "uma proposta concreta" em vez de "meros cenários", afirmou Fernando Mendonça. "É entendimento do Presidente da República que as propostas devem ser seriamente discutidas entre os atores políticos concernentes, por forma a que as mesmas possam ser convertidas em compromissos firmes antes de serem publicitadas".
Apelos à comunidade internacional
Preocupadas com a instabilidade no país, a Organização das Nações Unidas (ONU) e União Africana (UA) lançaram apelos urgentes para mobilização da comunidade internacional de forma a financiar a missão de estabilização estacionada desde o golpe de abril de 2012 na Guiné-Bissau.
Alertam para a necessidade de mobilizar recursos e apoio políticos, técnicos e financeiros para garantir a extensão do mandato da ECOMIB, a força de militares e polícias da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que oficialmente expira a 30 de junho.
Na semana passada, o Presidente guineense demitiu o segundo Governo do PAIGC, liderado por Carlos Correia, que entrara em funções em setembro de 2015, que aconteceu depois de ter demitido o executivo de Domingos Simões Pereira, em agosto do ano passado.