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Desporto

Qatar prepara Mundial 2022

Anna Osius
22 de junho de 2018

O Qatar é o país anfitrião do Campeonato Mundial de Futebol 2022. A adjudicação do causou comoção. O verão é muito quente, disseram os críticos. E mais grave ainda: o tratamento dos imigrantes é desumano. O que mudou?

Katar Doha Lusail Stadion
Foto: Supreme Committee for Delivery & Legacy

O vídeo de apresentação do Qatar como país anfitrião do Campeonato Mundial de Futebol 2022 não poupa a pompa e ciscunstância. O primeiro campeonato do desporto-rei no Médio Oriente será um marco histórico, promete .

Idal Katani, o diretor de projeto de um dos estádios em construção, não esconde o seu entusiasmo: "Na verdade estamos muito orgulhosos. Estamos a envidar todos os esforços para que não haja problemas. O Qatar assumiu responsabilidades perante o mundo e nós vamos cumprir as nossas promessas".

Ao todo estão a ser construídos nove estádios completamente novos num país de 11.500 quilómetros quadrados. Já há muitos planos para o aproveitamento dos recintos depois do Mundial. Um dos estádios consiste de contentores e será construído no porto, de modo a poder ser desmantelado quando deixar de ser necessário.

Construção do estádio de Al Bayt em DohaFoto: Supreme Committee for Delivery & Legacy

A questão dos imigrantes

Outro será transformado num hotel e partes de terceiros serão oferecidos a países pobres. Para não ter que construir muitos hotéis novos, o Qatar propõe que os adeptos que viajarem para o país se instalem em navios-cruzeiro ou em tendas no deserto. Todos os estádios serão equipados com ar condicionado e parcialmente operados com energias renováveis. Uma das medidas mais importantes: pela primeira vez na história do campeonato, o mundial realiza-se no inverno num país do hemisfério norte.

Os imigrantes têm que aguentar o calor. Os estádios estão a ser erguidos por um verdadeiro exército de trabalhadores de países como a Índia, Bangladesh e Nepal. Em anos passados, foram levantadas acusações sérias de violação de direitos humanos contra o país anfitrião por causa das condições de vida e trabalho dos imigrantes. O Qatar diz já resolveu todos os problemas. Idal Katani garante: "Não poupamos esforços para garantir que os operários tenham tudo para poderem trabalhar de forma eficiente e saborearem a sua estadia no país. Queremos que sejam produtivos e felizes".

Condições menos desumanas

É um facto que as instalações para os trabalhadores que o Qatar mostra ao grupo convidado de jornalistas têm um aspecto limpo e novo. Trata-se de uma espécie de cidade de contentores no deserto.

Qatar esforça-se para melhorar a imagem

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Em cada divisão dormem quatro pessoas, separadas por cortinas para garantir alguma privacidade. Há uma cantina, matraquilhos, um ginásio e uma sala com computadores. Os trabalhadores trabalham em turnos de 24 horas, 365 dias por ano.

Mas onde o Qatar envida realmente grandes esforços é nas relações públicas. Os jornalistas convidados podem falar com quem quiserem, prometem. Mas quando pedimos para falar com os operários imigrantes, os funcionários não se afastam para deixar os trabalhadores falar livremente. Vão buscar dois indianos: um com um problema de dicção e outro que não fala inglês. Ambos apenas repetem incansáveis que está tudo muito bem e que estão muito felizes. Aparentemente também isto faz parte dos preparativos para o Mundial de 2022. 

 

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