Professores angolanos do ensino geral entraram em greve, convocada pelo Sindicato de Professores Angolanos e que deverá estender-se até à próxima sexta-feira. Docentes exigem respostas às várias reivindicações.
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Vários alunos de muitas escolas do ensino geral, nomeadamente da província de Luanda, não tiveram aulas esta quarta-feira (05.04) devido à greve dos professores.
A DW África fez uma ronda pelas escolas Nzinga Mande, 1 de Maio e Comandante Pedale e constatou que alguns docentes compareceram mas não lecionaram durante todo o dia. Segundo os alunos, foram os próprios professores que anunciaram a paralisação aos formandos.
António Fonseca estuda a 12ª classe no Instituto Médio Politécnico do Nova Vida. O aluno disse que teve apenas aulas de matemática.
"Tivemos apenas uma aula. A maior parte das turmas não teve as aulas por causa da greve".
O segurança de uma das escolas do ensino público, localizada na Urbanização Nova Vida, em Luanda, também garantiu à nossa reportagem que "os professores estiveram nas turmas, mas não chegaram a lecionar. Os únicos docentes que deram aulas são aqueles que fazem parte da direção da escola. Alguns começaram a dar aulas e depois suspenderam", disse.
Sem medo das ameaças da entidade patronal
No Bengo, os docentes aderiram em pleno à greve convocada, segundo confirmou à DW, o secretário provincial, Mbaxi Paulino. O sindicalista diz que não se sente intimidado com as ameaças da entidade patronal.
"Aqui paralisámos a cem por cento. Entre o mal menor e o mal maior, preferimos o mal maior. O mal menor, neste momento, é a penalização. E o mal maior é a condição em que os professores vivem. Vamos continuar firmes na nossa causa e temos a certeza que as faltas que vão ser aplicadas não nos vão prejudicar", destacou Mbaxi Paulino.
O Ministério da Educação de Angola diz que não existem razões para a greve e prometeu penalizar todos os professores que aderiram aos protestos que vão durar três dias.Segundo o diretor provincial da Educação em Benguela, Samuel Maleze, "os dias 5,6 e 7 são dias de trabalho. Queremos apelar aos pais para levarem as crianças à escola. O professor que não se apresentar terá falta e se não tiver justificação plausível terá um desconto no salário. Se quiser reclamar, a lei também é clara nisso”, afirmou, terminando com uma provocação para o Sinprof. "Que o sindicato lhes pague os dias que serão descontados”.
05.04.2017 Angola:Greve de professores - MP3-Mono
Greve decorre até sexta-feira
Esta greve, convocada para Luanda, e posteriormente alargada ao resto do país, deverá estender-se até sexta-feira (07.04) e poderá ainda decorrer de forma interpolada nos meses de maio e junho, caso as autoridades não respondam ao caderno reivindicativo entregue desde 2013 pelo Sinprof sobre o aumento salarial, a atualização de categorias e a redução da carga horária.
Recorde-se que o ano letivo de 2017 em Angola começou oficialmente a 1 de fevereiro e decorre até 15 de dezembro. Cerca de dez milhões de alunos frequentam os vários níveis de ensino geral.
Crescimento demográfico: Cidades perante novos desafios
Quase dois terços da humanidade vivem em cidades - um enorme desafio global. A terceira cimeira da ONU sobre desenvolvimento urbano sustentável tem lugar entre 17 e 20 de outubro na cidade de Quito, capital do Ecuador.
Foto: Roslan Rahman/AFP/Getty Images
População urbana cada vez mais numerosa
A ONU prevê que a população mundial ascenda a nove mil milhões até 2050. Até lá, dois terços viverão em cidades. As cidades e as comunas deverão preparar-se para o facto, oferecendo serviços em quantidade e qualidade para os novos cidadãos: habitação acessível, água e saneamento, postos de trabalho, educação, serviços de saúde e transportes públicos..
Foto: Getty Images
Bairros de lata cada vez maiores
Algumas cidades veem-se confrontadas com o alastrar dos bairros de lata devido à pressão demográfica. É o caso, por exemplo, do "township" de Khayelitsha, na África do Sul. Em África, na Ásia e na América Latina milhões de pessoas vivem em bairros degradados, sem acesso a água canalizada ou a saneamento. Além disso, essas áreas oferecem poucas possibilidades de trabalho e de acesso a rendimento.
Foto: Getty Images/D. Kitwood
Edifícios ecológicos
Por vezes, a pressão urbana contribui para a inovação: o município de Santa Monica, perto de Los Angeles, construiu bairros habitacionais para operários com baixos rendimentos, como o bairro de "Colorado Court": as casas são baratas, obedecem a critérios ecológicos e ficam perto do centro da cidade. O mais importante é a eficiência energética, ou seja, custos de aquecimento bastante reduzidos.
Foto: picture alliance/Arcaid/J.-E. Linden
Água potável de qualidade
Muitas cidades foram construidas sobre lençois freáticos ou perto de rios ou lagos. O fornecimento de água potável em quantidade e qualidade suficientes para uma população cada vez mais numerosa constitui um dos maiores desafios dos municípios em crescimento. Na Índia, muitas cidades, como Nova Deli, veem-se obrigadas a ir buscar água a regiões remotas, para abastecer as suas populações.
Foto: DW/M. Krishnan
Agricultura urbana
Fornecer alimentos saudáveis para uma população em crescimento - um objetivo nada fácil de atingir. Várias cidades tentam aproveitar hortas urbanas para a produção de produtos agrícolas. É o caso de Kampala, capital do Uganda, onde cada vez mais famílias dispõem de uma horta, onde produzem alimentos para o consumo próprio e mesmo para a venda nos mercados municipais, como o mercado de Nakasero.
Foto: AFP/Getty Images
Bicicletas: baratas e ecológicas
Os habitantes das cidades precisam de transportes públicos rápidos, económicos e eficientes. A bicicleta pode constituir uma alternativa amiga do meio ambiente. Cidades como Copenhague, capital da Dinamarca, investem muito na construção de ciclovias, motivando assim os habitantes a deixar os automóveis na garagem. Copenhague tem uma meta: ser em 20125 a primeira capital "carbono neutro" do mundo.
Foto: picture alliance / PIXSELL
Os autocarros de Bogotá
A capital da Colômbia de Bogotá começou, no ano de 2000, a implementar um sistema moderno de transportes de autocarro: o "TransMilenio". Trata-se de autocarros mais económicos e cómodos e que são utilizados diariamente por mais de dois milhões de utentes. Pouco a pouco, os autocarros a diesel serão substituídos por veículos com motores elétricos e "híbridos".
Foto: Guillermo Legaria/AFP/Getty Images
Soluções para tratamento de lixos sólidos
Como tratar o lixo de forma eficiente? Uma dor de cabeça para muitos municípios. Na Suécia, muitas cidades produzem energia através da combustão de lixos sólidos. Aí, apenas 1% do lixo é colocado em aterros. A cidade californiana de São Francisco baniu os sacos plásticos e pretende reciclar todo o lixo produzido. Em Inglaterra, o lixo é fonte de energia utilizada nos transportes públicos.
Foto: Envac/Image Bank Sweden
Como melhorar a qualidade do ar?
Algumas cidades são conhecidas pelos seus famigerados teores de poluição do ar. Uma das cidades que mais sofre com o "smog" é a Cidade do México. No início de 2016, o município, numa tentativa de atenuar o problema, proibiu a circulação de carros na cidade e aconselhou os munícipes a não abandonarem as suas casas.
Foto: Getty Images/AFP/H. Guerrero
Uma parede contra a poluição do ar
Com a iniciativa "Hoy No Circula" ("Hoje não circules"), a Cidade do México pretende convencer os cidadãos a não utilizarem os seus automóveis durante menos um dia da semana. Outras medidas propostas são a plantação de árvores, a utilização de veículos menos poluentes ou a construção de edifícios inovadores, como a "Torre de Especialidades", cujos painéis exteriores absorvem gases poluentes.
Foto: Alejandro Cartagena
Cidades inovadoras
70% dos gases com efeito de estufa são produzidos em cidades. Alguns municípios esforçam-se por reduzir drasticamente o CO2. É o caso de Copenhaga, Vancouver ou Malmö. Também Freiburg, na Alemanha, implementou várias medidas, apostando, nomeadamente, na energia solar, em meios de transporte ecológicos ou na reciclagem de lixos sólidos. Freiburg quer ser cidade "carbono neutro" em 2015.
Foto: Stadt Freiburg im Breisgau
Cidades verdes
Espaços verdes são de importância vital para as cidades. Os parques municipais oferecem bem-estar e protegem do calor. Singapura é uma das cidades com maior densidade populacional do mundo. Ao mesmo tempo é uma cidade extremamente verde. Cerca de metade da cidade é coberta de espaços verdes. Singapura lidera o denominado "Green City Index" no continente asiático.