Quatro mortos em queda de avião de carga na Costa do Marfim
Lusa | Reuters | EFE
14 de outubro de 2017
Avião com dez pessoas a bordo transportava material para o Exército francês. Acidente ocorreu nas proximidades do aeroporto de Abidjan, logo depois da decolagem.
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Um avião de carga que transportava material para o Exército da França caiu ao mar este sábado (14.10) pouco depois de decolar do aeroporto de Abidjan, no sul da Costa do Marfim. Pelo menos quatro pessoas morreram. Segundo o chefe do corpo de bombeiros da cidade, coronel Sakoh Issa, a aeronave transportava dez pessoas.
O ministro da Segurança do país, Sidiki Diakite, informou que as quatro vítimas eram da Moldávia. Quatro tripulantes de nacionalidade francesa e outros dois da Moldávia ficaram feridos.
O acidente ocorreu a poucos metros da costa, à altura de Port Bouet. Os serviços de emergência chegaram rapidamente ao terreno. Imagens difundidas pelos meios de comunicação marfinenses mostram um avião de pequeno porte partido em dois e encalhado à margem de uma praia.
A aeronave Antonov fazia parte da operação antiterrorista Barkhane. O governo francês mantém uma missão com 4 mil membros do exército na região do Sahel para apoiar países a combater jihadistas. A base militar em Abidjan oferece apoio logístico para as operações.
Um grave acidente de aviação aconteceu em 2000 na Costa do Marfim, quando uma aeronave da companhia queniana Kenya Airways caiu com 179 pessoas a bordo, também no mar, depois de ter descolado do aeroporto internacional de Abidjan. Apenas uma dezena de passageiros sobreviveu.
Avião do terror volta à Alemanha
Ainda hoje, a história do "Landshut" arrepia os alemães - a história do sequestro do avião da Lufthansa por militantes ligados à Fração do Exército Vermelho (RAF), em 1977, com um desfecho dramático na Somália.
Foto: picture-alliance/dpa
Um pesadelo
A ferrugem tomou conta deste Boeing 737-200, provavelmente o mais famoso da história da Alemanha. O avião "Landshut" ficou quase uma década num "cemitério" de aeronaves no Aeroporto Internacional de Fortaleza, no Brasil. A sua história, que teve um desfecho dramático na Somália, ainda arrepia os alemães. Agora, fará parte de uma exposição na Alemanha.
Foto: Imago/Agencia EFE
A RAF e o Outono Alemão
A fama do avião "Landshut" remonta ao chamado Outono Alemão, em 1977 – a altura em que o país foi palco de vários ataques terroristas cometidos pela Fração do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão) e grupos aliados. Quatro militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram o avião da Lufthansa para que o Governo alemão, em troca, libertasse figuras de topo da RAF.
Foto: picture-alliance/dpa
O início da odisseia
A 13 de outubro de 1977, dois homens e duas mulheres puxaram das armas que tinham trazido para o voo turístico entre Palma de Maiorca (Espanha) e Frankfurt e exigiram que a aeronave fosse desviada para a Somália, pedindo a libertação de 11 prisioneiros da RAF - senão, matariam os 86 passageiros e os cinco tripulantes. A primeira paragem foi Roma, para reabastecer.
Foto: picture-alliance/AP
Rumo ao Dubai
A viagem continuou. O avião teve de reabastecer no Chipre e, depois dos aeroportos de Damasco, Bagdade e Kuwait impedirem que aeronave aterrasse, no Bahrain. O piloto Jürgen Schumann e o co-piloto Jürgen Vietor conduziram, depois, o "Landshut" até ao Dubai, onde chegaram por volta das seis da manhã de 14 de outubro. Nesta imagem, um negociador na pista mostra que não está armado.
Foto: picture-alliance/AP
Informação perigosa
Os raptores pediram água, comida e medicamentos à torre de controlo. O piloto Schumann conseguiu comunicar às autoridades o número exacto de raptores a bordo. Mas, quando o ministro da Defesa do Dubai revelou essa informação numa entrevista, os militantes ameaçaram matar Schumann.
Foto: picture-alliance/AP Images/H. Koundakjian
Uma morte
A unidade antiterrorista alemã GSG9 foi até ao Dubai, mas fez exercícios noutra aeronave durante tanto tempo que o "Landshut" descolou antes de as forças especiais poderem intervir. A paragem seguinte foi Aden, no então Iémen do Sul. O avião aterrou numa zona arenosa e Schumann (na foto, no Dubai) saiu para inspecionar o trem de aterragem. Mas demorou muito tempo e um dos raptores matou-o a tiro.
Foto: picture-alliance/AP Photo/H. Koundakjian
Fim dramático
A última paragem foi Mogadíscio, Somália. Os raptores fizeram um ultimato e ensoparam os passageiros com as bebidas alcoólicas no avião, preparando-se para os queimar vivos. O Governo alemão fingiu ceder. Mas, em vez disso, a unidade GSG9 entrou na aeronave, matou três dos quatro raptores e salvou os outros passageiros, que voltaram à Alemanha a 18 de outubro.
Foto: picture-alliance/R. Witschel
Ao abandono
Após o sequestro, o "Landshut" foi restaurado e voltou a fazer voos da Lufthansa. Mais tarde, foi vendido - andou de mão em mão até chegar ao Brasil, onde esteve ao serviço da companhia brasileira TAF Linhas Aéreas até 2008. Depois, ficou a enferrujar à chuva e ao sol até ser resgatado, para fazer parte de uma exposição na Alemanha. Por isso, teve de ser desmontado.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Wagner
Em memória
A aeronave chegou à Alemanha em setembro. Ficará agora em exposição no museu aeronáutico de Dornier, em Friedrichshafen, no sul da Alemanha - para lembrar aquela época de terror.