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SociedadeQuénia

Quénia: Um morto em manifestação contra inflação e governo

Lusa | AFP
21 de março de 2023

Um estudante foi morto pela polícia no Quénia na segunda-feira (20.03), na região ocidental do país, em confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que protestavam contra o Governo e a subida da inflação.

Foto: Musa Naviye/DW

"William Mayange, um estudante do terceiro ano, foi atingido no pescoço. Foi levado imediatamente para o Hospital Coptic, onde foi declarado morto à chegada", disse a polícia em comunicado.

De acordo com a corporação, o estudante, que participava na manifestação, acusou a polícia de ter disparado munições reais depois de ter ficado sem gás lacrimogéneo, na sequência dos manifestantes "terem começado a apedrejar" os agentes.

A polícia acrescenta que os apedrejamentos "danificaram janelas de 10 casas e a esquadra da polícia" em Mesano, um bastião da oposição. Várias figuras da oposição também foram detidas.

Os protestos convocados pela oposição foram os primeiros desde que William Ruto, de 56 anos, chegou ao poder na sequência da vitória nas presidenciais fortemente disputadas em agosto, e cujo resultado continua ser contestado pelo candidato derrotado, Raila Odinga, que insiste que a vitória lhe foi "roubada" e que o Governo de Ruto é "ilegítimo".

Polícia queniana disparou granadas de gás lacrimogéneo contra os manifestantesFoto: Musa Naviye/DW

Protestos todas as segundas-feiras

Na capital, Nairobi, a polícia disparou também granadas de gás lacrimogéneo contra a coluna automóvel de Raila Odinga, que tem apelado aos seus apoiantes para se concentrarem e protestarem todas as segundas-feiras.

"Todas as segundas-feiras haverá uma greve, haverá uma manifestação. A guerra começou, não terminará até que os quenianos obtenham os seus direitos", disse Odinga, de 78 anos.

O porta-voz de Odinga, Dennis Onyango, disse à agência France-Presse que a polícia tinha disparado munições reais contra o carro do líder da oposição, mas não há confirmação independente desta acusação.

As manifestações na capital contra a inflação, que em fevereiro subiu para 9,2%, comparativamente ao período homólogo de 2022, foram proibidas no domingo pelas autoridades por não terem cumprido o prazo de notificação.

Além dos aumentos de preços, os quenianos sofrem com a queda acentuada do xelim em relação ao dólar americano e com uma seca recorde que mergulhou milhões de pessoas na penúria alimentar.

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