Quem é o marido de Angela Merkel, a chanceler alemã?
Ines Eisele | jb | rk
13 de março de 2018
Angela Merkel inicia esta quarta-feira o quarto mandato como chanceler alemã. Ao seu lado estará o marido, Joachim Sauer, um professor de Química que não gosta dos holofotes.
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A chanceler Angela Merkel costuma ser descrita como uma pessoa reservada. Tanto ela, como o marido, Joachim Sauer, parecem ter aversão aos holofotes. Raramente aparecem em público juntos: uma exceção é a presença anual do casal no Festival de ópera de Bayreuth.
Sauer está muito longe de ter o mediatismo da maioria das primeiras-damas nos Estados Unidos da América. E também em comparação com as mulheres de antigos chanceleres federais alemães, como Doris Schröder-Köpf (ex-esposa de Gerhard Schröder) ou Hannelore Kohl (ex-esposa de Helmut Kohl), Sauer aparece bastante menos em público. O marido de Angela Merkel recusa-se a falar com jornalistas.
Nos bastidores por convicção
Longe da luz dos holofotes, o marido de Angela Merkel já conquistou dezenas de distinções na área da química.
A carreira do professor, doutor e doutor honoris causa Joachim Sauer começou em 1967 na Universidade de Humboldt, em Berlim.
Na extinta República Democrática Alemã (RDA) comunista, Sauer pertenceu a um círculo de cientistas de renome internacional que não eram membros do partido único do regime SED, o Partido Socialista Unitário da Alemanha Oriental. Hoje, depois de passar por muitos outros locais, voltou à Universidade de Humboldt, e lidera a equipa de investigadores de Química Quântica.
Em 2015, enquanto se especulava que Merkel receberia o Prémio Nobel da Paz pelo sua contribuição para o acolhimento de refugiados, a comunidade científica apostava que Joachim Sauer seria o laureado com o Prémio Nobel da Química.
"O professor"
Diz-se que, nos encontros com Merkel, o ex-Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, gostava de tratar Joachim Sauer por "professor".
Sauer e Merkel conheceram-se nos anos 1980 na Academia de Ciências de Berlim. Casaram-se em 1998 - foi o segundo casamento para os dois. Sauer teve dois filhos no primeiro casamento.
Fora isso, não se sabe muito sobre a vida privada de Joachim Sauer. Sabe-se, quanto muito, o que Angela Merkel diz sobre ele: "Não falamos sempre de política, mas ele é um bom conselheiro, também de forma indireta". O casal tem em comum a sua paixão por óperas e pela natureza - há muitos anos que os dois vão de férias para o Tirol do Sul (Itália) para fazer caminhadas.
Chefes de Governo da Alemanha: de Adenauer a Merkel
Desde 1949, a Alemanha teve oito chanceleres: sete homens e uma mulher. A chanceler atual, Angela Merkel, conseguiu um quarto mandato nas eleições legislativas de setembro de 2017.
Foto: picture-alliance-dpa/O. Dietze
Konrad Adenauer (CDU), 1949-1963
A eleição de Konrad Adenauer do partido democrata-cristão CDU como primeiro chefe de Governo da Alemanha, em 15 de setembro de 1949, marcou o início de um longo processo de reestruturação política no país. Reeleito em 1953, 1957 e 1961, renunciou ao cargo apenas aos 87 anos de idade, em 1963. Fortaleceu a aliança com os Estados Unidos da América. Na foto: no seu escritório em Bona.
Foto: picture-alliance/akg-images
Ludwig Erhard (CDU), 1963-1966
O segundo chanceler da Alemanha também pertenceu à CDU, mas esteve apenas três anos no Governo. Erhard renunciou devido ao rompimento da coligação com o partido liberal FDP. Mesmo assim, participou de forma ativa da reforma monetária alemã do pós-guerra. O fumador convicto ficou famoso como "pai" da economia social de mercado ("Soziale Marktwirtschaft") e do milagre económico alemão.
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Kurt Georg Kiesinger (CDU), 1966-1969
Foi eleito por uma grande coligação dos dois partidos CDU e SPD (de esquerda). O seu Governo teve que combater uma crise económica. Kiesinger foi duramente criticado pelo seu passado como membro ativo do partido nacional-socialista NSDAP durante a ditadura fascista na Alemanha. Com a ausência de uma oposição forte no Parlamento, formou-se em 1968 um movimento de protesto estudantil na Alemanha.
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Willy Brandt (SPD), 1969-1974
A onda de protestos teve reflexos nas eleições: Willy Brandt tornou-se no primeiro chanceler social-democrata no pós-guerra. Melhorou as relações com os países comunistas do leste. Durante uma visita à Polónia, ajoelhou-se no monumento pelas vítimas do nazismo no Gueto de Varsóvia. Gesto que ficou famoso como pedido de desculpas. Renunciou ao cargo em consequência de um caso de espionagem.
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Helmut Schmidt (SPD), 1974-1982
Após a renúncia de Brandt, Helmut Schmidt prestou juramento como chanceler. O social-democrata teve de combater o terrorismo do grupo extremista de esquerda RAF. Negou negociar com os terroristas alemães. Enfrentou a oposição por causa do estacionamento de mísseis nucleares dos EUA na Alemanha. Depois da saída do Governo do parceiro FDP (liberais), perdeu um voto de confiança no Parlamento.
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Helmut Kohl (CDU), 1982-1998
Helmut Kohl formou uma nova coligação centro-direita com os liberais. Ficou 16 anos no poder, um recorde. Ficou famoso pela sua teimosia e por não gostar de reformas. Depois da queda do Muro de Berlim, Kohl consegui reunificar as duas Alemanhas, a RFA ocidental e a RDA oriental. Ficou conhecido como "chanceler da reunificação". T ambém é lembrado pelo seu empenho na construção da União Europeia.
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Gerhard Schröder (SPD), 1998-2005
Depois de quatro mandatos de Kohl, o desejo de mudança aumentou. Gerhard Schröder foi eleito primeiro chanceler de uma coligação de esquerda entre o SPD e os Verdes. Durante o seu Governo, o exército alemão, Bundeswehr, teve as primeiras missões no estrangeiro com a participação na guerra no Afeganistão. Reduziu os subsídios sociais, medida que foi criticada dentro do seu partido social-democrata.
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Angela Merkel (CDU), desde 2005
Em 2005, Merkel é eleita como primeira mulher na chefia do Governo alemão. Durante o primeiro e terceiro mandato, governou numa grande coligação com o SPD, no segundo mandato numa coligação de centro-direita com os liberais do FDP. Merkel é conhecida pelo estilo pragmático de liderança. Durante a crise financeira, assumiu um papel de liderança na UE. Em 2017, conseguiu o seu quarto mandato.