O Qatar é o país anfitrião do Campeonato Mundial de Futebol 2022. A adjudicação do causou comoção. O verão é muito quente, disseram os críticos. E mais grave ainda: o tratamento dos imigrantes é desumano. O que mudou?
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O vídeo de apresentação do Qatar como país anfitrião do Campeonato Mundial de Futebol 2022 não poupa a pompa e ciscunstância. O primeiro campeonato do desporto-rei no Médio Oriente será um marco histórico, promete .
Idal Katani, o diretor de projeto de um dos estádios em construção, não esconde o seu entusiasmo: "Na verdade estamos muito orgulhosos. Estamos a envidar todos os esforços para que não haja problemas. O Qatar assumiu responsabilidades perante o mundo e nós vamos cumprir as nossas promessas".
Ao todo estão a ser construídos nove estádios completamente novos num país de 11.500 quilómetros quadrados. Já há muitos planos para o aproveitamento dos recintos depois do Mundial. Um dos estádios consiste de contentores e será construído no porto, de modo a poder ser desmantelado quando deixar de ser necessário.
A questão dos imigrantes
Outro será transformado num hotel e partes de terceiros serão oferecidos a países pobres. Para não ter que construir muitos hotéis novos, o Qatar propõe que os adeptos que viajarem para o país se instalem em navios-cruzeiro ou em tendas no deserto. Todos os estádios serão equipados com ar condicionado e parcialmente operados com energias renováveis. Uma das medidas mais importantes: pela primeira vez na história do campeonato, o mundial realiza-se no inverno num país do hemisfério norte.
Os imigrantes têm que aguentar o calor. Os estádios estão a ser erguidos por um verdadeiro exército de trabalhadores de países como a Índia, Bangladesh e Nepal. Em anos passados, foram levantadas acusações sérias de violação de direitos humanos contra o país anfitrião por causa das condições de vida e trabalho dos imigrantes. O Qatar diz já resolveu todos os problemas. Idal Katani garante: "Não poupamos esforços para garantir que os operários tenham tudo para poderem trabalhar de forma eficiente e saborearem a sua estadia no país. Queremos que sejam produtivos e felizes".
Condições menos desumanas
É um facto que as instalações para os trabalhadores que o Qatar mostra ao grupo convidado de jornalistas têm um aspecto limpo e novo. Trata-se de uma espécie de cidade de contentores no deserto.
Qatar esforça-se para melhorar a imagem
Em cada divisão dormem quatro pessoas, separadas por cortinas para garantir alguma privacidade. Há uma cantina, matraquilhos, um ginásio e uma sala com computadores. Os trabalhadores trabalham em turnos de 24 horas, 365 dias por ano.
Mas onde o Qatar envida realmente grandes esforços é nas relações públicas. Os jornalistas convidados podem falar com quem quiserem, prometem. Mas quando pedimos para falar com os operários imigrantes, os funcionários não se afastam para deixar os trabalhadores falar livremente. Vão buscar dois indianos: um com um problema de dicção e outro que não fala inglês. Ambos apenas repetem incansáveis que está tudo muito bem e que estão muito felizes. Aparentemente também isto faz parte dos preparativos para o Mundial de 2022.
Mundial de futebol na Rússia 2018: os estádios
De 14 de junho a 15 de julho de 2018 tem lugar na Rússia o Mundial de Futebol. Fique agora a conhecer os 12 estádios em 11 cidades, incluindo Moscovo, São Petersburgo, Sochi e Kazan, que acolhem a "nata" do futebol.
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Estádio Lujniki, Moscovo
As cerimónias de abertura e encerramento do Mundial 2018 terão lugar neste estádio, assim como uma das semi-finais. A casa da seleção nacional russa tem capacidade para 81 mil pessoas. O Estádio Lujniki, que foi remodelado para o Mundial de Futebol, já recebeu a final de uma Liga dos Campeões e foi palco dos Jogos Olímpicos de Verão.
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Estádio de São Petersburgo
O recinto do Zenit de São Peterburgo acolhe 68 mil pessoas. Provavelmente estará com lotação esgotada quando receber uma das semi-finais e o jogo para o terceiro lugar. O estádio será também foco de atenções em partidas nas anteriores fases. A Taça das Confederações 2017 teve lugar também no Estádio de São Petersburgo.
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Arena Ecaterimburgo
Tem hoje um ar moderno, mas a Arena de Ecaterimburgo tem um longo passado. Construído em 1953, o estádio foi remodelado em 2018 a pensar no Campeonato do Mundo. Com capacidade para 35 mil pessoas, o estádio é a casa do FC Ural, da primeira divisão russa. Ecaterimburgo é a cidade mais a leste entre as anfitriãs do Mundial.
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Arena Rostov
Com capacidade para 45 mil espectadores, este foi um dos novos estádios construídos especificamente para o Campeonato do Mundo. Aqui vão jogar-se quatro partidas da fase de grupos e uma dos 16 avos de final. Depois do Mundial, a Arena Rostov continuará a ter vida: será a nova casa do FC Rostov.
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Arena Volgogrado
Este estádio foi construído no mesmo lugar do antigo Estádio Central de Volgogrado, próximo do rio Volga. Durante os jogos que irá acolher na fase de grupos, poderá receber 45 mil pessoas. Depois do Mundial da Rússia 2018, passará a ser o estádio do Rotor Volgogrado, atualmente na segunda divisão. A cidade de Volgogrado era conhecida como Estalinegrado.
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Estádio Níjni Novgorod
Também este estádio foi feito de raiz para o Mundial de Futebol. Vai receber jogos da fase de grupos, uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final. O Olimpiyets Níjni Novgorod, da segunda divisão russa, terá depois aqui o seu relvado principal. Mas as autoridades locais já anunciaram que o recinto, com 45 mil lugares sentados, poderá vir a ser utilizado para outros eventos.
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Estádio de Kaliningrado
Este é o único recinto do Campeonato do Mundo localizado num exclave do território russo. Kaliningrado fica localizado num território entre a Polónia e a Lituânia. Foi concebido propositadamente para o Mundial para receber no máximo 35 mil pessoas, e depois deverá será reduzido para se tornar no lar do Baltika Kaliningrado, da segunda divisão.
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Arena Mordóvia
O arquiteto alemão Tim Hupe projetou este novo estádio com 44 mil lugares que vai ser palco de encontros na fase de grupos. Depois do Mundial, o anel superior será desmantelado e o estádio vai ser entregue ao clube Mordóvia Saransk, da terceira divisão.
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Arena Samara
Este estádio, com capacidade para 44 mil lugares, foi construído para o Mundial de Futebol numa ilha a sul de Samara, onde não existia antes qualquer infraestrutura. É aqui que a seleção russa vai jogar o último desafio da fase de grupos. Uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final terão também lugar neste estádio, que será depois do Krylya Sovetov, equipa da segunda divisão.
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Estádio Spartak
Apesar de ter sido palco da Taça das Confederações, o Estádio Spartak, com 45 mil lugares, é apenas utilizado em quatro jogos da fase de grupos e numa partida das eliminatórias. Reaberta em 2014, a arena é casa do Spartak Moscovo. Apesar de ser um dos clubes mais conhecidos da Rússia, o Spartak teve de esperar muitos anos para ter o seu próprio estádio.
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Arena Kazan
Um dos palcos da Taça das Confederações vai albergar partidas dos quartos de final, de 16 avos e quatro jogos da fase de grupos do Mundial 2018. O Presidente russo, Vladimir Putin, colocou a primeira pedra do estádio, inaugurado em 2013, que tem atualmente 41.585 lugares. É o recinto do Rubin Kazan.
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Estádio Olímpico de Fisht
Com capacidade para 41.220 pessoas, este estádio foi construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Uma parte do telhado foi removida a pensar no Mundial de Futebol, em 2018. A bola vai rolar neste relvado em quatro jogos da fase de grupos, um dos 16 avos e outro dos quartos de final.