Rádio Despertar nega denúncias de favorecimento à UNITA
21 de janeiro de 2014 A direção da Rádio Despertar nega as acusações de manter uma linha editorial pro-UNITA. Jornalistas e observadores denunciaram à DW que estaria ocorrendo censura e interferência deste partido de oposição na gestão da empresa.
A Despertar é uma emissora de rádio, comercial, angolana, que tem, na sua maioria, accionistas que representam o maior partido da oposição no país.
O director da Radio Despertar, o jornalista Emanuel Malaquias, diz que as críticas não correspondem com a verdade. Ele nega qualquer favorecimento da UNITA na linha editorial da empresa de comunicação.
Censura
Conforme as denúncias recebidas pela DW, a UNITA estaria aplicando na Rádio Despertar os mesmos métodos de censura e interferência do MPLA. O partido no poder em Angola é constantemente acusado de intervir nos meios públicos e privados de comunicação.
De acordo com Malaquias, não há qualquer interferencia da UNITA na gestão editorial da Despertar. “Nós seguimos critérios jornalísticos e temos a plena liberdade no exercício de nossa linha editorial. Não há nenhuma entidade que interfira de uma ou de outra forma na linha editorial da rádio”, rebateu o director da emissora.
Conforme as fontes da DW, a rádio estaria a dedicar maior espaço às actividades da UNITA em detrimento das actividades do governo e dos outros partidos da oposição. Malaquias diz que não há actividade do governo, que a Rádio Despertar considere relevante, que não seja coberta pela emissora.
“O destaque que possa ter a UNITA nesta rádio pode ter a ver com o facto de a UNITA trazer dados novos. É uma questão de fontes. Nós todos sabemos que, dentro da sociedade angolana, as fontes afeitas ao governo são fechadas”, explica o director.
Impotência
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos diz não ver um único órgão que seja um exemplo de imparcialidade no país. O porta-voz da entidade, Teixeira Cândido, explica que não há a prática da imparcialidade e do contraditório na Rádio Despertar, assim como em outros veículos de comunicação.
Cândido afirma que o Sindicato tem recebido queixas informais, o que não possibilitaria uma eventual interpelação da organização sindical junto à direcção da Despertar.
“Um colega aborda alguém da direcção do sindicato e diz que tem estado a observar isto. Mas somente estas denúncias [informais] não servem para pressionar uma direcção de um órgão de comunicação social.”