João Lourenço, vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), foi o cabeça de lista do partido no poder às eleições de 23 de agosto. Conheça o perfil do sucessor de José Eduardo dos Santos.
Publicidade
João Lourenço, 63 anos, foi um dos seis candidatos a Presidente de Angola e concorreu pelo MPLA, o partido no poder desde a independência do país em 1975. Como o MPLA teve o maior número de votos, segundo a Constituição de Angola, o seu candidato de topo sucede a José Eduardo dos Santos na Presidência de Angola.
Lourenço foi sempre uma das figuras da cúpula do partido no poder em Angola, que muitos viam como um dos potenciais sucessores do atual Presidente José Eduardo dos Santos, que se encontra no poder há 38 anos.
Antes de ser escolhido por José Eduardo dos Santos como seu segundo homem no partido, no congresso de agosto do ano passado, e cinco meses depois como o seu sucessor à presidência da República, João Lourenço teve de fazer uma longa travessia no deserto na sequência de declarações que foram consideradas inapropriadas.
Marido, pai e político
Militar de carreira e general na reserva, João Manuel Gonçalves Lourençohá dois dias (24.07) foi dispensado do seu cargo como ministro da Defesa, para se dedicar à campanha eleitoral.
OL Angola - MP3-Mono
Lincenciou-se em Ciências Históricas, na antiga União Soviética, e é casado com a antiga ministra do Planeamento e consultora do Banco Mundial, Ana Dias Lourenço, e pai de seis filhos. A sua biografia oficial diz que os seus passatempos são a leitura, o xadrez e a equitação.
Teve vários cargos: foi governador provincial de Benguela e do Moxico, entre 1992 e 1997; secretário do Bureau Politico do MPLA para a informação; deputado à Assembleia Nacional, tendo ocupado nessa altura a função de Presidente da bancada parlamentar do MPLA e, entre 1998 e 2003, desempenhou as funções de secretário-geral do partido.
Regresso aos holofotes
Nessa altura, caiu em desgraça. No V Congresso Ordinário do MPLA, as suas declarações a dois jornais independentes de Luanda, já extintos, afirmou que existiam outras figuras capazes para dirigir o MPLA e o país, após o presidente José Eduardo dos Santos ter admitido a intenção de abandonar a liderança do partido e do país por, naquela altura, com o fim da guerra, ter chegado à conclusão que já tinha cumprido a sua missão.
Declarações que afinal pareciam uma ratoeira para a descoberta dos seus opositores internos e João Lourenço mordeu a isca. 12 anos depois, regressa aos holofotes pela mesma mão que o havia atirado para o deserto.
Depois de ganhar as eleições?
Depois de ser declarado o vencedor das eleições de 23 de agosto, João Lourenço encontra um país em absoluto contraste em vários setores da vida nacional. Desde o fim da guerra em 2002, Angola tem registado um crescimento nos setores das infraestruturas, construção de estradas, escolas e hospitais.
Surgiram novos aeroportos desde 2002 e foram construídos vários projetos habitacionais em quase todas as províncias, denominadas por centralidades. O fornecimento de energia elétrica e da água tem vindo a melhorar significativamente, embora de forma deficitária.
Apesar desse quadro, Lourenço poderá encontrar um país com mais problemas por resolver, contrariamente ao que dizem as estatísticas do Governo. Por exemplo, nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) Angola é o pior país onde se fazer negócios, segundo dados do Banco Mundial de 2016. Aliás, o país está na lista das dez nações mundiais onde é mais difícil estabelecer um investimento.
Angola encontra-se ainda entre os três piores países do mundo no acesso a água potável, segundo o Conselho Mundial da Água, num relatório publicado em março deste ano.
No Índice do Progresso Social, que avalia os países segundo a qualidade de vida da população, medida através de variáveis como o acesso a água potável, habitação, saúde e educação, Angola é colocada na quarta posição na lista dos piores do mundo, apenas à frente do Chade, Afeganistão e República Centro-Africana.
João Lourenço ainda encontra um país com a maior taxa de mortalidade infantil do mundo, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Um país em mudança
A corrupção e a burocracia constituem os principais empecilhos para o desenvolvimento do país. Angola é um país onde as instituições do Estado, particularmente os tribunais, não estão a ser capazes de combater a corrupção.
As várias denúncias de casos de corrupção com provas apresentadas que envolvem altas figuras do regime angolano põem refém o atual estado de coisas. É o caso do próprio Presidente José Eduardo dos Santos, do procurador-geral João Maria de Sousa e até mesmo do juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira.
Pior do que isso, o jornalista e defensor dos direitos humanos, Rafael Marques de Morais, numa entrevista à DW África, conduzida antes das eleições, afirmou que quem é suspeito de corrupção é promovido.
"Regra geral, o Presidente promove aqueles que são considerados os mais corruptos. Dá-lhes toda a proteção política e jurídica para que não sejam responsabilizados pelos seus atos. E o país, de forma bastante clara, está afetado", disse à DW África.
Corrupção em Angola
No entanto, na abertura da campanha do MPLA (26.07), João Lourenço insistiu no combate à corrupção para garantir a robustez da economia angolana. "Se falharmos no combate à corrupção, continuaremos com uma economia débil", defende o candidato.
Sublinhou ainda que a corrupção está a afastar o investimento estrangeiro, necessário para o desenvolvimento do país. "Que fique claro que, se falharmos neste combate à corrupção, falharemos também na melhor organização da nossa economia. Vamos continuar a ter uma economia débil, porque não vamos conseguir atrair os investidores", salienta Lourenço.
Apesar do mau estado da nação em todos os aspetos da vida nacional, João Lourenço, o candidato do MPLA, diz que o país está num bom ritmo. "Estamos a garantir o progresso e o desenvolvimento. A criar novos postos de trabalho. A melhorar a saúde e a educação, estamos a construir um país com menos desigualdades e progressivamente a diminuir a pobreza".
Adianta que "vamos aproveitar os recursos de cada comuna, município e província, e fazer investimentos que garantam mais emprego e assim construir uma Angola de mais igualdade".
Contradições
João Lourenço enfrentará uma oposição de peso dentro do seu partido, no que diz respeito às suas promessas eleitorais de combate à corrupção. Aliás, ele próprio tem interesses em vários conglomerados empresariais: é acionista do Banco Sol e do Banco Angolano de Investimentos (BAI). Tem também ações da Orion – Agência de Publicidade e Produção, empresa que surge no escândalo de corrupção da Lava Jato no Brasil, como tendo recebido 15 milhões de dólares de suborno da multinacional brasileira Odebrecth.
É dono de um condomínio no luxuoso bairro de Talatona, em Luanda, construído com o financiamento do Banco BIC de Isabel dos Santos, a filha de José Eduardo dos Santos.
O nome de João Lourenço surge ainda no escândalo financeiro que levou à falência do Banco do Espírito Santo Angola (BESA). Entre os 67 nomes da lista, João Lourenço aparece como tendo sido uma das figuras do regime que terá recebido milhões de dólares de empréstimo sem qualquer garantia.
Promessas eleitorais
Por essas e outras razões, o jornalista e presidente do Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA-Angola), Alexandre Neto Solombe, diz que as promessas eleitorais de Lourenço não são para ser levadas a sério, por supostamente ter enriquecido de forma ilícita e à custa do Estado.
Para Alexandre Solombe, "abstraindo aquela figura de alguém que está com uma arma na mão, apontada para sua própria cabeça, só se quisesse liquidar-se ou suicidar-se para efetivamente começar o combate à corrupção".
Pelo contrário, junto da opinião pública, e mesmo nalguns setores do seu partido, João Lourenço é a esperança que se renova.
"Tenho a plena certeza de que o camarada João Lourenço vai levar este país mais além", avança um membro do MPLA. "Todos os angolanos estão a depositar esperança no João Lourenço porque seguramente ele vai trazer aquilo que está faltar e que é o desenvolvimento".
Por agora, devido à imprevisibilidade do atual Presidente do MPLA e da República, não se sabe ao certo se José Eduardo dos Santos poderá indicar João Lourenço como seu sucessor na presidência do partido quando decidir retirar-se da vida política.
José Eduardo dos Santos: Percurso do "eterno" Presidente de Angola
José Eduardo dos Santos faleceu a 08.07.2022 numa clínica em Barcelona, onde estava internado há vários dias. O ex-Presidente, que se despediu da política angolana em setembro de 2018, governou o país de 1979 a 2017.
Foto: Paulo Novais/EPA/dpa/picture alliance
Engenheiro petroquímico
Em 1961, aos 19 anos, José Eduardo dos Santos junta-se ao MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola, que luta contra o colonialismo português. Em 1963, é enviado com uma bolsa de estudos para a União Soviética, onde frequenta um curso de Engenharia Petroquímica em Baku, capital do atual Azerbaijão. Dos Santos também tem aulas de comunicação militar e regressa a Angola em 1970.
Foto: picture-alliance/dpa
Antecessor Agostinho Neto
Angola torna-se independente em 1975 e mergulha diretamente numa guerra civil entre os três movimentos de independência: MPLA, UNITA e FNLA. A capital Luanda é controlada pelo MPLA. O seu líder Agostinho Neto assume a Presidência do país e instala um regime monopartidário de inspiração marxista. Dos Santos assume vários ministérios, incluindo os Negócios Estrangeiros e Planeamento Nacional.
Foto: picture-alliance/dpa
Aliança com países comunistas
Depois da morte de Neto a 10 de setembro de 1979, em Moscovo, dos Santos é eleito a 20 de setembro pelo MPLA como novo Presidente. Consolida a aliança entre Angola e os países do bloco comunista como a União Soviética e a República Democrática da Alemanha (RDA). Em 1981, dos Santos visita a RDA e é recebido pelo secretário-geral do Partido Socialista Unificado da Alemanha, Erich Honecker (à esq.).
Durante a visita à RDA em 1981, dos Santos passa pelo Muro de Berlim, na Porta de Brandemburgo, símbolo da "Guerra Fria" e da separação do mundo em dois blocos. Angola é um dos países onde o confronto entre os blocos comunistas e liberais se transforma numa "Guerra Quente". Os países comunistas querem evitar uma vitória da UNITA, apoiada pela África do Sul e pelos Estados Unidos da América.
Foto: Bundesarchiv
Soldados cubanos
Em apoio militar ao Governo do MPLA, Cuba envia soldados a Angola. Os 40 mil soldados cubanos têm um papel decisivo para travar o avanço das tropas da UNITA e da África do Sul. Na foto: Soldados cubanos em Cuito Canavale no ano de 1988, uma das maiores batalhas da guerra civil. Três anos mais tarde, é assinado um primeiro acordo de paz na localidade de Bicesse, no Estoril, em Portugal.
Foto: picture-alliance/dpa
Mais guerra apesar de acordo de paz
As primeiras eleições de Angola tiveram lugar em 1992. O MPLA obteve maioria absoluta no Parlamento, mas dos Santos não conseguiu maioria absoluta na primeira volta das presidenciais. A UNITA e o seu candidato, Jonas Savimbi, não reconheceram os resultados por alegada fraude eleitoral. A segunda volta não teve lugar, pois a guerra recomeçou. Na foto: Soldados governamentais reconquistam Dondo.
Foto: picture-alliance / dpa
MPLA ganha terreno
Os EUA reconhecem o Governo do MPLA em 1993. O Ocidente perde o interesse na guerra civil em Angola após a queda do muro de Berlim. E, com o fim do apartheid, o regime de segregação racial na África do Sul, a UNITA perde outro aliado e fica cada vez mais isolada. O MPLA abandona a retórica comunista e torna-se capitalista, e as riquezas do petróleo fazem do partido um parceiro atrativo.
Foto: Jörg Böthling/Brot für die Welt
Opção militar prevalece
Em 1994, foi assinado outro acordo de paz em Lusaka, Zâmbia. Um ano mais tarde, dos Santos oferece o posto de vice-Presidente a Jonas Savimbi. Este recusa em 1997 e falha a formação de um Governo conjunto. A seguir, a guerra intensifica-se. Dos Santos aposta na opção militar e investe fortemente nas Forças Armadas. O núcleo duro do seu regime é formado por generais e pela Guarda Presidencial.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Aliança com Kabila no Congo
Com a sua intervenção militar na segunda guerra do Congo a partir de 1998, Angola presta um apoio decisivo a Laurent-Désiré Kabila, Presidente da RDC (Rep. Democrática do Congo). Com a nova aliança, o MPLA consegue eliminar uma retaguarda da UNITA. Dos Santos estabelece Angola como uma das principais potências militares e políticas na África Austral. Também envia soldados para o Congo-Brazzaville.
Foto: picture alliance/AP Photo/P.Wojazer
Vitória total sobre Jonas Savimbi
Um embargo internacional de armas enfraquece a UNITA, cada vez mais isolada. Pouco a pouco, o exército do Governo conquista espaço. A 22 de fevereiro de 2002, mata o líder da UNITA, Jonas Savimbi. Nesse ano, as duas partes assinam mais um acordo de paz. Termina finalmente uma das guerras civis mais sangrentas, com cerca de um milhão de mortos e quatro milhões de deslocados e refugiados.
Foto: AP
Vestígios da guerra
Anos mais tarde, ainda são visíveis os danos da guerra, como nesta foto de 2009. O desenvolvimento do país ficou atrasado, estradas e caminhos-de-ferro tiveram de ser reabilitadas, campos desminados. No enclave de Cabinda, província nortenha rica em petróleo, continua outra guerra. Mas, até hoje, o movimento separatista FLEC não consegue ameaçar seriamente o poder do MPLA em Cabinda.
Foto: gemeinfrei
Eleições adiadas e canceladas
Originalmente previstas para 1997, as segundas eleições legislativas da história de Angola só tiveram lugar em 2008. O MPLA obteve 81,6% dos votos, a UNITA 10,4%. Houve queixas de um clima de intimidação durante a campanha e de desorganização do pleito. As eleições presidenciais, prometidas para 2009, nunca se realizaram. Mesmo assim, dos Santos continua no poder.
Foto: Reuters
Esperanças goradas da Alemanha
Em 2011, a chanceler alemã Angela Merkel (à esq.) visita Angola, dois anos após a visita de dos Santos a Berlim. Há empresários alemães com muito interesse em investir em Angola. Mas poucos investimentos chegam a ver a luz do dia, nos anos seguintes. Angola continua a ser um parceiro difícil para a Alemanha. Há poucas empresas alemãs dispostas a enfrentar o ambiente de negócios angolano.
Foto: dapd
Repressão contra opositores
A partir de 2011, eclode uma onda de manifestações inspirada na Primavera Árabe. Os protestos foram brutalmente abafados pela polícia, vários ativistas detidos e condenados por alegado golpe de Estado. Em 2013, a Guarda Presidencial mata dois opositores a tiro. Membros da seita adventista "A Luz do Mundo" também são brutalmente perseguidos. A polícia é ainda acusada de execuções extra-judiciais.
Foto: DW/N. Sul d´Angola
Finalmente eleito, mas apenas indiretamente
Em 2010, o Parlamento muda a Constituição e elimina as presidenciais. A eleição passa a ser indireta: É eleito como Presidente o líder da lista mais votada nas legislativas. O MPLA vence as eleições de 2012 com 71,9% dos votos. Após 32 anos no poder, dos Santos ganha pela primeira vez legitimidade eleitoral, embora apenas de forma indireta. Observadores criticam desvantagens da oposição.
Foto: picture-alliance/dpa
Homem de família
Para além dos militares, a família é outro núcleo do poder de José Eduardo dos Santos, que teve vários casamentos. A sua esposa atual é Ana Paula dos Santos (foto), antiga modelo, que conheceu quando ela trabalhava como hospedeira no avião presidencial angolano. Casaram-se em 1991 e tiveram quatro filhos. Nas eleições de 2017, Ana Paula dos Santos será candidata a deputada nacional pelo MPLA.
Foto: Reuters
Filha é a mulher mais rica de África
Mas é Isabel dos Santos, filha do primeiro casamento com Tatiana Kukanova, uma russa campeã de xadrez que dos Santos conheceu em Baku, que tem maior protagonismo internacional. Através de uma licença de telecomunicações em Angola para a sua empresa Unitel, Isabel dos Santos construiu um império de negócios com atividades em Portugal e noutros países. É considerada a mulher mais rica de África.
Foto: picture-alliance/dpa
Filho administra fundo soberano
Em 2013, a nomeação de José Filomeno dos Santos, filho da segunda mulher de José Eduardo dos Santos, para liderar o Fundo Soberano de Angola gerou controvérsia. O fundo administra parte da riqueza petrolífera do país. O pai tem o apelido popular de "Zedú", o filho de "Zenú". A mãe de "Zenú", Filomena de Sousa, foi funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, quando dos Santos foi ministro.
Foto: Grayling
Luxo e riqueza do petróleo
Nos últimos anos, milhares de milhões de dólares entraram nos cofres de Angola, um dos maiores produtores de petróleo de África. A Avenida Marginal de Luanda é símbolo da nova riqueza. Mas muito dinheiro desapareceu das contas do Estado, acusam organizações não-governamentais como a Human Rights Watch. O Fundo Monetário Internacional também pediu mais transparência.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Parceria com a China
A China é o novo parceiro de eleição de José Eduardo dos Santos. O país torna-se no maior comprador do petróleo de Angola e concede vários créditos para financiar grandes projetos. Ao contrário do FMI e de outros parceiros, a China não exige transparência, nem reclama dos direitos humanos. Nascem novos bairros em Luanda como Kilamba Kiaxi (foto), financiada e construída por empresas chinesas.
Foto: cc by sa Santa Martha
Pobreza continua apesar da riqueza
Apesar das receitas milionárias do petróleo, Angola continua a ter graves problemas de pobreza. Mesmo na capital Luanda, há bairros sem saneamento como o de Kinanga (foto). Muitos serviços de saúde continuam fora do alcance dos mais pobres: Angola tem das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo. O sistema de educação também é considerado inadequado para um país com tantos recursos naturais.
Foto: DW/N. Sul d'Angola
Homem discreto
José Eduardo dos Santos foi conhecido como um homem discreto. Entrevistas com ele são raríssimas. Não costumava dar conferências de imprensa e faz poucos discursos públicos. Nos últimos anos, esteve regularmente fora do país para longos tratamentos médicos em Barcelona, Espanha. Em África, os seus 38 anos no poder como chefe de Estado só foram superados por Teodoro Obiang da Guiné-Equatorial.
Foto: picture alliance/dpa/P.Novais
Sucessor como Presidente: João Lourenço
Depois de José Eduardo dos Santos anunciar que não seria candidato às eleições de 2017, o MPLA nomeou o ex-ministro da Defesa, João Lourenço, como candidato à sucessão. O MPLA ganhou as eleições de 23 de agosto e Lourenço é o novo Presidente de Angola. Mas dos Santos permaneceu por cerca de mais um ano na direção do partido e, deste modo, manteve uma considerável influência na política angolana.
Foto: Getty Images/AFP
Um ano mais tarde: sucessão no MPLA
Mesmo com José Eduardo dos Santos na chefia do MPLA, vários familiares seus perderam postos importantes: a filha Isabel foi exonerada como presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol e o filho Zenú deixou de chefiar o Fundo Soberano. A 8 de setembro, no congresso do partido, o seu sucessor na Presidência, João Lourenço (foto), assumiu a chefia do partido.
Foto: DW/Cristiane Vieira Teixeira
Tratamento em Espanha
Em 2019, José Eduardo dos Santos muda-se para Barcelona, em Espanha, para realizar com maior facilidade tratamentos numa das melhores unidades hospitalares europeias na valência de oncologia, que já tratava o ex-PR angolano há cerca de oito anos.
Foto: picture alliance/dpa
A morte do "eterno" líder angolano
Em 8 de julho de 2022, a Presidência angolana confirma a morte do ex-Presidente "após prolongada doença". Antes de falecer aos 79 anos, José Eduardo dos Santos passou duas semanas internado numa unidade de tratamento intensivo da clínica onde recebia tratamento médico em Espanha.