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Carregamento de fertilizantes russos partiu para Moçambique

Lusa
29 de novembro de 2022

Primeiro carregamento de 20 mil toneladas de fertilizantes é transportado por um navio fretado pelo Programa Alimentar Mundial. Está a caminho de Moçambique após acordo promovido pela ONU, mas destino final é Malawi.

Foto: Bernardo Jequete/DW

Um primeiro carregamento de fertilizantes russos saiu esta terça-feira (29.11) dos Países Baixos com destino para África no âmbito do acordo promovido pela ONU para facilitar as exportações destes produtos, dificultadas desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro passado.

Conforme anunciado pelas Nações Unidas, este primeiro carregamento de 20 mil toneladas de fertilizantes é transportado por um navio fretado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) que se dirige para Moçambique e terá como destino final o Malawi.

O carregamento, que deveria ter saído na semana passada, é o primeiro de uma série de fornecimentos de fertilizantes russos a países africanos que estavam bloqueados em portos europeus e que foram doados por uma empresa russa.

No total, a doação é de 260 mil toneladas e, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, vai ajudar a "aliviar as necessidades humanitárias e evitar uma perda catastrófica de colheitas em África, em plena época de sementeira". 

A iniciativa faz parte do acordo que a Ucrânia e a Rússia selaram em julho passado, com o apoio da Turquia e da ONU, e que também permitiu a retomada das exportações de cereais ucranianos pelo mar Negro. 

Embora as sanções dos países ocidentais contra a Rússia não afetem alimentos e fertilizantes, segundo Moscovo, as suas exportações deste tipo de produtos foi praticamente paralisada devido a restrições de empresas de logística ou dificuldades em garantir os carregamentos. 

A ONU alerta há meses para o perigo representado pelo forte aumento dos preços dos fertilizantes desde 2019, com um aumento de 250%, tornando-os inacessíveis para muitos agricultores de países em desenvolvimento. Consequentemente, a ONU receia que as colheitas sejam prejudicadas e provoque uma grave crise alimentar, principalmente em África.

Ucrânia: Acordo de exportação de cereais está seguro?

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