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ConflitosEtiópia

Primeiro-ministro etiópe renova mandato

AFP | Lusa
4 de outubro de 2021

Abiy Ahmed foi empossado depois de obter resultados esmagadores nas eleições. Apenas três presidentes africanos compareceram na sua posse. E após a expulsão da ONU do Tigray, o seu Governo passou a ser mal visto.

Äthiopien | Vereidigung Abiy Ahmed
Foto: Eduardo Soteras/AFP/Getty Images

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, foi empossado nesta segunda-feira (04.10.) para um segundo mandato de cinco anos à frente do Governo, durante o qual terá de enfrentar vários desafios, como a situação conflituosa na região do Tigray.

Abiy Ahmed, cujo Partido da Prosperidade (PP) obteve uma vitória esmagadora em junho passado, foi empossado na manhã de hoje pela presidente do Supremo Tribunal etíope, Meaza Ashenafi.

O presidente Sahle-Work Zewde disse ao Parlamento que as prioridades do Governo incluem aliviar a inflação - que oscilou em torno de 20% este ano - e o custo de vida também, tal como redução do desemprego.

Embora a Etiópia realize eleições desde 1995, nenhuma votação foi verdadeiramente competitiva, exceto nas eleições de 2005, nas quais a disputa pelos resultados causou graves distúrbios e a morte de pelo menos 200 manifestantes nas mãos da Polícia, bem como a prisão de líderes da oposição.

Má imagem internacional

O primeiro-ministro, galardoado com Prémio Nobel da Paz em 2019, por restaurar os laços com a vizinha Eritreia e por defender reformas políticas radicais, enfrenta agora grandes desafios à medida que a guerra na região do Tigray se espalha para outras partes do país, além da continuidade da violência étnica e as práticas repressivas do Governo, que estão de volta. 

A região do Tigray não vê Ahmed como representanteFoto: YASUYOSHI CHIBA/AFP

A guerra de 11 meses na região está a enfraquecer a economia da Etiópia, antes uma das zonas com crescimento mais rápido em África, e ameaçando isolar Abiy, que já foi visto como um pacificador regional. 

Apenas três chefes de Estado africanos - da Nigéria, Senegal e a vizinha Somália - participaram na cerimónia de posse do primeiro-ministro etíope.

O Governo da Etiópia enfrentou na semana passada a condenação das Nações Unidas, dos Estados Unidos e de vários países europeus depois de expulsar sete funcionários da ONU que acusou de apoiar as forças do Tigray, que têm lutado contra forças etíopes e aliadas. 

A situação política no país tem estado extremamente tensa desde que Governo de Abiy lançou uma ofensiva militar em novembro contra a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF, sigla em inglês), que estava no poder na região até então.

A TPLF dominou a Etiópia por 25 anos, até que Abiy expulsou-os em 2020. Muitas pessoas em Tigray não se sentem representadas pelo Governo central e exigem mais autonomia.

Além disso, quase sete milhões de pessoas enfrentam uma "crise de fome" no norte da Etiópia devido à guerra, alertou o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) no mês passado.

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