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Quelimane: PRM acusada de assassinato e extorsão

27 de março de 2019

Moradores de dois bairros de Quelimane, centro de Moçambique, acusam a polícia de ter assassinado um jovem de 18 anos e também de extorsão. O comando da PRM na província da Zambézia refuta todas as acusações.

Bairro Iciduha, em QuelimaneFoto: DW/M. Mueia

Na semana passada, um jovem de 18 anos de idade foi encontrado sem vida no Bairro Icidhua, o bairro mais populoso da cidade de Quelimane. A população atribui a responsabilidade do assassinato aos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Isabel Viegas, tia do jovem, conta à DW África que o sobrinho foi interpelado pela PRM quando comprava comida: "Veio de canoa com carvão, madeira e peixe de Inhassunge para vender em Quelimane. Por volta das 19 horas foi comprar bolo para comer no regresso e encontrou a polícia, que lhe pediu dinheiro e documento".

Com medo, por não ter documentos, explica Isabel, o sobrinho começou a correr: "Os polícias apanharam-no e começaram a bater-lhe. O miúdo desmaiou, levaram-no e deitaram-no para o mangal. Nós corremos para a esquadra e não nos deram nada, nem sequer o caixão".

Não é só no bairro de Icidhua que a população está revoltada com a polícia. Também os residentes no bairro Janeiro, em Quelimane, se queixam das autoridades, a quem acusam de extorsão e tortura.

Os residentes dizem-se cansados deste comportamento: "O que a polícia está a fazer assim não dá. Perguntam às pessoas sobre o documento e se a pessoa não se identifica começam a bater", diz um dos moradores.

"Aqui no Icidhua estamos mal, a polícia vem aqui, bate às pessoas de qualquer maneira, se você não tem dinheiro eles não ajudam nada", reclama uma outra residente.

PRM rejeita acusações

Sidner Lonzo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique na ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

"Não é característica da polícia actuar de tal maneira", diz a PRM, quando confrontada com as queixas da população. "A polícia, no momento da sua atuação, respeita o que é preceituado", sublinha Sidner Lonzo, porta-voz da PRM na província da Zambézia.

E o comando da polícia lança o apelo: "Se se tais situações ocorrerem [os residentes] podem aproximar-se das nossas subunidades para prestarem queixa. Todos os giros da cidade de Quelimane estão controlados e se se identificar que este facto ocorreu numa dada região, saberemos identificar quem esteve a trabalhar nessa região e se se provar que o facto ocorreu saberemos levantar um processo disciplinar contra esses indivíduos".

O chefe de quarteirão, Sérgio Armando Pinho, afirma que a má atuação da Polícia no Bairro Janeiro não é um problema novo: "É por motivo de dinheiro", garante, acrescentando que os moradores são agredidos e ficam sem dinheiro e telemóveis. 

"Esta segurança já não está a existir, não sabemos de onde vem a polícia de Icidhua. Não estamos a ver as funções do comandante provincial", diz Sérgio Pinho.

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