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DesastresMoçambique

Quelimane sem energia e telecomunicações após ciclone Freddy

Lusa | Reuters | nn
12 de março de 2023

Quelimane, no centro de Moçambique, não tem eletricidade nem telecomunicações depois da passagem do ciclone Freddy que atingiu o continente na última noite (12.03) pela segunda vez. Há registo de pelo menos um morto.

Foto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF/AFP

"A situação é caótica", referiu um repórter da Televisão de Moçambique (TVM), através de uma ligação por satélite, referindo-se à destruição provocada pela passagem do ciclone Freddy.

O vento está a abrandar, mas continua a chover intensamente e não é fácil circular porque há árvores caídas, assim como postes de eletricidade e outras estruturas.

As habitações estão danificadas, a maioria de construção precária, além de haver danos em infraestruturas como escolas e unidades sanitárias, sobretudo nas coberturas.

Segundo a agência de notícias Reuters, que cita fontes no terreno, o fenómeno meteorológico desalojou centenas de pessoas quando atingiu o centro de Moçambique este domingo (12.03).

Freddy deixou rasto de destruição em QuelimaneFoto: ALFREDO ZUNIGA/UNICEF /AFP

Segundo a televisão estatal, mais de 650 casas foram destruídas no distrito de Marromeu, enquanto na província de Sofala mais de 3.000 pessoas foram afetadas pelas enchentes.

Depois de passar a cidade portuária de Quelimane, a tempestade migrou para o interior em direção ao extremo sul do Malawi, segundo imagens de satélite.

A empresa elétrica nacional Eletricidade de Moçambique disse, a meio da tarde deste domingo, que a eletricidade tinha sido restabelecida em algumas zonas, com a excepção de Milange, Lugela, Maganja da Costa, Namanjavira e partes da cidade de Mocuba.

"O vento estava muito forte durante a noite... Há muita destruição, árvores caídas, telhados arrancados", disse Guy Taylor, membro da UNICEF em Moçambique, à Reuters através de uma ligação por satélite.

Um morto registado

Ainda não houve condições para as autoridades atualizarem o balanço dos prejuízos, mantendo-se a informação de um morto registado no sábado (11.03) depois do desabamento de uma casa na povoação de Maquival devido à intempérie. 

Meteorologistas controlam intensidade do ciclone FreddyFoto: Richard Bouhet/AFP

As autoridades recomendam que a população permaneça em zonas abrigadas.

O Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) abriu centros de acolhimento e tem lançado alertas nos últimos dias para a população sair de casas precárias e zonas ribeirinhas ou que habitualmente são sujeitas a inundações.

O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira (15.03) no centro de Moçambique.

É a segunda vez que a intempérie se abate sobre o país, depois de um primeiro embate a 24 de fevereiro, provocando 10 mortes devido a condições adversas durante vários dias.