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PolíticaItália

Quem é Giorgia Meloni, a vencedora das eleições em Itália?

sq | com agências
26 de setembro de 2022

Giorgia Meloni deverá tornar-se a primeira mulher a governar Itália. É das vozes mais sonantes da extrema-direita no país. As suas bandeiras: o neofascismo e o euroceticismo.

Foto: Andreas Solaro/AFP/Getty Images

Giorgia Meloni, de 45 anos, deverá tornar-se a primeira mulher a governar Itália. Lidera a coligação de direita e extrema-direita formada pelos Irmãos de Itália (de Meloni), a Liga, de Matteo Salvini, e o conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi. 

A coligação obteve cerca de 43% dos votos nas legislativas de domingo (25.09), enquanto o bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, obteve 26%.

Quem é Giorgia Meloni?

Giorgia Meloni nasceu a 15 de janeiro de 1977. Cresceu em Roma, no bairro operário de Garbatella e envolveu-se desde cedo na política. Aos 31 anos, tornou-se ministra no Governo de Silvio Berlusconi. Em 2012, ajudou a fundar o partido Irmãos de Itália, de inspiração neofascista.

O lema de campanha da candidata foi "Deus, pátria e família". 

Silvio Berlusconi e Giorgia Meloni, em 2010Foto: Gregorio Borgia/AP Photo/picture alliance

Antes eurocética, a líder dos Irmãos de Itália defende agora que o euro deve continuar a ser a moeda do país. Ainda assim, entende que Roma deveria opor-se mais a Bruxelas, não só em matéria de despesa pública como também relativamente à política de migração.

O que esperar de Meloni?

A coligação de Meloni promete renegociar o fundo de recuperação pós-pandémico da União Europeia, argumentando que o montante que Itália vai receber - quase 200 mil milhões de euros - deve ser reajustados devido à atual crise energética.

Mas o espaço de manobra é limitado, advertem os analistas. Os fundos europeus já estão vinculados a um pacote de reformas iniciadas pelo primeiro-ministro Mario Draghi.

Meloni promete governar em nome de "todos os italianos"Foto: Gregorio Borgia/AP/picture alliance

Esta segunda-feira, Giorgia Meloni prometeu governar em nome de "todos os italianos". 

"Fá-lo-emos para unir as pessoas, realçar o que as une e não o que as divide", assegurou. 

Mas a política alemã Katarina Barley, dos sociais-democratas do SPD, disse à DW que, como primeira-ministra, Meloni seguirá certamente uma linha económica e financeira conservadora, e "oscilará entre o ultraconservadorismo e populismo no que diz respeito a direitos humanos, direitos de minorias e direitos das mulheres".

O que diz a Europa?

Os líderes de direita de toda a Europa saudaram de imediato a vitória de Meloni.

Na Alemanha, o partido AfD salientou que "tal como os suecos, os italianos também decidiram pela mudança política".

Berlim "está praticamente sozinha na Europa com a sua coligação esquerdista ecologista", acrescentou o partido de extrema-direita.

Já o Governo alemão lembrou que Itália é um "país muito amigo" da Europa e não espera que isso mude. Um porta-voz da Comissão Europeia também disse esperar uma "cooperação construtiva" com o novo Governo italiano.

Por outro lado, o Kremlin saudou a eleição do partido de Giorgia Meloni, "capaz de superar o 'mainstream' cheio de ódio ao nosso país [...] e capaz de ser mais construtiva nas relações" com a Rússia.

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