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PolíticaNíger

Primeiro-ministro do Governo golpista do Níger visita Rússia

Lusa | Reuters
16 de janeiro de 2024

O primeiro-ministro do Governo golpista do Níger, Mahamane Lamine Zeine, iniciou uma viagem oficial à Rússia com o objetivo de reforçar os laços entre os dois países, informou a agência nigerina ANP.

Mahaman Lamine Zeine
Foto: Gazali Abdou/DW

A viagem do primeiro-ministro do Níger a Moscovo começou na segunda-feira (15.01) e tem por objetivo relançar a cooperação entre os dois países nos setores das minas, da energia, da cultura, da formação e das infraestruturas.

O jornal russo Izvestia revela imagens de Mahamane Lamine Zeine a ser recebido na neve num aeroporto de Moscovoda capital russa. Durante a visita, o primeiro-ministro nigerino tenciona ainda discutir o alargamento de uma parceria com a Rússia nos domínios da defesa, da agricultura e da energia, segundo a publicação.

A agência noticiosa nigerina ANP, que não dá pormenores sobre a agenda do primeiro-ministro na capital russa, sublinha que a Rússia é "uma das poucas potências que apoiou o Níger antes da chegada das novas autoridades", na sequência do golpe de Estado militar de julho, que derrubou o Presidente, Mohamed Bazoum, e suspendeu a Constituição.

A mesma fonte lembra que a Rússia se opôs à ameaça de intervenção da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"Viva a Rússia. Viva o Níger e os nigerinos", lê-se neste cartaz exibido numa manifestação em Niamey, em agosto.Foto: Sam Mednick/AP/picture alliance

"Experiência e tecnologia" contra ameaças

A agência salientou que, dada a ameaça terrorista que o Níger enfrenta, o país "precisa da experiência e da tecnologia russas". E acrescentou que grande parte do equipamento de que o Níger dispõe, nomeadamente aviões, é de fabrico russo, sendo que muitos oficiais nigerinos foram formados nesse país.

Durante as manifestações de apoio ao golpe de Estado, foram vistas numerosas bandeiras russas em Niamey e em outras cidades nigerinas.

A junta militar está no poder desde que suspendeu a Constituição e todas as instituições democráticas do país, a 26 de julho, um golpe que levou à imposição de sanções por parte da comunidade internacional.

A junta, que ainda não fixou uma data para possíveis eleições democráticas, já contactou os governos golpistas do vizinho Mali (onde operam as milícias russas de Wagner) e do Burkina Faso, ambos próximos de Moscovo.

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