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PolíticaQuénia

Presidente cessante do Quénia promete transferência pacífica

Lusa
8 de setembro de 2022

O Presidente cessante queniano, Uhuru Kenyatta, prometeu uma transferência pacífica de poder após as eleições de agosto, mas recusou-se mais uma vez a felicitar o vencedor, William Ruto, reiterando o seu apoio a Odinga.

Da esquerda para a direita na foto: William Ruto, Uhuru Kenyatta e Raila Odinga
Da esquerda para a direita na foto: William Ruto, Uhuru Kenyatta e Raila OdingaFoto: AFP/T. Karumba

"Vou entregar o poder com um sorriso no rosto porque é meu dever constitucional fazê-lo, mas o meu líder é Raila Odinga", disse Kenyatta, que lamentou que o antigo adversário e agora aliado não tenha ganhado as eleições, segundo o diário queniano 'The Star'.

Ruto confirmou que o presidente não o felicitou, referindo que este "talvez esteja um pouco desapontado" com a derrota de Odinga.

"Infelizmente, o Presidente não me deu os parabéns, mas isso não é um problema. Talvez esteja um pouco desapontado ou triste por eu ter derrotado o seu candidato. Essa é a natureza da política", disse.

O Supremo Tribunal queniano confirmou na segunda-feira (05.09) a eleição de William Ruto, concluindo semanas de controvérsia e incerteza marcadas por acusações de fraude.

Os resultados anunciados em 15 de agosto pela Comissão Eleitoral Independente deram Ruto como o vencedor das eleições presidenciais mais renhidas da história do país, com uma vantagem de cerca de 233 mil votos (50,49% contra 48,85%) sobre Raila Odinga.

William Ruto, o novo Presidente eleito do QuéniaFoto: Billy Mutai/AA/picture alliance

Odinga denunciou "fraudes"

Figura histórica da oposição apoiada este ano pelo Presidente Kenyatta, Raila Odinga alegou que o sufrágio foi marcado por fraudes e recorreu para o Supremo Tribunal, considerando estar a travar "uma luta pela democracia e pela boa governação".

"Esta é uma decisão unânime. Os recursos são rejeitados pela presente. Em consequência, declaramos o primeiro respondente (William Ruto) eleito Presidente", disse a juíza presidente do Supremo Tribunal queniano, Martha Koome.

Nos termos da Constituição do país, Ruto deve prestar juramento em 13 de setembro e tornar-se, aos 55 anos, o quinto Presidente do Quénia desde a independência do país, em 1963.

As eleições no Quénia têm sido fonte de violência por várias vezes, a mais mortal das quais, em 2007, fez mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados internos.

O Quénia é um importante aliado ocidental na volátil região do Corno de África e abriga a sede regional de muitas empresas e organizações internacionais, incluindo agências da ONU e várias embaixadas estrangeiras.

Raila Odinga questiona eleições no Quénia

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