O queniano Mukhisa Kituyi substituirá o tailandês Supachai Panitchpakdi, e iniciará o seu mandato de quatro anos a 1 de setembro de 2013.  Chacha Nyaigotti Chacha, escritor e académico queniano, confia no potencial do ex-ministro da Indústria e Comércio. "Estou certo de que ele vai conseguir satisfazer as expectativas. Ele teve uma carreira espetacular  no Quénia. Foi uma figura chave na discussão dos países da África Ocidental sobre que percurso seguir e na construção de mercados conjuntos na região".

"A pessoa certa para o cargo"

A UNCTAD é considerada o contraponto do modelo de organizações como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional, que representam a economia do mercado livre. Por isso, a direção da UNCTAD teria de ficar por conta de uma figura internacionalmente respeitada e com uma personalidade intelectualmente excepcional.   
Para Chacha Nyaigotti Chacha, não há dúvidas que Kituyi seja a pessoa certa , "ele vai conseguir ver os problemas que a UNCTAD tinha, através do olhar de uma pessoa que conhece bem a situação dos países em desenvolvimento. Para além disso, ele é um académico que também estudou em países industrializados".

Kituyi nasceu em 1956, na região ocidental de  Bungoma. Comecou por estudar na universidade de Nairobi e cedo mudou-se para a conceituada universidade Makerere, no Uganda, onde, em 1982, se licenciou em ciências políticas e relações internacionais. Mas as ciências sociais também o interessavam, por isso em 1989 fez um douturamento em etnologia na Noruega. Tornou-se um académico respeitado e em 1992 entrou para a política. Representou no parlamento, como deputado o conselho onde nasceu, Bungoma.

Ganhou o respeito da população e de 2002 a 2007 foi nomeado pelo presidente Mwai Kibaki, ministro do Comércio e da Indústria. Mas não foi só no seu país que Mukhisa Kituyi deu a sua contribuição para o desenvolvimento. "Ele lutou realmente pelos países em desenvolvimento, sobretudo na Organização Mundial do Comércio. E será lembrado por isso.  Cientistas e políticos sempre respeitaram a sua opinião".

A díficil tarefa de corrigir  equilíbrio do mercado mundial

O nome de  Kituyi  já tinha sido mencionado em 2009 como potencial diretor geral da  UNCTAD, mas na altura o secretário geral da ONU. Ban Ki-Moon acabou por prolongar o mandato de Supachai Panitchpakdi por mais quatro anos.  Mas agora Kituyi está na direção do órgão internacional. E apesar de não ter uma tarefa fácil pela frente, conta com a confiança dos países membros da ONU e, particularmente dos seu compatriotas."O equilíbrio do mercado mundial é muito desfavorável para África. E até mesmo o mercado entre países africanos está numa situação catastrófica. Se ele se envolver, vai conseguir corrigir estes problemas", considera Frederick Mweni, economista de renome no Quênia.