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História

Prossegue o adeus a Mandela

Milton Maluleque (Joanesburgo) / Lusa10 de dezembro de 2013

Os restos mortais de Nelson Mandela serão transportados e acompanhados por um grande cortejo fúnebre do Hospital Militar até à residência Presidencial, Union Buldings, em Pretória a partir desta quarta-feira (11.12).

Nelson Mandela, um dos ícones da luta anti-apartheid na África do SulFoto: Reuters

O corpo estará em câmara ardente até esta sexta-feira (12.12.) e qualquer cidadão, nacional ou estrangeiro, poderá render a sua última homenagem a Nelson Mandela, antes de ser sepultado no domingo (15.12.) em Qunu, aldeia do seu clã Lhosa na província do Cabo Oriental.

Foi aqui onde Mandela cresceu e pediu para ser enterrado, numa cerimónia restrita à família.

Embora a África do Sul tenha rejeitado por diversas ocasiões falar sobre o funeral de Mandela antes da sua morte, os preparativos estavam já a ser feitos há anos.

Clayson Monyela, porta-voz do ministério sul-africano dos Negócios Estrangeiros, fala do programa em homenagem ao primeiro Presidente negro da África do Sul: "O cortejo fúnebre irá deixar o hospital às 7 horas da manhã e o corpo de Nelson Mandela será visto às 8 horas. Ainda na quarta-feira (11.12.) a família Mandela e os que foram assistir as cerimónias verão o corpo às 10 horas, enquanto os funcionários do Estado poderão fazê-lo entre as 12 e as 17 e 30 minutos. Na quinta e sexta-feiras (13 e 14.12.) o público terá acesso ao local das 8 as 17horas e 30 minutos."

Casa de Nelson Mandela na sua terra natal, QunuFoto: Reuters

Um fim triste, mas esperado

Isto acontece depois das celebrações que tiveram início no domingo (08.12.), dia consagrado pela presidência sul-africana, como o dia nacional de orações à Mandela e, das homenagens desta terça-feira (10.12.) no estádio do Soccer City, em Joanesburgo, com a participação de mais de 90 chefes de Estado.

A equipa de reportagem da DW África, saiu à rua para ouvir os depoimentos dos sul-africanos em torno desta perda que todos consideram irreparável: "Sinto-me muito triste, acredito que esperávamos há tempo e não foi um choque.

"Que Deus o tenha e que o deixemos partir em paz, e obrigado pelos seus feitos."

"É muito triste que ele não esteja mais entre nós... sempre nos iremos lembrar dele."

Cerimónia fúnebre no estádio Soccer CityFoto: Reuters

Da lusofonia mensagens com emoção

Para além de dignatários nacionais e internacionais, cidadãos comuns vindos de Angola, Moçambique e Portugal, deslocaram-se à África do Sul para render a sua última homenagem à Mandela:

Rosa Borges de Luanda, diz: "Angola chora por ti Mandela, Angola clama por ti Mandela, obrigada por tudo Madiba"

"Descansa em paz Nelson Mandela... serás sempre recordado para todo o sempre. Acredito que para todas as gerações futuras és um grande exemplo para a humanidade."

"Meu querido Madiba, já tive a oportunidade de expressar a minha admiração por ti, inspiraste-me e continuas a inspirar-me a ser melhor pessoa", André Mendes de Portugal.

O enterro, segundo o Clayson Monyela, porta-voz do ministério sul-africano dos Negócios Estrangeiros, terá um caráter mais familiar, com a presença de poucos líderes mundiais.

Graça Machel, viúva de Mandela, e Barack Obama, Presidente dos EUA durante a cerimónia fúnebreFoto: ALEXANDER JOE/AFP/Getty Images

O adeus do mundo

Entretanto, as cerimónias fúnebres terminaram em Joanesburgo, onde uma centena de chefes de Estado e de Governo e milhares de pessoas celebraram a luta do antigo Presidente da África do Sul contra o 'apartheid'.

Uma cerimónia religiosa ecuménica, cânticos e as memórias de familiares e amigos de 'Madiba' - como Mandela era tratado - serviram para homenagear o Nobel da Paz, num ambiente festivo, apesar da chuva que não parou de cair.

Colocou o ponto final o vice-presidente do Congresso Nacional Africano, Cyril Ramaphosa, após a intervenção do arcebispo emérito de Cidade do Cabo, Desmond Tutu, que enalteceu a vida do "extraordinário ícone" que foi Mandela.

Ao longo de quatro horas, a cerimónia, marcada por uma grande emoção, contou com discursos de líderes mundiais como os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raul Castro, que elogiaram a figura de Mandela.


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