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Prigozhin: Motim visou "salvar" Wagner e não golpe de Estado

Lusa
26 de junho de 2023

Líder do grupo paramilitar Wagner quebrou o silêncio que durava desde que recuou na "marcha sobre Moscovo". Segundo Yevgeny Prigozhin, "objetivo era evitar destruição do grupo".

Foto: Konkord Company Press Service/ITAR-TASS/IMAGO

O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, justificou hoje (26.06) a "rebelião" do grupo com a necessidade de "salvar" a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos.

"O objetivo da marcha era evitar a destruição do grupo Wagner", disse Prigozhin numa mensagem áudio de 11 minutos, em que quebrou o silêncio que mantinha desde sábado, quando recuou na "marcha sobre Moscovo", sem revelar onde se encontra, embora o Kremlin tenha garantido ao líder da organização paramilitar a possibilidade de se deslocar para a Bielorrússia.

Segundo Prigozhin, o grupo Wagner "estava ameaçado de desmantelamento pelas autoridades" russas. 

O líder do grupo insistiu que "o objetivo não era derrubar o poder no país" e sublinhou que os civis que encontrou durante a rebelião apoiaram a organização paramilitar.

"Graves problemas de segurança" na Rússia

Na declaração áudio, Prigozhin voltou a negar ter tentado atacar o Estado russo e disse que agiu em resposta a um ataque às suas forças que matou cerca de 30 dos seus combatentes.

Prigozhin alertou para o facto de que o avanço dos mercenários Wagner em direção a Moscovo revelou "graves problemas de segurança" na Rússia, lembrando que os seus homens percorreram no sábado 780 quilómetros, "com pouca resistência".

Mercenários do grupo Wagner em Rostov, no sábado (24.06)Foto: REUTERS

"Começámos a nossa marcha por causa de uma injustiça", disse Prigozhin, que não explicou as circunstâncias em que se deram os confrontos.

Vários desentendimentos entre o líder do Grupo Wagner e as chefias militares russas, que se foram agravando ao longo da guerra, transformaram-se num motim que levou os mercenários a deixarem a Ucrânia na noite de sexta-feira para se apoderarem de um quartel-general militar numa cidade do sul da Rússia.

Operações a partir de Minsk?

Após percorrerem no sábado centenas de quilómetros em direção a Moscovo, aparentemente sem oposição para além de alguns ataques aéreos a que foram ripostando, os mercenários cessaram a marcha a cerca de 200 quilómetros da capital russa.

O Kremlin afirmou ter feito um acordo para que Prigozhin se mudasse para a Bielorrússia e que fosse amnistiado, juntamente com os seus soldados. 

Não houve confirmação do seu paradeiro, embora um canal de notícias russo na rede social Telegram tenha informado que Prigozhin foi visto num hotel na capital bielorrussa, Minsk.

Lukashenko e Putin numa caricatura de Sergey Elkin para a DWFoto: DW

Na mensagem que divulgou esta segunda-feira, Prigozhin sublinhou que o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, apresentou soluções para permitir que o grupo Wagner continue as suas operações a partir de Minsk.

Lukashenko, que serviu sábado de mediador entre o Kremlin e a Wagner, propôs soluções para permitir que o grupo paramilitar continue a operar, disse Prigozhin. "Lukashenko estendeu a mão e ofereceu-se para encontrar soluções que permitam ao grupo Wagner continuar o seu trabalho de forma legal", disse Prigozhin.

No sábado, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não iria deixar acontecer uma "guerra civil".

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