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Que estratégia tem a Alemanha para África?

Theresa Krinninger / António Cascais29 de abril de 2016

O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, prepara-se para visitar o Níger e o Mali na próxima semana. Especialistas defendem que a Alemanha deve diversificar as suas estratégias no continente africano.

Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha visitou o Quénia em 2015Foto: DW/R. Kyama

Os políticos alemães mostram cada vez mais interesse pelo continente africano. Nas últimas semanas, os presidentes do Quénia, Uhuru Kenzatta, e de Moçambique, Filipe Nyusi, foram recebidos em Berlim pela chefe do Governo alemão, Angela Merkel.

De 1 a 3 de maio será a vez do ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, visitar o Níger e o Mali, depois de ter viajado, nos últimos tempos, para uma dúzia de outros países africanos.

"Penso que o aumento de interesse em África, aqui na Alemanha, deve-se a fatores económicos", afirma Christine Hackenesch, do Instituto Alemão para Política de Desenvolvimento (DIE). Em entrevista à DW África, a especialista sublinha que é preciso não esquecer as taxas de crescimento económico bastante altas que se registam em alguns países africanos.

Por outro lado, observa ainda, como o continente africano também é conotado com a onda de refugiados que entram na Europa, "não é, pois, de admirar que os políticos alemães olhem mais para esse continente".

Estratégia alemã em África

Uma das prioridades da cooperação da Alemanha no continente africano é o setor da investigação científica. O Governo alemão tem projetos de cooperação científica em países como o Egito ou a África do Sul.

A cooperação alemã apoia sobretudo projetos de desenvolvimento rural. O Ministério dos Negócios Estrangeiros tenta oficialmente atuar também na área da prevenção de conflitos regionais no continente africano.

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"A Alemanha adapta-se sempre que se registam mudanças no continente africano, mas é necessário que diversifique as suas estratégias", defende Robert Kappel, perito alemão em política africana.

"Em África há muitos países diferentes uns dos outros que necessitam de perspetivas específicas".

Robert Kappel lembra que tem vindo a aumentar o número de Estados falhados ou muito débeis no continente africano, que precisam de apoio ao desenvolvimento. Mas países estáveis e democráticos como a África do Sul, o Quénia, a Nigéria ou o Gana precisam mais de cooperação económica, sublinha.

Intervenção militar em África

Tradicionalmente, a Alemanha Federal, surgida depois da Segunda Guerra Mundial, não participa ativamente em ações militares, como o faz, por exemplo, a França. Mas no Mali os soldados alemães já estão bastante presentes, sendo o contingente germânico o maior no seio da Missão de Estabilização da União Europeia no Mali (EUTM), explica o especialista.

Robert Kappel discorda da estratégia de enviar soldados para o continente africano. Defende que, devido à sua história, a Alemanha deveria assumir o papel de mediadora, ao invés de enviar tropas.

Alemanha lidera missão europeia no MaliFoto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
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