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Zelensky diz ao Parlamento alemão que "ajuda chegou tarde"

DW (Deutsche Welle)
17 de março de 2022

"Derrube este muro", pediu Volodymyr Zelensky ao chanceler alemão, Olaf Scholz. Num discurso dirigido ao Parlamento alemão, o Presidente Ucraniano voltou a pedir restrições mais severas contra a Rússia e ajuda à NATO.

Deutschland Bundestag | Rede Wolodymyr Selenskyj
Foto: Markus Schreiber/AP Photo/picture alliance

O Presidente da Ucrânia dirigiu-se ao, Bundestag, o Parlamento alemão, numa videochamada pela primeira vez na manhã de quinta-feira (17.03) antes da abertura da sessao parlamentar.

Volodymyr Zelensky disse aos parlamentares alemães que "a ajuda chegou demasiado tarde para parar a guerra".

E dirigou palavras duras ao governo alemão sobre os seus interesses económicos com a Rússia. "Pudemos ver a vossa vontade de continuar a fazer negócios com a Rússia e agora estamos no meio da guerra fria. E mais uma vez isto é algo que não conseguiram ver", disse Zelensky.

"Ainda se estão a proteger atrás de um muro que não vos permite ver o que estamos a passar", acrescentou.

"Sr. Scholz, derrube este muro"

Num discurso emotivo, Zelensky apelou diretamente ao chanceler alemão: "caro senhor Scholz, derrube este muro".

Ao utilizar o termo "muro", o Presidente fez uma referência histórica direta a um discurso do Presidente norte-americano Ronald Reagan ao lado do Muro de Berlim em 1987, lembra o editor chefe Internacional da DW, Richard Walker.

"Este era um tema que Zelensky tinha no seu discurso, que há um novo muro na Europa, sugerindo assim que este era um muro do qual a Ucrânia estava no lado errado, que há este grupo da NATO e que a Ucrânia está no exterior, vulnerável a estes ataques da Rússia", disse Walker.

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"Paz é mais importante que rendimentos"

O pedido irtual segue-se a uma série de apelos diretos que Zelensky tinha vindo a fazer aos líderes para angariar apoio depois de a Rússia ter invadido o país.

Depois de falar ao Parlamento canadiano no início desta semana, o Presidente ucraniano dirigiu-se ao Congresso dos Estados Unidos e apelou a sanções económicas mais duras contra o Kremlin e aos viabilizadores da invasão.

Zelensky argumentou que "a paz é mais importante do que os rendimentos".

A posição da Alemanha

Em resposta à invasão russa de 24 de fevereiro, o governo alemão tinha aprovado o fornecimento de armas à Ucrânia. Até à data, tinha enviado 1.000 armas antitanque, 500 mísseis terra-ar e alegadamente 2.700 mísseis da era soviética para o país da Europa Oriental.

Esta semana, a Alemanha anunciou também que comprará aviões de combate F-35 aos EUA, considerados os aviões de combate mais modernos do mundo, depois de Olaf Scholz ter revelado planos para aumentar o seu orçamento de defesa em 100 mil milhões de euros no mês passado.

As ações do país marcam uma grande mudança em relação à sua política de longa data de não enviar ou vender armas para zonas de guerra.

A Alemanha mantém-se contra o envolvimento da NATO na guerra da Ucrânia, sublinhando que desagravar o conflito é fundamental.

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