Quatro anos sem Jean Charles de Menezes
24 de julho de 2009Um dia antes da sua execução, quatro atentados à bomba foram realizados em três lugares do metro e num autocarro em Londres. Durante as investigações, a polícia encontrou, em algumas mochilas, indício de material que não havia explodido. A partir daí, agentes da Scotland Yard, a força policial do Reino Unido, chegaram a um bloco de apartamentos na zona sul de Londres, onde Jean Charles vivia. Disfarçados, eles observavam o local, quando viram o brasileiro sair do prédio pela manhã. A caminho do trabalho, o eletricista foi perseguido pelos agentes. Como Jean Charles estava vestido com um blusão pesado, os policiais disseram que ficaram preocupados com a possibilidade de que ele estivesse carregando explosivos.
As autoridades britânicas confirmam: o brasileiro foi confundido com o terrorista árabe que teria participado, na véspera, das acções violentas. Um engano admitido pelo comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Paul Stephenson, três anos depois do crime. Apesar de a polícia britânica ter sido considerada culpada pelo assassinato do brasileiro, nenhum dos dois policiais que teriam atirado em Jean Charles de Menezes foi preso. Os nomes deles, até hoje, não foram sequer divulgados. A família ainda mantém processos que estão tramitando na Justiça.
Um feature da autoria de Raquel Laudares.