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Quem conduzirá o MDM na era pós-Simango?

Arcénio Sebastião (Beira)
7 de julho de 2021

O Movimento Democrático de Moçambique abriu as portas às candidaturas para suceder o fundador do partido, Daviz Simango. Integrantes da terceira maior força política do país definiram o perfil ideal da nova liderança.

Daviz Simango Bürgermeister von Beira
Daviz Simango faleceu em fevereiro de 2021Foto: Ismael Miquidade

O Conselho Nacional do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) definiu 12 pré-requisitos a serem atendidos pela pessoa que for ocupar o cargo de presidente do partido após a morte de Daviz Simango, em fevereiro de 2021.

Entre os pontos levantados no encontro realizado a 27 de junho, um chama a atenção do analista político Wilker Dias como de potencial debate: habilitações literárias mínimas de 12ª classe. Para Dias, trata-se de uma condição "acertada", evitando que o MDM "deixe de ser um partido inclusivo". Por outro lado, muitos defendem que o presidente deva ter um nível elevado de formação - uma posição também considerada "elitista", que acaba por se tornar tema de debate..

"Ao colocar este requisito de 12ª classe, [o MDM] está a buscar aqueles que são os candidatos das bases, porque nós temos candidatos das bases que precisam de ser incluídos. Portanto, o MDM está a fazer esse exercício neste processo [de escolha] da presidência do próprio partido".

Dias: "Candidatos das bases precisam ser incluídos"Foto: Arcénio Sebastião/DW

Ter nacionalidade moçambicana, boa inserção social e filiação política por mais de cinco anos no partido são outras das condições estabelecidas pelo partido.

"Pessoas ganhadoras"

Uma comissão especial na cidade da Beira está a receber candidaturas de todo o país. Recentemente, o deputado da Assembleia da República e membro da comissão política MDM, Silvério Ronguane, manifestou interesse de concorrer à presidência do partido do galo, mas esperava pelo desenho do perfil do candidato.

"Achamos que um partido tem que ter pessoas ganhadoras, portanto quem deve dirigir o MDM nos próximos anos deve ser uma pessoa que já conduziu o MDM para as vitórias.  A nossa candidatura tem este mérito", destaca.

Ronguane foi delegado provincial do MDM por diversas vezes. Em entrevista à DWÁfrica, lembrou que foi candidato de oposição no município da Matola em 2015. "A oposição tinha apenas cinco assentos e logo passamos para 24 com a nossa liderança. Estas razões que me fazem acreditar que a nossa candidatura vai ser mais-valia para o partido neste momento", disse.

Domingos: "Se não der, não avançamos"Foto: Arcénio Sebastião/DW

"Se não der, não avançamos"

Mesmo assim, Ronguane considera que haja outros nomes importantes no partido que podem ser considerados na disputa à presidência, apesar de ainda não terem assumido publicamente essa intenção. É o caso do secretário-geral do MDM, José Domingos, que coordena as atividades do MDM desde a morte de Daviz Simango.

Por sua vez, no entanto, Domingos mostra algumas reservas no que tange à sua candidatura. Para o dirigente, não basta a vontade do candidato, é preciso ouvir outras pessoas. "É verdade que já existem vozes no país que dizem para me candidatar, mas é preciso ouvir prós e contras, como podemos avançar se for necessário. Se não der, também não avancamos".

O congresso que vai culminar com a eleição do novo presidente do MDM está marcado para 3 a 5 de dezembro.

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