Em menos de uma semana, a província de Inhambane, no sul de Mocambique, voltou a registar mais um acidente de viação. Este sábado (09.09), quatro pessoas morreram e várias ficaram feridas. Três ainda estão internadas.
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O sinistro ocorreu por volta das seis horas da manhã deste sábado (09.09), na zona de Magumbe, distrito de Massinga, e envolveu um autocarro da companhia de transporte público "Mazenga" e uma pequena camioneta.
O autocarro deslocava-se da localidade de Hunguana, distrito de Massinga, e tinha como destino a cidade de Maputo. O motorista do mesmo tentou sem sucesso fazer uma ultrapassagem irregular, quando embateu-se com uma camioneta que vinha na direção contrária.
O motorista da camioneta, que teve a cabine completamente destruída, morreu no local. Outras três pessoas, entre passageiros do autocarro e da camioneta, também perderam a vida no acidente.
Em com contacto com a DW África, o comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Massinga, Jonas Feliciano, disse que as causas do acidente foram a ultrapassagem irregular, aliada ao excesso de velocidade.
"No local, perderam a vida quatro pessoas, cinco tiveram ferimentos graves e ligeiros sendo que três ainda continuam internadas no Hospital Distrital de Massinga", revelou.
Ainda segundo Feliciano, "dos quatro óbitos, três pessoas são de nacionalidade malawiana e um moçambicano".
Questionado sobre se os corpos dos estrangeiros serão transladados, o comandante distrital da PRM respondeu que "ainda é muito prematuro avançar sobre isso, porque ainda estamos a trabalhar no assunto junto com outras autoridades da Justiça. Só depois poderemos falar algo ao respeito".
Stélio Tembe, médico-chefe provincial em Inhambane, garantiu à DW África que as vítimas que deram entrada no Hospital Distrital de Massinga já estão foram de perigo, apenas três pessoas ainda continuam internadas.
"Alguns tiveram alta ainda hoje [sábado] e três estão sob cuidados médicos, mas já saíram do perigo e, ao longo da próxima semana, poderão ter alta - por isso que não serão transferidos para o Hospital Provincial de Inhambane", garantiu.
À espera de solução
A DW África tentou sem sucesso ouvir o governador de Inhambane, Daniel Chapo. A porta-voz do Governo Provincial, Assissa Carimo, falou num programa radiofónico da imprensa local que mecanismos estão sendo estudados para travar o índice de acidentes de viação nesta região do sul de Moçambique.
"Estamos a pensar em estudar mecanismos de como reduzir os acidentes de viação ao nível da província, cada semana temos registado vários tipos de acidentes de aviação. Sendo que muitas famílias estão a ficar de luto", disse.
Antes do acidente que ocorreu no distrito de Zavala na semana passada, Carimo divulgou que 16 pessoas teriam perdido a vida por acidente de viação. Sendo assim, pelo menos 32 pessoas morreram em 13 acidentes de viação ao longo deste ano de 2017, em Inhambane.
A companhia "Mazenga", detentora do autocarro que se acidentou este sábado, teve um outro veículo envolvido num acidente que deixou 16 mortos no ano passado, ao longo da Estrada Nacional 1 (N1), quando saía de Vilankulo com destino a Maputo.
Recentemente, a DW publicou uma matéria sobre a falta de infraestrutura da EN1, principal rodovia do país. Entre as províncias de Inhambane e Zambézia, onde se concentrou a reportagem, muitos automobilistas alertaram para o risco de acidentes naquela estrada. Em 2015, o Governo prometeu reparos, mas até agora nada aconteceu.
Insegurança nos táxis de São Tomé e Príncipe
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes e os proprietários enfrentam dificuldades.
Foto: DW/Ramusel Graça
Viaturas em más condições
Em São Tomé e Príncipe, andar de táxi pode não ser uma viagem agradável. Os táxis e mini-autocarros da capital, São Tomé, são conhecidos pelo grande número de acidentes. O parque automóvel está degradado, as dificuldades com a manutenção são um problema do dia-a-dia, associado ao aumento dos preços dos combustíveis. Ainda assim, o táxi continua a ser o ganha-pão de muitas famílias.
Foto: DW/Ramusel Graça
Milhares de passageiros por dia
Cerca de mil viaturas pintadas de amarelo concentram-se na Avenida Geovani, em São Tomé, que faz fronteira com os dois principais mercados Municipal e Coco Coco. São responsáveis pelo movimento diário de cerca de 17 mil pessoas. O parque automóvel é constituído na sua maioria por viaturas Toyota, que os taxistas dizem ser uma marca resistente.
Foto: DW/Ramusel Graça
Remendar e substituir
Claudino da Graça troca o pneu do seu carro. A sua viatura é quase uma anarquia de peças, fruto de vários remendos. Claudino sabe que a solução não é das melhores, mas garante que este carro é o único ganha-pão. A sua viatura, adquirida por empréstimo há já quatro anos, não oferece conforto ou segurança e clama por uma manutenção urgente. O barulho do motor e das chapas soltas não são bons sinais.
Foto: DW/Ramusel Graça
O perigo do "engenho"
Estas viaturas representam o sustento de muitas famílias e, por isso, os condutores enfrentam a estrada com coragem e engenho. Um litro de combustível custa cerca de um euro. Face ao baixo poder de compra, muitos taxistas improvisam depósitos alternativos, utilizando vasilhas de plástico altamente inflamáveis ao lado do motor. Quando o depósito fura, uma garrafa de litro resolve o problema.
Foto: DW/Ramusel Graça
Transporte de mercadorias
Os táxis que ligam o centro da ilha de São Tomé a aldeias no norte e no sul da capital abastecem os mercados logo pela manhã, com peixe e produtos hortícolas, pão e carvão. Os carros estão muitas vezes mal-conservados e circulam sobrecarregados. A viatura na foto tem a mala partida. Uma trave de madeira permite mantê-la aberta.
Foto: DW/Ramusel Graça
Do mar para o mercado: de táxi
Pescadores e peixeiras aproveitam os táxis coletivos para trazer peixe das cidades costeiras para a capital, São Tomé. O transporte é feito nas malas das viaturas, sem refrigeração. Um dia de trabalho para os taxistas que ligam zonas longínquas, incluindo a cobrança das cargas, representa cerca de 100 euros.
Foto: DW/Ramusel Graça
Concorrência em duas rodas
Muitos taxistas colocam a hipótese de abandonar a atividade, que em tempos foi um grande negócio. Aqueles que percorrem a periferia da capital chegam a faturar apenas dez euros num dia. E os moto-táxi (na foto) fazem concorrência aos taxistas são-tomenses.
Foto: DW/Ramusel Graça
Alternativa degradada
Neste arquipélago lusófono não existe uma linha regular de transportes públicos. A última, instituída em 2006, entrou em falência. Os taxistas não têm uma tarefa fácil: argumentam que o poder de compra dos são-tomenses baixou e a imagem das viaturas desmotiva os clientes. Na foto, táxis coletivos esperam por clientes junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Água Grande.
Foto: DW/Ramusel Graça
Amarelo
Até que volte a haver uma linha regular de ónibus, os táxis e mini-autocarros continuam a ser a única alternativa para que não tiver uma viatura própria. Os transporte de pessoas e mercadorias na ilha de São Tomé depende dos 17.000 táxis pintados de amarelo, que circulam nesta república centro-africana.