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PolíticaAlemanha

Primeiro deputado afro-alemão no Bundestag tenta reeleição

13 de setembro de 2021

O deputado alemão Karamba Diaby está na reta final da campanha rumo às eleições federais de 26 de setembro na Alemanha. No topo das suas prioridades estão a luta contra as alterações climáticas e o combate à xenofobia.

Frankfurter Buchmesse 2016 - Karamba Diaby
Foto: picture-alliance/Uwe Zucchi

Karamba Diaby, de 59 anos, licenciou-se na Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar, no Senegal, país onde nasceu órfão. Chegou à Alemanha através de uma bolsa de estudo, quando tinha pouco mais de 20 anos.

Fez história ao ser eleito deputado federal em 2013. Foi o primeiro afro-alemão a fazê-lo. Hoje, Diaby é cabeça-de-lista do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) em Halle e arrisca-se a ser eleito para um segundo mandato no Bundestag.

"É muito importante ser o primeiro parlamentar negro que nasceu em África. É um feito fenomenal e até fiquei surpreendido, porque mais de 20% da população na Alemanha é imigrante. Mas no Parlamento só temos 8% de alemães com raízes estrangeiras. Nesse grupo, sou o único que nasceu em África e que é filho de pais africanos", disse o político afro-alemão à DW África no seu "quartel-general", na cidade de Halle, no leste da Alemanha.

Diaby é cabeça-de-lista do Partido Social-Democrata da Alemanha em HalleFoto: picture-alliance/dpa/H. Schmidt

Mão cheia de prioridades

Karamba Diaby quer continuar no Parlamento da Alemanha para defender políticas de combate às alterações climáticas. Por outro lado, defende um aumento do salário mínimo no leste de país para 12 euros por hora e pretende ainda reduzir o preço das rendas da habitação. Outra das suas grandes prioridades é derrotar o radicalismo na Alemanha.

"Nós vamos combater a extrema-direita. De facto, é um fenómeno preocupante. Mas devo sublinhar que a grande maioria da população é contra a xenofobia. A grande maioria é a favor da democracia e da diversidade", frisa o político.

"Há um grupo que é muito ativo e que é omnipresente todos os dias, mas não são a maioria no nosso país. Por isso, é muito importante nos engajarmos na luta contra o racismo, contra a xenofobia, e fomentar a formação da sociedade, como recomendam os especialistas", sustenta.

Diaby é favorito

O senegalês foi eleito deputado numa região da Alemanha onde os grupos radicais ligados à extrema-direita são mais ativos. O escritório de Diaby chegou a ser alvo de ataques.

Karamba Diaby chegou à Alemanha com 20 anos através de uma bolsa de estudosFoto: picture-alliance/dpa/K.-D. Gabbert

"Estamos a desenvolver uma estratégia contra a xenofobia e contra a agressão política. Mas aqui em Halle posso dizer que estou no bom caminho e sinto-me bem. E como sabem, sou cabeça-de-lista do meu partido, o SPD. Depositei a minha candidatura pela terceira vez e fui eleito duas vezes ao Conselho de Ministros de Halle. Isso demonstra que tenho apoio da população", salienta.

"Da última vez, mais 32 mil pessoas votaram em mim, fiquei em segundo lugar. Atualmente as sondagens mostram que serei o vencedor nestas eleições e espero que seja uma realidade. Há xenofobia, mas devo realçar que a população de Halle é hoje em dia internacional, aberta e apoia-me", destaca.

As últimas sondagens indicam que o SPD tem entre 25 e 26% das intenções de voto, a CDU/CSU entre 21 e 22%, e "Os Verdes” entre 16 e 17%.

Três candidatos concorrem à sucessão de atual chanceler Angela Merkel: o social-democrata Olaf Scholz, o conservador Armin Laschet da União Cristã-Democrata (CDU) e a dirigente dos Verdes Annalena Baerbock.

Os temas fortes da campanha centram-se nas lições da pandemia, digitalização e combate às alterações climáticas.

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03:53

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