Quem é Pierre Nkurunziza?
10 de julho de 2015 Pierre Nkurunziza assumiu a presidência do pequeno país na África Ocidental em 2005, ainda antes do final das negociações de paz que iriam pôr cobro a dez anos de guerra civil.
"Não se pode desenvolver um país sem paz. A estabilidade e a paz são a base de qualquer desenvolvimento", afirmou Nkurunziza em 2008. Um ano mais tarde, o último grupo rebelde no Burundi, a milícia hutu Exército Nacional de Libertação, entregou as suas armas. Tratou-se de um grande êxito para o Presidente que também esteve profundamente envolvido no conflito.
Nkurunziza nasceu em 1964. Formou-se em pedagogia e desporto e foi professor na universidade e na academia do exército. Membro da maioria hutu, num país governado pela minoria tutsi, viveu várias situações de conflito e violência. O seu pai foi assassinado por motivos políticos.
O assassínio do primeiro Presidente hutu democraticamente eleito, Melchior Ndadaye, em 1993, desencadeou a guerra civil. Nkurunziza escapou à justa a uma tentativa de assassínio em 1995, e decidiu juntar-se ao grupo rebelde FDD, o braço armado do seu partido, o CNDD.
De bem amado a mal amado
Quando assumiu a presidência, Nkurunziza empenhou-se seriamente pela reconciliação nacional, algo que lhe valeu o respeito internacional. Mas cedo a oposição começou a queixar-se da repressão. Políticos acusados de planear golpes de Estado foram presos e a imprensa foi proibida de criticar o Governo.
A jornalista e correspondente da DW, Domitile Kiramvu, teve que fugir do Burundi e revela: "Para mim é impossível voltar ao meu país. Nos últimos meses aumentaram as ameaças provenientes do regime de Nkurunziza e das milícias da sua organização juvenil Imbonerakure. Fui várias vezes ameaçada de morte".
Nkurunziza está decidido a manter-se no poder. Aos seus críticos ele diz que o primeiro mandato, iniciado em 2005, não conta, por não se ter tratado de uma eleição do povo. Na altura, foi o Parlamento que votou num Governo de transição. A eleição presidencial no Burundi está marcada para 15 de Julho, embora a Organização da África Oriental já tenha solicitado um adiamento para 30 de junho. É muito provável que Pierre Nkurunziza volte a ganhar.